Meu processo de migração de carreira para Produto

Dicas e insights que eu apliquei

Giuliette Bortoletto
6 min readSep 13, 2023

O intuito desse artigo é ter uma conversa aberta e compartilhar um pouco do que eu fiz na minha migração de Processos para Produto.

Essas ações são uma base do que funcionou para mim. Então, caso você tenha outras dicas, escreva nos comentários para mais pessoas ficarem sabendo. A melhor parte de atuar nessa área, é que as pessoas tem a cultura de compartilhar conhecimento.

Segundo a pesquisa “Databolha” no meu Linkedin, as pessoas levam entre 1 a 6 meses para conseguir uma vaga em Produto quando estão em processo de migração. No meu caso, foram exatos 6 meses, contados desde o início dos meus estudos até receber a primeira proposta de trabalho.

Fonte: Acervo pessoal.

A Bianca Maia, fundadora do Mentorellas, conta neste post que a transição dela aconteceu após entender que era hora de ”unir o útil ao agradável”. No meu caso foi bem similar.

Meu primeiro trabalho na área da tecnologia foi como analista de CX na 99, em contato direto com os clientes. Além disso, também já tive experiências em processos, melhoria contínua, projetos e uma atuação com um time de agilidade LatAm.

Como o intuito desse artigo é ser um pouco mais “direto ao ponto”, se quiser conhecer mais sobre o meu background, é só acessar meu linkedIn.

Em 2021, comecei a trabalhar no banQi como analista de processos com uma atuação um pouco mais próxima dos times de produto, reportando dados que traduzissem oportunidades de melhoria no aplicativo. Foi então que senti a necessidade de aprender a falar a língua do “Negócio”, para me comunicar melhor com os PMs e construir uma visão das dores do cliente alinhadas com as estratégias da empresa. — Se você trabalha com CX ou qualquer outra área que não seja Produto, esse “pulo do gato” vai te ajudar muito na hora de justificar os seus projetos.

E foi aí que encontrei uma oportunidade de migração de área.

Dado o contexto, hora de comentar cada etapa do que eu fiz.

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Comecei fazendo uma lista de soft skills e hard skills que um PM precisa ter e fui comparando com as minhas. Você encontra essas informações em vários sites na internet ou conversando com pessoas.

Por exemplo, eu já tinha a visão de experiência do cliente, melhoria contínua e eficiência. Esses pontos somados as soft skills e conhecimento de conceitos e frameworks de Produto, poderiam me colocar em uma posição bastante competitiva.

Confere esse vídeo que a Dani Lopes (@agarotadeproduto) fez para a Coderhouse sobre a migração dela de Arquitetura para Produto e como ela aproveitou skills em comum.

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Comecei meu processo de estudos em um curso gratuito da PM3 chamado “Imersão em Product Management” onde aprendi os conceitos básicos de forma bem rápida e construí meu 1º case de produto.

Fonte: Capa do meu 1º case de Produto, o App Academia PM Fit

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Com esse case, comecei a agendar conversas com pessoas que atuavam nas áreas de Produto e UX (Product Management, UX Research, Design de produto, etc) para pedir feedbacks.

Se você não conhece ninguém que atua em Produto, faça uma busca no LinkedIn por pessoas que atuam em áreas que te interessam, participe de comunidades com esse foco — como a Product Womem e a Mentorellas, exclusivas para mulheres e a Product Ops, para o público em geral — e convide as pessoas para bater um papo. Pouquíssimas pessoas vão negar uma conversa informal de 30 minutinhos.

Esses momentos são valiosos e vão te ajudar a entender o dia a dia, desafios, atribuições e até encontrar outras competências que podem te ajudar na migração.

Além disso, como você já estudou os conceitos básicos, já tem capacidade de acompanhar melhor as conversas.

Você é dessas pessoas que tem receio em abordar alguém para conversar? Lembre-se que, segundo a Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser, as pessoas retém muito mais o conteúdo quando ensinam outros do que lendo e fazendo cursos. Então, o processo de mentoria tende a ser positivo para ambos os lados.

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Também entrei em contato com pessoas que atuavam na mesma empresa que eu, mas na área de Produto. Essas pessoas, principalmente as que estão em cargos de liderança, podem mostrar um panorama da área e até deixar mais claro se existe espaço para migrar de área dentro da sua empresa atual, o que pode facilitar muito a migração.

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Comuniquei à minha gestão sobre o meu interesse.

Se você está trabalhando em uma empresa atualmente ou não, muitas vezes existem oportunidades próximas de nós que passam despercebidas simplesmente porque não comunicamos o que desejamos. Além disso, o poder do networking é gigante e pode abrir portas muito legais.

Comunicação é uma soft skill mandatória para um PM, então já vai treinando.

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Comecei a participar de todos os conteúdos gratuitos possíveis. Assim você vai se alimentando de informações, pode dividir seus interesses e validar suas ideias sobre carreira. Além, é claro, de conhecer pessoas novas.

Você pode seguir as escolas de produto no LinkedIn, influenciadores e profissionais que produzem conteúdo para essa área ou até as páginas dos próprios eventos.

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Agora que eu já tinha um pouco mais de certeza no que eu queria, investi em um curso pago que me traria mais conteúdo e embasamentos para as entrevistas de trabalho e para a migração.

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Atualizei o meu LinkedIn de acordo com o que era necessário para a área. Abaixo algumas dicas:

Palavras-chave

Ajustei meu perfil com as palavras-chave mais usadas pelos recrutadores. Para saber quais são, é só pesquisar vagas e ir comparando os textos.

O “Mapa de Carreiras”, do Vagas.com, também pode te dar uma ajudinha. É só digitar o nome do cargo que você busca ou algum nome similar e conferir o campo “Palavras-chave”.

Fonte: Print do “Mapa de carreiras”

Aqui também tem uma dica de artigo da PM3 sobre “As 10 competências mais comuns entre as vagas de PMs no LinkedIn”.

Título do perfil

Ajustei o título considerando o meu objetivo de carreira. Confira esse post da Angela Lemos com algumas dicas sobre como atualizar esse campo no seu perfil.

Descrição da experiência profissional

Nesta parte aproveitei não apenas para incluir as principais palavras-chave que eu já tinha identificado, mas também para mostrar os resultados que eu conquistei nos projetos desenvolvidos em cada experiência profissional.

Fonte: Acervo pessoal

“Sobre” do perfil

Aqui utilizei as mesmas palavras chave já identificadas. Além disso, foquei em comentar sobre o meu perfil comportamental, já que essa informação não aparece em outros campos no currículo.

Revisão do currículo

No site Resume Worded você consegue enviar o seu perfil do LinkedIn e ele ta dá uma pontuação com base em uma análise dos campos.

Espero que as dicas sejam úteis e, se quiser trocar uma ideia, é só me procurar pelo LinkedIn. 😉

Também já publiquei outro artigo comentando sobre Meus primeiros meses em um time de Produto. Vai lá conferir!

O mais importante de tudo: Acalme o coração! O processo de migração é difícil e vai exigir paciência, mas não esqueça de curtir o processo. Boa sorte! 🤗❤️

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Giuliette Bortoletto

I am driven by curiosity and love solving problems. Currently, I am working as a Product Manager at one of Brazil’s largest financial institutions.