A transmídia nos jogos.

Lucas Pliessnig Stoekly
4 min readNov 20, 2017

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Quando falamos da franquia de Harry Potter falamos de um uma narrativa vinculada a várias mídias digitais que vai muito além do que apenas um jogo. Este fenômeno se chama narrativa transmídia.
Narrativa transmídia ou narrativa transmidiática, do inglês “transmedia storytelling” é aquela que se desenrola por meio de múltiplos canais dentro da mídia. Cada um deles contribuí de forma distinta para a compreensão de um universo narrativo.
Os mundos criados pela literatura são inspirações para os games há décadas. Desde que o RPG(real player game )clássico de 1974 ,Dungeons e Dragons, baseado nos escritos de J.R.R Tolkien , criador da trilogia O Senhor dos Anéis, serviu como inspiração para vários jogos digitais. Isso nos deixa claro que não foi por acaso que criaturas adoráveis como elfos, anões e magos ganham um espacinho crucial em games também.

Os games da série “The Witcher”, não só são inspirados mas também são um complemento dos livros de Sapkowski, expandindo a narrativa escrita através de jogos que aproveitam os mesmos personagens, cenários e acontecimentos retratados na série . Como os jogos acontecem cronologicamente após os livros, permite-se que o jogador encontre vários destinos diferentes para o protagonista por meio de decisões e missões que variam de acordo com o trajeto escolhido.

The Witcher é um exemplo das possibilidades de integração entre literatura e games. Além disso, atualmente os jogos não só estão se inspiram nas histórias escritas, mas também estão se tornando parte de um novo modelo de narrativa literária. Muitos jogos que integram a narrativa transmídia são considerados livros interativos por autores, crítica e público.
O mais comum é que games desse gênero usem bastante texto, combinado a imagens estáticas. Jogar uma visual novel( e não falo só dos jogos japoneses inspirados em animes ) é como ler um livro em que é possível decidir o destino das personagens, embora o jogador não saiba das consequências de cada uma de suas decisões.
A softhouse criou um jogo baseado no universo transmídia de Game of Thrones que tem conexão tanto com os livros quanto com a série de TV da HBO inspirada neles. O sucesso dos títulos da Tell tale e Quantic Dream é um indicativo de que os games podem ser um novo futuro promissor para a publicação de narrativa literária, já que o enorme público gamer está aberto para aprecia-las. O engajamento na narrativa se torna muito maior, quando o mesmo provem de várias mídias diferentes, abordados de vários aspectos diferentes. Em um o leitor se vê como expectador, com possibilidade de apenas apreciar a obra e aceitar as decisões e o destino que estas decisões trarão para o personagem, enquanto na outra, o mesmo se torna o próprio responsável pelo destino do personagem , dentro das limitações impostas pelo jogo. Os exemplos de narrativa transmidia de jogos com filmes é enorme, mas também pode abordar jogos inspirados em animações , animações inspirados em jogos, narrativas inspiradas em jogos e por aí vai. Um bom exemplo disso é do clássico “Disney’s Magical Quest”. Nele o objetivo é encontrar o cão de mickey, Pluto, e derrotar o vilão Bafo-de-Onça. Mickey utiliza roupas que dão poderes especiais para ajudá-lo a lutar. Não para por aí, grande parte das animações da disney ganharam sua versão em jogos digitais e marcaram a infância de muitos fãs da disney que apreciaram diversas formas de narrativas de suas histórias favoritas.
A narrativa transmídia surgiu a muito tempo e continua sendo tendência na criação de jogos digitais que visam narrativas literárias fortes e maior engajamento do jogador com relação a trama do jogo.

Fontes : Narrativas desafiam limites entre games e literatura

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