Como eu consegui dinheiro para fazer uma volta ao mundo?

Todas as minhas estratégias para reunir a grana que eu precisava.

Igor Mariano
Revista Passaporte
4 min readMay 15, 2018

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EU SEMPRE GOSTO de frisar os meus privilégios. Não ignorá-los é uma maneira de valorizar as oportunidades que tive e de respeitar quem não teve. Graças aos meus pais eu tive acesso à alimentação, saúde, educação e confortos básicos durante toda a minha vida. Mesmo que minha família não esteja bancando a minha volta ao mundo, essa estrutura possibilita que a realização do sonho seja mais palpável do que para quem não tem o básico.

Um dos meus privilégios foi o de viver em uma família financeiramente organizada. Ou seja, eu aprendi desde cedo a economizar e guardar dinheiro. Por isso, mesmo depois de adulto, cultivei o hábito de poupar. Do meu primeiro trabalho como estagiário e daí em diante, eu sempre guardei um pouco do salário. Assim, antes de sequer imaginar que hoje estaria tão perto da volta ao mundo, eu já tinha uma poupança.

Quando comecei a ficar insatisfeito com o rumo que minha vida vinha tomando e resolvi que um dia faria uma volta ao mundo, saquei o dinheiro que eu tinha na poupança e resolvi colocar em algum investimento que me desse mais retorno.

Depositei esse valor inicial no Warren, que é uma fintech de investimentos online. Nesse site eu pude escolher como queria investir o dinheiro de acordo com os fundos do portfólio da corretora. Escolhi investir no fundo MM1, que direcionava 95% do meu dinheiro para renda fixa e 5% para o mercado de ações. Era um investimento seguro, porém não totalmente conservador.

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Também defini o valor que eu precisaria investir todo mês, focando em alcançar a meta em médio prazo e fiz o compromisso de sempre depositar esse dinheiro logo que o meu salário caía.

Algumas vezes consegui investir mais do que o estipulado, graças à grana extra que eu ganhava fazendo trabalhos como freelancer, ou com o décimo terceiro, ou com as férias e até com uma venda online de coisas que eu não usava mais (impressora, violão, celulares antigos, entre outros). Cada depósito extra encurtava o prazo para alcançar a minha meta.

Agora na reta final eu pedi demissão da empresa que eu trabalhava e então recebi os valores referentes aos meu direitos trabalhistas, que também foram direto para o objetivo de dar a volta ao mundo.

Além disso, agora que o grande dia está chegando, coloquei o meu carro a venda. Já estava nos planos vendê-lo para realizar esse sonho, pois sei que quando se tem um objetivo é necessário fazer escolhas e sacrifícios. O meu carro é um modelo popular, porém o valor da venda dele era importante para completar o dinheiro que eu tinha definido como meta.

Mas não para por aí. Não é porque não tenho mais uma carteira assinada que eu pretendo ficar completamente sem renda. Eu sempre fiz freelas e trabalhos esporádicos de direção de arte, marketing e produção de conteúdo em paralelo com meu emprego fixo. Muitos destes trabalhos não exigem a minha presença física e poderão ser mantidos mesmo à distância, o que possibilita que eu consiga uma grana enquanto estiver na estrada.

Outro ponto crucial é que não existe custo certo para dar uma volta ao mundo.

Parece absurdo, mas é possível fazer uma volta ao mundo com 100 mil reais, com 50 mil, com 30 mil, com 10 mil e até de graça. Tem gente que viaja por um mês, por um semestre, por um ano, por uma década e tem até quem viaje pra sempre. Tem gente dando a volta ao mundo de bicicleta e ficando em couchsurfing. Tem gente que vai de carro e trabalha em hostels em troca de hospedagem. Tem gente trabalhando em cruzeiros marítimos e companhias aéreas. Acredite, tem até gente indo a pé!

É claro que também tem gente voando de primeira classe e ficando em hotéis de luxo. Todavia, eu tenho a impressão de que quanto mais dinheiro disponível a pessoa tem, menos tentadora é a ideia largar tudo e viajar. Nas minhas pesquisas eu percebi que a maioria dos viajantes que deram uma volta mundo eram pessoas comuns como eu e você, e não empresários milionários ou grandes celebridades.

E outra: é uma questão de prioridade. Quem não quer fazer uma volta ao mundo extremamente low cost precisa ter grana para custear a viagem e, a não ser que dinheiro realmente não seja um problema, vai precisar fazer escolhas. Escolhas que vão desde evitar jantar em restaurantes caros, passando por não ter mais um carro e terminando em pedir demissão de um emprego estável.

Se a prioridade da sua vida for decorar a casa, ou ir em festivais de música, ou estar sempre na moda, ou casar, ou ter filhos, ou (insira aqui qualquer uma das infinitas possibilidades), a volta ao mundo provavelmente não vai acontecer. Pelo menos não por enquanto. O motivo não é falta de dinheiro, simplesmente seus objetivos são outros — e tudo bem!

Para entender melhor a minha volta ao mundo, porque eu decidir partir, quando eu vou, por quais países eu vou passar e outros detalhes, leia “O que eu tô fazendo com a minha vida?”.

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Igor Mariano
Revista Passaporte

Brasileiro, gestor de marketing, apaixonado por viagens, café, cerveja, livros e tudo que nos distrai • www.instagram.com/igor_mariano