Meus primeiros meses em um time de Produto

Giuliette Bortoletto
4 min readFeb 21, 2024

Como comecei a entender as funções

Você que me acompanha por aqui no Medium ou no LinkedIn sabe que eu finalmente consegui migrar para a área de Produtos! Então, hoje vim compartilhar um pouco sobre como estão sendo meus primeiros meses em um time de produtos.

Se quiser conhecer mais sobre a etapa anterior, confere aqui o primeiro artigo desta série chamado Meu processo de migração de carreira para Produto que eu conto quais ações eu apliquei!

Agora vamos lá!

1. O que é o produto?

Conhecer o seu produto é o fundamental! Só assim podemos colaborar com insights e melhorias. Então, eu sempre gosto de começar testando o produto como um cliente faria desde a etapa de criação de conta até a contratação do serviço, navegando pelas FAQs, abrindo um chamado no atendimento, etc. Essa investigação inicial ajuda a entender a jornada do cliente e possíveis dores que ele pode ter.

Aqui costumo anotar dúvidas e ideias para compartilhar com o time. Algumas vezes identificamos pontos que já estão endereçados ou até temos ideias de funcionalidades novas.

Além disso, também vale conferir quais são as métricas que o time acompanha e a evolução dos números no ultimo ano para entender os caminhos que o produto está seguindo.

2. Quem é o cliente?

Se eu não sei para quem eu vou entregar o produto, qualquer coisa serve, não é mesmo? Então, depois de investigar bem o produto, acho super importante buscar informações sobre o cliente, assim entendemos melhor o que ele precisa.

Também vale marcar conversas com quem está em contato direto com o cliente no dia a dia, geralmente os times de atendimento e/ou comercial. Eles podem trazer uma visão totalmente diferente do que você imagina ajudando a construir uma visão mais completa sobre as dores e necessidades do cliente e onde podemos atuar.

3. Quais são os objetivos (OKRs) da empresa?

Conhecer os objetivos da empresa e do produto são fundamentais para entender para onde estamos andando. Então, costumo entender os OKRs, investigar quais ações estão sendo feitas para atingir cada objetivo e manter essas informações de fácil acesso para consultar sempre que eu precisar.

Os OKRs precisam ser o principal guia das decisões de produto ajudando a priorizar tasks e pensar em novas soluções. — Direcionamento é tudo, não é?

4. Hora de começar a fazer bons relacionamentos!

A empresa que eu estou atuando é bem grande, então às vezes é complicado descobrir quem vai atuar com você com mais frequência nos projetos. Por isso, fiz uma primeira conversa com as pessoas do meu time para começar a criar as primeiras conexões e pedi uma lista de recomendações sobre com quem conversar em outras áreas.

Com os nomes em mãos, agendei conversas com essas pessoas para me apresentar, entender as atividades que cada um executa e os desafios do dia a dia.

Muitas pessoas que eu conversei no começo estão, inclusive, atuando em projetos comigo no momento e esse networking inicial ajudou a tornar o processo mais simples.

5. Quem são os concorrentes?

Aqui podemos utilizar as mesmas ações que comentei no tópico 1, mas om foco em investigar os principais players do mercado ao qual o seu produto está inserido.

Se o seu produto for B2B como no meu caso, pode ser um pouco mais complicado. Por isso, vale utilizar todas as ferramentas que temos em mãos! Ir atrás de notícias, pesquisas e estudos publicados na internet, além de publicações dentro da empresa. Queremos identificar quais os benefícios que o seu produto oferece e os concorrentes não ou o que o seu produto não oferece, mas os concorrentes sim.

6. Documentar tudo!

Talvez por eu ter vindo da área de processos, eu já percebi que sou a “doida da documentação”! Mas, confesso que isso tem me ajudado muito a entender as estruturas da empresa, com quem conversar e até quais as etapas que preciso seguir para tirar o projeto do papel.

Assim que eu cheguei, comecei a criar fluxos no Miro para entender como os setores são estruturados e interligados, construí playbooks com informações que tive dificuldade para encontrar, investi um tempo no kanban do time para organizar as atividades e prioridades e anotei meus principais stakeholders e responsabilidades. Dessa forma, construí um panorama geral que facilita e agiliza o trabalho no dia a dia.

7. Hora de entender a esteira completa dos produtos

Empresas que atuam no modelo ágil geralmente costumam trabalhar de forma bem similar para lançar um produto. Então, entenda o processo básico desde o estudo e proposta de um novo produto ou de uma melhoria até o lançamento — Por exemplo: Quais setores se relacionam com a sua jornada? Quem são os tomadores de decisão? Quais materiais costumam ser construídos?

8. Lembre-se de não parar de estudar!

Não é porque eu consegui finalmente migrar para produto que eu parei de estudar coisas novas. A empresa que estou atuando incentiva muito a educação, então descobri várias possibilidades como certificações, palestras, eventos, etc.

Se a empresa que você entrou ainda não tem essa cultura tão forte, continue estudando por conta própria e participando de eventos e workshops. Isso é ótimo para se manter atualizado sobre o mercado, tendências e, principalmente, continuar fazendo networking.

9. Dicas extras!

A Larissa Brancalhão criou o “Template Plano de 90 dias” para UX ou Product Designers. Embora o conteúdo seja mais focado nas atividades de design de produto, as informações são ma-ra-vi-lho-sas. Você vai encontrar vários desses pontos que falamos aqui, além de uma checklist bem completa.

Além disso, vou deixar mais 2 referências de conteúdos que eu li na minha primeira semana de trabalho e me ajudaram bastante:

Espero que as dicas sejam úteis e, se quiser trocar uma ideia, é só me procurar pelo LinkedIn. 😉

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Giuliette Bortoletto

I am driven by curiosity and love solving problems. Currently, I am working as a Product Manager at one of Brazil’s largest financial institutions.