Estadão, boas intenções no fim de feira

Igor Carrasco
2 min readNov 12, 2015

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O Estadão lançou, nesta quarta-feira (11), um aplicativo para facilitar a participação dos leitores em coberturas. Foi no mesmo dia em que, depois de uma década, a CNN decidiu aposentar o iReport, um aplicativo que permitia que a audiência participasse de coberturas.

O aplicativo em questão: você no Estadão. Foto: Divulgação

“O leitor não é mais passivo: ele participa, opina, critica e sugere. Muitas dessas informações são usadas pela redação, entram na discussão de pauta e até viram matéria” (editor-executivo de Conteúdos Digitais do Estadão, Luis Fernando Bovo)

A ideia do Estadão é louvável. Quem, afinal, não quer mais participação do leitor? Ela é cada vez mais importante. Ajuda a fazer jornalismo com a agilidade exigida hoje em dia, permite ao jornal estar onde as coisas acontecem segundos depois dos fatos.

Se um avião cai na frente da sua casa, são grandes as chances de que você vá colocar as fotos da catástrofe no Twitter, no Facebook, no WhatsApp ou no Medium. O aplicativo do Estadão, ou de qualquer outro veículo, estaria longe das primeiras opções.

Há uma razão para a aposentadoria do iReport pela CNN: as redes sociais mudaram totalmente a dinâmica de participação da audiência. Ninguém mais precisa dos grandes veículos de comunicação para disseminar material. Eles ainda mantém potência e poder de ditar a agenda na maior parte das vezes, mas não são a melhor forma de obter capital social. Ninguém quer ter uma foto publicada com uma mísera legenda. É bem melhor ser retweetado, ou ter um post embeddado em uma matéria.

Onde estou querendo chegar?

O Estadão teve a intenção certa, mas chegou tarde. Hoje, é mais jogo buscar o apoio do leitor nas redes sociais. Os decks de administração como HootSuite, TweetDeck e afins possuem ferramentas de busca simples bastante efetivas, com demarcação geográfica, de tempo e diversos fatores mais. Na dúvida, até a hashtag pode ser uma boa.

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Igor Carrasco

Ex-jornalista, Mestre em Futuro do Jornalismo pela New York University