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Alunos da Poli são trancados em prédios por ordem do instituto

Jornal A Greve
2 min readSep 26, 2023

Procurados pela redação do A Greve, funcionários dos edifícios afirmam não terem permissão para falar

Fonte: Arquivo Pessoal / A Greve

Na noite desta segunda-feira (25), dois grupos de alunos da Escola Politécnica da USP (Poli) foram trancados dentro dos prédios de Engenharia Elétrica e Civil, por cerca de 40 minutos, durante a tentativa de piquetar o espaço — isto é, bloquear as entradas do local. A situação aconteceu após os estudantes aprovarem, em Assembleia Estudantil, a adesão à greve geral da Universidade, que já soma mais de 20 institutos.

A votação favorável à greve aconteceu no Anfiteatro Vermelho da Poli. Em seguida, os alunos se concentraram no prédio da Engenharia Elétrica, para organizar os próximos passos da adesão. Dentre eles, está o piquete, feito para garantir a paralisação de aulas e laboratórios. Às 7h30 desta terça-feira (26), está prevista a realização de uma atividade avaliativa, que os alunos pretendem impedir com o bloqueio das entradas ao edifício.

“Quando me aproximei da entrada, os seguranças receberam em seus rádios o comando para fechar as portas. Um deles me disse que eu seria o último [a entrar no prédio da Engenharia Elétrica]”, disse Ronaldo* em entrevista ao A Greve. Dois professores também ficaram trancados, entre eles o docente José Aquiles Grimoni, coordenador do curso de graduação em engenharia elétrica.

O processo de fechamento ocorreu simultaneamente em todos os prédios da Escola. Procurados pela nossa equipe no local, os seguranças afirmaram que a ordem de impedir entradas e saídas partiu da “Central da Poli” e da Guarda Universitária, e que eles não tinham autorização para comentar o assunto. Durante a Assembleia Estudantil, a Polícia Militar e a Guarda Universitária da USP fizeram rondas em frente ao Anfiteatro.

Após 40 minutos presos dentro dos prédios, os alunos puderam sair, mas foram impedidos de retornar ao edifício, que continuou fechado pelos seguranças.

A greve geral organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) começou no dia 21 de setembro, quinta-feira. O movimento foi deflagrado anteriormente na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), no dia 19 de setembro, e contou com a adesão de diferentes institutos nos dias subsequentes. Os alunos lutam pela contratação de professores, pelo retorno do gatilho automático de contratações — a abertura imediata de concurso após a aposentadoria ou saída de algum docente — e pela melhoria das políticas de permanência.

* Nome alterado para preservar a integridade do entrevistado.

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