O digital e a inovação na mídia. Como entrar neste jogo?

Pedro Denucci
5 min readFeb 19, 2017

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O jogo mudou. Tudo ficou mais difícil e mais caro. Não ficamos mais grudados em um único canal de TV no domingo como se fossemos crianças de 3 anos hipnotizadas nos canais infantis vendo um programa após o outro. Estamos agora na era da puberdade aonde somos impactados por diferentes conteúdos simultaneamente em diversos tamanhos de telas (TV, celular & tablet) e opiniões são criadas e mudadas a cada instante nas redes sociais através de pessoas que nunca vimos e paginas que nunca existiram de verdade (Fakenews). Os meios de comunicação se diversificaram e precisam agora ser combinados para gerar mais frequência no mesmo publico alvo. As marcas mais admiradas carregam um propósito… uma verdade que se conecta com as pessoas. E como ficam as empresas e as agências neste novo mundo mutante?

Este mundo foi moldado em cima de alguns hábitos de consumo da informação: Acesso ao conhecimento, personalização, tempo & credibilidade. Quanto mais pessoas tem acesso ao conhecimento em diferentes fontes de conteúdo, mais opiniões e comportamentos são construídos. Saímos da antiguidade aonde este acesso ao conhecimento era restrito aos poucos que sabiam ler e chegamos a 3 bilhões de pessoas com acesso a internet. A cada período adicionamos uma forma mais pessoal de comunicar: Impresso, radio, TV, 1.000 canais de TV a cabo e o Digital. O Tempo de resposta se tornou imediato e a credibilidade do conteúdo consumido se mescla com as opiniões pessoais de personalidades que até pouco tempo atrás nunca tinham sido vistas na TV ou entrevistadas por jornais e revistas especializados.

A inovação e os novos profissionais de mídia chegaram junto com o digital e com as suas plataformas online globais com alto nível de investimento, evolução tecnológica recorrente e comunicação sob medida. Trazendo uma nova forma de combinar meios e planejar a presença de uma marca… aonde todas as ações de comunicação podem ser micro segmentadas em 1.000 diferentes campanhas por tamanho de tela (Celular, PC, tablet e TV), por tipo de veículo, por afinidades, por hábitos de uso e por geolocalização (Onde você está e os principais lugares que passou). Estes profissionais também carregam a cultura de quantificar continuamente o impacto gerado nestas micro campanhas potencializando a sua exposição com a combinação inteligente de diferentes meios de mídia Online + Offline ( Ex: PR + youtubers & blogs, TV+Youtube+Lives Streams, OOH+Radio com Links+Blast de banners fora das grandes cidades, reforço no facebook e Twitter com marca + Atendimento, ações de remarketing) e nas vendas com 0800/sites específicos para cada ação. Além disso, todo este investimento alocado pode ser alterado em tempo real através de ferramentas de mídia programática (digital e TV*) e de inteligência artificial. * Apenas nos EUA.

Para manter a vantagem competitiva nesta corrida armamentista pela inovação e pela micro segmentação, a visão financeira combinada com as metricas (ROI — Return of investment) serve como mais uma ferramenta de tomada de decisão buscando o equilíbrio entre a performance, o alcance, a frequência e a inovação tecnológica disponível. Colocando assim nossos pés no chão diante desta disneylandia de novas soluções, algoritmos, metodologias e consultorias que nos impactam e batem na nossa porta diariamente.

Tecnologias e ferramentas de inteligência artificial. (Fonte :Forrester — TechRadar)

E aquele papo das marcas mais admiradas que carregam um propósito… Uma verdade que se conecta com as pessoas? Perdemos isso?

Não perdemos. Estas empresas e agências não mudaram seu plano de mídia… Continuam fazendo o mesmo discurso nos mesmos programas de TV com maior custo. Uma única e boa linha criativa ainda consegue criar identidade com o consumidor. Entretanto apostar a maior parte das fichas em uma mídia tradicional, não cria mais um elo tão forte. Neste jogo precisamos usar o que temos de melhor de comunicação personalizada nestas tecnologias e assim suportar a construção de uma marca verdadeira que se conecta com cada ser humano, que respeita os seus clientes, que defende causas que acredita e que pede desculpas quando necessário. Empresas e agências precisam mudar os seus respectivos escopos e atuações. Tudo precisa evoluir… e isso não é nada fácil.

Para tiramos o melhor de qualquer processo disruptivo, o primeiro passo é revisitar a estratégia da empresa e entender os pontos fortes e fracos na relação com os seus clientes. Adicionar as possíveis iniciativas de “Big Data” e “Customer Journey”, uma visão mais profunda dos reais motivadores de aquisição, permanência e abandono por marca e por tipo de consumo ou produto. Tudo suportado por uma estrutura de pesquisa mais ampla e perene. Na agência precisamos de um parceiro de negócio com pensamento integrado, acompanhando as métricas, sugerindo mudanças de curso, buscando oportunidades e evoluindo junto.

Respondendo finalmente a pergunta. A cultura das métricas e a inovação são elementos obrigatórios e tem seus efeitos potencializados quando existe um ambiente corporativo receptivo e uma agencia parceira com ótimas linhas criativas que valorizam o propósito e a verdade da marca, seus clientes e as vendas (é claro). Reagindo e pensando na mesma velocidade que os seus painéis/dashboards de insights. Sem isso, não entramos nem no jogo.

O maior desafio não está na máquina ou na tecnologia mais avançada apenas. Está na capacidade de entender os problemas, fazer as perguntas certas, estar aberto as mudanças e saber comunicar rapidamente e de forma pessoal… No mundo aonde tudo é medido em tempo real, entender qual é o problema continua sendo a questão mais presente desde a criação do homem.

Bem-vindo ao jogo.

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