6 dicas úteis para Dodge and Burn no Photoshop
Basicamente, o Dodge and Burn é uma técnica muito boa para valorizar as luzes (dodge) e sombras (burn), contribuindo para melhorar a volumetria do objeto retratado.
Muitas pessoas quando me procuram para meu workshop, chegam com a seguinte ideia: “escurecer mais onde é escuro e clarear mais onde esta claro” e eu acabo dizendo que sim, eles estão certos, porém, existe sempre algo que diferencia um bom dodge burn de um ruim. Escurecer mais e iluminar mais na mesma proporção acaba deixando sua imagem achatada e estranha.
Estas 6 dicas me ajudam diariamente em meu trabalho de tratamento de imagem, vamos lá!
Dica 1: Go Black and White
Na minha dica anterior, sobre separação de frequências, eu falei sobre como trabalhar com a imagem em preto e branco é útil para focar em tons de cores e nas luzes e sombras.
A melhor maneira de enxergar as luzes e sombras para fazer o dodge and Burn é deixando a imagem em preto e branco através das camadas de ajuste temporários. Use e abuse das curves para escurecer ou clarear e enxergar pontos tênues de luz e sombra nas áreas em que você vai trabalhar.
Dica 2: escolha o tipo certo de pincel
Normalmente, alguns pincéis redondos do photoshop resolvem muito bem o dodge and burn, como o da imagem abaixo:
Eu sou do tipo de pessoa que odeia presets, actions ou packages. Gosto de fazer do meu jeito ou no máximo criar um preset ou action das minhas coisas e pra mim.
Há maneiras de se construir seu próprio pincel ou mesmo editar um já existente no menu brush (farei um post sobre estes temas mais tarde).
A principal idéia aqui é obter um pincel em que as bordas sejam suaves e nem criem marcas ou riscos rígidos no traçado. Caso queira melhorar algum pincel existente, as opções Shape Dynamics, Scattering e Transfer podem lhe ajudar, então treine até conseguir um pincel em que você se ajuste melhor.
Dica 3: Hardness, Flow e Opacity baixos
Quanto maior o Hardness (dureza) do pincel, maior será a rigidez das bordas em seu traçado, ou seja, pouca transição entre a área pintada e o restante da imagem e para o Dodge and Burn, na maioria das vezes, você precisa evitar que essa transição seja muito curta.
Para a técnica, na maioria das vezes, eu trabalho com valores entre Zero e 10% (lembre-se, sutileza é a palavra chave do dodge and burn). Acredito que os valores altos para o hardness são interessantes quando você está trabalhando delimitando áreas na layer mask.
Se você tem dúvidas sobre o que cada uma dessas propriedades fazem, tem uma tabelinha fácil demonstrando-as:
Por ela você perceberá que o hardness trabalha nas bordas do pincel, eliminando marcações mais duras. Opacity e flow irão influenciar bastante a quantidade de tinta. O flow é mais próximo do natural, você terá diferentes traçados dependendo da velocidade e pressão aplicada, já a opacidade, é um processo artificial em que os valores aplicados são constantes.
Quando você vai fazer um tratamento de pele, eu acredito que o flow é a propriedade mais importante para o dodge and burn, deixo ela normalmente entre 1% e 5%, isso quer dizer que se você quiser marcar bem a área, você terá que passar o pincel algumas vezes a mais em cima do traçado, mas pelo menos tenho maior controle do que está acontecendo. Da mesma forma, mantenho a opacidade por volta de 10%.
Agora se você estiver trabalhando com uma imagem de paisagem ou outro tema, é comum ver profissionais trabalhando com flow e opacity entre 20% e 40%.
Costumo dizer que nesta técnica, assim como a maioria das técnicas no photoshop, exige-se tempo e paciência, não sendo raras as situações em que fotógrafos e retouchers dedicam uma hora ou mais nessa etapa.
Dica 4: Use curvas de ajuste
Existem diversas formas de se fazer o dodge and burn, vou citar três bastante frequentes e explicar o motivo de eu preferir usar curvas.
A primeira é usar as ferramentas de dodge e burn do photoshop.
Sinceramente só vejo pessoas muito iniciantes usando estas ferramentas e pra mim, a grande limitação destas ferramentas é a falta de controle e o resultado rude. Estas ferramentas te obrigam a trabalhar diretamente na imagem e o único controle disponível é o exposure, variando de 0% a 100%.
A segunda é duplicar a imagem, aplicar o filtro high pass com um valor alto (por volta de 30), alterar o blend mode para SoftLight e em seguida adicione layer mask. Brinque com a opacity e flow do pincel, pintando as áreas que você deseja marcar as sombras e luzes. As desvantagens desta técnica é que você vai trabalhar a luz e a sombra na mesma layer e infelizmente, alterando bastante a textura da pele.
A terceira é bem comum entre meus alunos: fazer o dodge com o pincel branco em uma camada e burn com um tom escuro da pele (use o Eyedropper tool) em outra camada. Em ambos utilize o blend mode como softlight. Esta técnica é boa, a única desvantagem é que você fica preso a um padrão de cor (branco e tom escuro), dando a impressão de sombras e luzes bem marcadas, mas dependendo da imagem você nem nota, pode ser útil para uma edição rápida.
Não costumo recomendar as duas primeiras técnicas, mas cada pessoa vem com um aprendizado diferente.
A minha técnica favorita é usando curves. É simples, fácil e o mais importante, é sutil! Basicamente, adicione duas camadas de curvas de ajustes, uma para luz e outra para sombra. Arraste a curva ao seu gosto, é como sal e pimenta, cada um tem uma dose para o tempero. Preencha a layer com preto, mude a cor do pincel para branco, fazendo os ajustes da dica 3.
Quando você for trabalhar os tons escuros, altere o blend mode para Luminosity, pois assim você mantém a luminosidade e mistura esta camada com a matiz de saturação, ou seja, cores! Desta forma você evita que as sombras fiquem pretas, pois naturalmente, elas não são!.
Dica 5: Entenda a anatomia e volumetria
Venho de uma juventude fanática por quadrinhos e eu adorava os HQ's da Gen13 ou mesmo alguns do x-men. Isso me animou na hora de treinar o desenho a mão livre e consegui me dedicar alguns anos à essa arte. Adorava mangás, mas preferia os HQ's americanos pelo simples motivo: eles são mais detalhistas na anatomia.
Saber a anatomia de um abdômen por exemplo, pode lhe ajudar na hora de moldá-lo usando a ferramenta liquify (farei um post sobre isso mais tarde), na separação de frequências e principalmente no dodge and burn. Uma sombra bem aplicada pode fazer com que a modelo tenha uma barriga mais sarada e reduzindo medidas. Se vocês repararem nas revistas que são vendidas nas bancas, como por exemplo a vip, trip, playboy, sexy, gq, status, etc, irão reparar que estes tipos de músculos estão sempre em evidência:
Mas e a história da volumetria? bom, o que define a volumetria é a aplicação de luz e sombra corretamente, criando a sensação de volume e profundidade. Por isso eu digo, não saia aplicando dodge and burn que nem um doido, exaltando da mesma forma as luzes e sombras. Lembre-se, sutileza é a palavra chave desta técnica.
Se você tiver alguns minutos, veja este video abaixo sobre volumetria:
Dica 6: 70% sombras, 30% highlights
O que eu vejo é que em 90% das imagens em que trabalho, eu acabo utilizando muito mais as sombras para dar aquela definição na musculatura. Basicamente ela ajuda a dar volume aos seios, "trinca" o abdômen, fortalece coxas, braços e panturrilhas.
Normalmente me dedico muito mais a definir as sombras do que as luzes e a imagem abaixo mostra o processo através da layer mask.
Eu utilizo a camada da luz para suavizar as sombras ou melhorar a textura em modelos com óleo ou água no corpo.
Bonus: Organização DBGlobal, DBLocal e DBAmbiente
Acho interessante organizar seu fluxo de trabalho pra ter maoir controle do que está fazendo. Eu organizo o dodge and burn em dois ou três grupos. Costumo separar grupos para trabalhar o corpo da modelo (DBLocal), roupas e cabelos (BGG) e elementos do ambiente (DBAmbiente).
É isso pessoal, se vocês gostaram das dicas compartilhe com os amigos!!
Israel Tannus é fotógrafo e retoucher eapecializado em fotografia sensual.
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