Future QBs: Sam Darnold, USC

6-foot-4, 225 lbs

Henrique Bulio
5 min readDec 22, 2017

Ser um quarterback em Southern California tem sido um bom passaporte pra NFL no milênio atual:

A universidade costuma exportar diversos jogadores por conta de seu sistema ofensivo, que costumeiramente utiliza conceitos pro-style — um atributo que os scouts da liga profissional adoram. Ok, Palmer é o único da lista acima que teve uma boa carreira na NFL; ainda assim, USC é uma universidade bastante visada por grande parte dos analistas.

O novo queridinho dos mesmos provindo dessa faculdade é Sam Darnold. Com apenas 20 anos de idade, o jogador teria direito a ficar mais dois anos na California; entretanto, é mais plausível acreditar que, após o Cotton Bowl, Darnold anunciará sua intenção de adentrar prematuramente o Draft da NFL.

Eu vou começar esse scouting report com uma opinião pessoal: eu acho que Darnold deveria voltar para USC em 2018. Eu realmente acho que ele terá um grande futuro na NFL e, mais do que isso, que ele é digno de uma first overall pick quando decidir se declarar elegível. Sua temporada de sophomore, contudo, me criou preocupações com relação à sua transição para o nível mais alto. A primeira diz respeito ao altíssimo número de turnovers (19) cometidos na temporada — 12 interceptações e 7 fumbles, pendendo ainda o jogo contra Ohio State. A segunda tem relação direta com o decision-making do atleta: Matt Miller, do Bleacher Report, atribui uma alta porcentagem de jogadas ruins com o fato de Darnold tentar fazer demais com uma arm strength que não é excepcional; por último, a inconsistência do jogador ao longo do ano não é algo que será visto com bons olhos pelas equipes da liga profissional.

Sam Darnold teve uma carreira interessante na San Clemente High School: com as atenções dividas com o basquete nos primeiros anos de ensino médio, ele lançou para mais de 3000 jardas junto de 39 touchdowns no senior year, além de apresentar uma boa ameaça pelo chão. Na condição de four-star recruit, utilizou a redshirt em 2015 e assumiu a titularidade depois de três partidas no ano posterior, quando os Trojans apresentavam uma campanha com duas derrotas e apenas um triunfo. Dali até o fim da temporada, USC não perderia jogo algum, incluindo um duelo memorável contra Penn State no tradicionalíssimo Rose Bowl.

Em 2017, as altíssimas expectativas sobre o quarterback foram substituídas por alguns pontos de interrogação. Se antes Sam era favorito ao Heisman e a primeira escolha geral no Draft de 2018, seu desempenho ao longo do ano não correspondeu à expectação existente. Ainda assim, USC encerrou a temporada regular como campeã da Pac-12 South e, posteriormente, venceria a conferência, garantindo vaga no Cotton Bowl contra Ohio State.

O que há de bom:

  • Atleticismo;
  • Acurácia em passes curtos e intermediários;
  • Excelente pocket passer;
  • Porte físico;
  • Intangibles

Diferente de Josh Rosen, que não é o melhor exemplo do que é ser um líder, Darnold é diferenciado quando o assunto é relacionado aos aspectos mentais do jogo. Ele é um ótimo líder e sabe lidar com o que a posição exige. Como não se lembrar do drive final contra Texas em setembro, onde USC marchou o campo todo em menos de um minuto logo após sofrer o touchdown da virada? Os Trojans venceriam ainda aquele confronto no rematch do histórico Rose Bowl de 2006.

Sam não chega a ser um quarterback especial em termos de mobilidade, mas seu atleticismo permite que ele consiga estender jogadas e se sinta confortável fora do pocket. Quando dentro do mesmo, contudo, é quando ele realmente se destaca: sua precisão em passes curtos e intermediários é altíssima e ele possui força suficiente no braço para fazer a grande maioria dos lançamentos com precisão.

Com 1,93m de altura e 102kg, o porte físico do jogador também é daqueles que agrada aos executivos da liga profissional.

O que há de ruim:

  • Progressões;
  • Inconsistência;
  • Alta tendência a cometer turnovers;
  • Mecânicas

Inconsistência e turnovers são dois assuntos supracitados; o que Darnold pode melhorar é sua visão do campo, acelerando suas progressões; além disso, a mecânica de passe do jogador é ruim e também inconsistente, pendendo refinamento.

Quatro descidas:

  • Comparação na NFL: É difícil analisar Darnold e não se lembrar de Andrew Luck. É claro, o antigo jogador de Stanford é um jogador melhor como um todo; no entanto, as similaridades físicas e o modo de jogador não são assim tão diferentes. Assim como Luck, Darnold é um pocket passer clássico que consegue estender jogadas com as pernas.
  • Aonde ele se encaixa: Todas as equipes poderiam se utilizar de um quarterback do modo mais tradicional, claro. Browns e Giants, as duas prováveis equipes do topo do Draft e que devem ir atrás de um quarterback na primeira rodada, seriam duas ótimas apostas.
  • Ele está pronto pra jogar desde o primeiro dia: As dúvidas que a temporada de 2017 trouxeram não foram poucas e, caso realmente se declare, o ideal seria que o jogador ficasse um ou dois anos aprendendo fora de campo.
  • Projeção para o Draft: Quando se declarar, seja em 2017 ou em 2018, Darnold será uma escolha de início de primeira rodada.

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Henrique Bulio

Numa eterna cruzada contra o feijão por cima do arroz.