Coronavírus: Porque É Que Se Deve Agir Imediatamente

Rafael Remondes
Tomas Pueyo
Published in
27 min readMar 14, 2020

Aviso: Este é um artigo traduzido. . O artigo original em inglês é da autoria de Tomas Pueyo e pode ser consultado aqui. Esta tradução é da autoria de António Cascais, Nélson Carvalho, Cedric Pimenta, Rafael Remondes e Nuno Carvalho.

Actualizado a 13/03/2020. Agora reflete a actualização da estratégia de contenção vs estratégia de mitigação. No fundo do artigo, encontram-se traduções para 13 línguas. Enviem-me mais traduções existentes nas notas privadas, no fundo do artigo. Este artigo recebeu 18 milhões de visualizações nas últimas 48 horas.

Com tudo o que está a acontecer sobre o Coronavírus, poderá ser muito difícil tomar uma decisão sobre o que fazer hoje. Devo aguardar por mais informação? Devo fazer alguma coisa hoje? E fazer o quê?

De seguida, descrevo o que este artigo irá abordar, com muitos gráficos, dados e modelos, repletos de fontes:

  • Quantos casos de Coronavírus irão existir na sua área?
  • O que irá acontecer quando esses casos acontecerem?
  • O que deve fazer?
  • Quando?

Quando acabar de ler este artigo, estas serão as suas conclusões:

O coronavírus chegará a mim.
Chegará a uma velocidade exponencial: primeiro gradualmente, e depois repentinamente.
É uma questão de dias. Talvez uma semana ou duas.
Quando isso acontecer, o seu sistema de saúde será sobrecarregado.
Os seus concidadãos serão tratados nos corredores dos hospitais.
Os profissionais de saúde estarão exaustos e ir-se-ão abaixo. Alguns irão morrer.
Eles terão de decidir quais os paciente que receberão oxigénio e quais morrerão.
A única forma de prevenir isto é o distanciamento social hoje. Não amanhã. Hoje.
Isso significa manter as pessoas em casa o mais possível, a começar agora.

Como um político, líder de uma comunidade or líder de negócio, tu tens o poder e a responsabilidade de prevenir isto.

Poderá ter medos hoje: E se estiver a exagerar? As pessoas vão-se rir de mim? Ou elas ficarão zangadas comigo? Vou parecer estúpido? Não será melhor se esperar até que outros tomem o primeiro passo? Irei causar demasiados danos à economia?

Mas daqui a 2–4 semanas, quando todo o mundo estiver de quarentena, quando os preciosos dias de distanciamento social para os quais contribuíste terão salvo vidas, as pessoas não te irão criticar mais: elas agradecer-te-ão por teres tomado a decisão correcta.

Ok, vamos a isto

1. Quantos Casos de Coronavírus Irão Existir na sua Área?

Crescimento Por País

O número total de casos cresceu exponencialmente até que a China conteve o vírus. Só que o vírus espalhou-se para fora do país e agora é uma pandemia que ninguém consegue parar.

Ao dia de hoje (10 de março), é sobretudo devido a Itália, Irão e Coreia do Sul:

Há tantos casos na Coreia do Sul, Itália e Irão que é difícil ver o resto dos países, mas vamos focar o canto inferior direito.

Há muitos países com uma taxa de crescimento exponencial. Ao dia de hoje (10 de março), a maior parte deles são ocidentais.

Se a taxa de crescimento se mantiver durante apenas uma semana, este é o resultado:

Se quer entender o que vai acontecer, e como o podemos prevenir, tem que olhar para os países que já passaram por esta fase: China, países do leste asiático com experiência a lidar com crise da SARS e Itália.

China

Este é um dos gráficos mais importantes.

As barras cor de laranja mostram o número oficial de casos na província de Hubei: Quantas pessoas foram diagnosticadas no respetivo dia.

As barras cinzentas mostram o real número diário de casos do coronavírus. O Centro para Controlo de Doenças Chinês descobriu estes números perguntando aos pacientes diagnosticado, quando os sintomas apareceram pela primeira vez.

Crucialmente, estes casos reais não eram conhecidos na altura. Nós apenas os conseguimos encontrar olhando para trás: as autoridades não sabem que alguém começou a ter sintomas. Eles sabem apenas quando alguém vai ao médico e é diagnosticado.

O que isto significa é que as barras cor de laranja mostram o que as autoridades sabiam, e as barras cinzentas mostram o que estava realmente a acontecer.

No 21 de Janeiro, o número de novos casos diagnosticados (cor de laranja) explodiu: houve aproximadamente 100 novos casos. Na realidade, houve 1500 novos casos nesse dia, um crescimento exponencial. Mas as autoridades não sabiam disso. O que eles sabiam era que, de repente, havia 100 novos casos desta doença.

Dois dias depois, as autoridades fecharam Wuhan. Nesse momento, havia aproximadamente 400 novos casos diagnosticados diariamente. Tome nota deste número: eles tomaram a decisão de fechar a cidade com apenas 400 novos casos num dia. Na realidade, haviam 2500 novos casos nesse dia mas eles não sabiam disso.

No dia seguinte, outras 15 cidades em Huabei foram fechadas.

Até ao dia 23 de Janeiro, quando Wuhan fechou, pode-se observar no gráfico cinzento: o crescimento era exponencial. O número de reais casos estavam a explodir. Assim que Wuhan fechou, os casos abrandaram. No dia 24 de Janeiro, quando 15 outras cidades foram fechadas, o número de novos casos parou totalmente (gráfico cinzento mais uma vez). Dois dias depois, o número máximo de casos reais foi atingido, e tem diminuído desde essa altura.

Note que no gráfico cor de laranja (números oficiais), os casos continuavam a crescer exponencialmente: por mais 12 dias, parecia que esta situação continuava a explodir. Mas não estava. O que estava a acontecer era que as mais infectadas estavam a ter sintomas mais fortes e mais pessoas iam ao médico, logo o sistema identificava mais pessoas.

Este conceito de casos oficiais e casos reais é importante. Vamos manter isto em mente para mais tarde.

O resto das regiões na China estavam bem coordenadas pelo governo central, então elas tomaram medidas imediatas e drásticas. Este é o resultado:

Cada linha plana é uma região Chinesa com casos de coronavírus. Cada linha tinha o potencial para crescer exponencialmente, mas graças às medidas que estavam a ser tomadas no fim de Janeiro, todas elas mostram que o vírus foi parado antes de ser espalhado.

Entretanto, Coreia do Sul, Itália e Irão tiveram um mês inteiro para aprender mas não o fizeram. Eles começaram com o mesmo crescimento exponencial de Hubei e ultrapassaram todas as outras regiões Chinesas antes do final de Fevereiro.

Países do leste asiático

O número de casos na Coreia do Sul explodiu, mas já te perguntaste porque é que isso não aconteceu no Japão, Taiwan, Singapura, Tailândia ou Hong Kong?

Todos eles foram atingidos por SARS em 2003 e todos eles tiraram as devidas lições. Eles aprenderam o quão viral e letal isto pode ser, então eles sabiam o quão sério isto deveria ser levado. É por isso que todos os seus gráficos, mesmo começando a crescer muito mais cedo, não parecem ser exponenciais.

Até agora, temos histórias do coronavírus explodir, os governos perceberem a ameaça e conterem-na. No entanto, para o resto dos países, a história é completamente diferente.

Antes de começarmos a analisar o resto dos países, uma nota para a Coreia do Sul: o país é provavelmente um outlier (um caso fora do normal). O coronavírus foi contido nos primeiros 30 casos. O paciente 31 foi um “super-espalhador” que passou o vírus para milhares de pessoas. Como o vírus é espalhado antes de as pessoas começarem a mostrar sintomas, quando as autoridades se aperceberam do problema, o vírus já estava lá fora. Eles estão agora a pagar as consequências desse caso. No entanto, os seus esforços de contenção são visíveis: Itália já os ultrapassou no número de casos e o Irão irá ultrapassá-los amanhã (10/03/2020).

Estado de Washington

Já vimos o crescimento nos países ocidentais, e como previsões erradas de uma semana se parecem. Agora, imaginemos que a contenção não acontece como em Wuhan ou nos mencionados países do leste asiático, e temos uma epidemia colossal.

Vamos olhar para alguns casos, como o Estado de Washington, a Área da Baía de São Francisco, Paris e Madrid.

O Estado de Washington é a Wuhan dos Estados Unidos. O número de casos está a crescer exponencialmente. Neste momento (10/03/2020) são 140.

Mas algo interessante aconteceu no início. O índice de mortalidade foi enorme. A um certo momento, o Estado tinha 3 casos e uma morte.

Nós sabemos, de outros locais, que o índice de mortalidade do coronavírus é algo entre os 0.5% e os 5% (mais abaixo, abordaremos isto). Como é que o índice de mortalidade poderia ser 33%?

Acabou por se descobrir que o vírus se tinha espalhado, sem ser detectado, durante semanas. Não era como se houvessem apenas 3 casos. Era que as autoridades só conheciam esses 3 casos, e um deles tinha morrido porque, quanto mais séria a condição física, maior a probabilidade de ser testado.

É um pouco como o gráfico com as barras cor de laranja e cinzentas na China: aqui eles sabiam apenas os números das barras cor de laranjas (oficiais) e esses números pareciam bons: apenas 3. Mas na realidade havia centenas, talvez milhares de casos reais.

Isto é um problema: apenas se sabe os casos oficiais, não os reais. Mas é preciso saber os reais. Como é que eles podem ser estimados? Existem algumas formas. E eu tenho um modelo para ambos, para que se possa experimentar com os números (link direto para a cópia do modelo).

Primeiro, através do número de mortes. Se existem mortes numa região, pode-se usar esse valor para estimar o número de casos reais actuais. Sabemos aproximadamente, em média, quanto tempo demora desde que uma pessoa contraia o vírus até morrer (17.3 dias). Isso significa que uma pessoa que tenha morrido no dia 29/02 no Estado de Washington, provavelmente, terá sido infectada por volta do dia 12/02.

Depois, sabemos o índice de mortalidade. Para este cenário, irei usar 1% (mais abaixo, discutiremos estes valores mais detalhadamente). Isso significa que, por volta do dia 12/02, já existiam por volta de 100 casos na área (dos quais apenas um resultou em morte 17.3 dias depois).

Agora usemos a média do dobro do tempo para o coronavírus (o tempo que, em média, demora para duplicar o número de casos). É 6.2. Isto significa que, nos 17 dias que demorou até que a pessoa morresse, o número de casos tem de ser multiplicado por aproximadamente 8 (= 2 ^ (17/6)). Isto significa que, se os casos não são todos diagnosticados, uma morte hoje significa 800 casos reais hoje.

O Estado de Washington contabiliza 22 mortes ao dia de hoje (10/03/2020). Com uns cálculo rápidos, obtém-se aproximadamente 16000 reais casos de coronavírus hoje. Tantos como o número oficial de casos na Itália e no Irão, juntos.

Se olharmos com mais atenção aos detalhes, podemos observar que 19 destas mortes foram apenas de um grupo (cluster), que podem não ter espalhado o vírus amplamente. Então, se considerarmos essas 19 mortes como apenas uma, o número total de mortes no Estado são 4. Actualizando o nosso modelo com esse número, ainda se obtém ~3000 casos ao dia de hoje (10/03/2020).

Esta abordagem do Trevor Bedford olha para os próprios vírus e para as suas mutações para calcular o número atual de casos.

https://twitter.com/trvrb/status/1237394739143438338

A conclusão é que, provavelmente, existam ~ 1100 casos no Estado do Washington neste momento.

Nenhuma das abordagens mencionadas é perfeita mas todas apontam para a mesma mensagem: o número de casos reais é desconhecido mas é muito mais alto que os números oficiais. Não é na ordem das centenas. É na ordem dos milhares, talvez mais.

Baía de São Francisco

Até ao dia 8 de Março, a Área da Baía de São Francisco não tinha registado nenhuma morte. Isso torna mais difícil estimar quantos casos reais existem. Oficialmente, existem 86 casos. Mas os Estados Unidos têm efectuado muito poucos testes porque não há testes suficientes. O país decidiu criar o seu próprio teste, cujo resultado final acabou por não funcionar.

Estes são os números dos testes efectuados por diferentes países até ao dia 3 de Março:

A Turquia, sem nenhum caso de coronavírus, tinha 10 vezes mais testes por habitante que os Estados Unidos. A situação não é muito melhor ao dia de hoje, com ~8000 testes feitos nos Estados Unidos, o que significa que ~4000 pessoas foram testadas.

Aqui, pode-se usar uma parte dos casos oficiais em relação ao número de casos reais. Como decidir sobre qual? Para a Área da Baía de São Francisco, todas as pessoas que tinham viajado ou que tinham estado em contacto com alguém que tivesse viajado, eram testadas, o que significa que a maior parte dos casos relacionados com viagens eram conhecidos mas nenhum dos casos espalhados através da comunidade era conhecido. Tendo uma noção do número de casos espalhados pela comunidade em relação ao número de casos espalhados através de viagens, pode-se estimar o número de casos reais que existem.

Eu olhei para o rácio da Coreia do Sul, porque existem bons dados sobre isto. Na altura que tinha 86 casos, a percentagem desses casos que foram espalhados através da comunidade era de 86% (86 e 86% é apenas uma coincidência).

Com esse número, é possível calcular o número de casos reais. Se a Área da Baía de São Francisco tem 86 casos ao dia de hoje, é provável que que o número de casos reais seja ~600.

França e Paris

A França reporta 1400 casos e 30 mortes actualmente. Usando os dois métodos acima referidos, chega-se a um número de casos reais entre os 24000 e os 140000.

“O número reais de casos do coronavírus na França hoje é provável que seja entre os 24000 e os 140000.”

Vou repetir isto: o número de casos reais na França é provável que seja entre uma e duas ordens de magnitude maior do que os números oficialmente reportados.

Não acredita em mim? Vamos olhar novamente para o gráfico sobre Wuhan.

Se se somar as barras cor de laranja até ao dia 22 de Janeiro, chega-se aos 444 casos. Agora, somando as barras cinzentas chega-se aos 12000 casos. Logo, quando em Wuhan se pensava que existiam 444 casos, haviam 27 vezes mais casos. Se a França pensa que tem 1400 casos, pode bem ter dezenas de milhares.

A mesma matemática pode ser aplicada a Paris. Com ~30 casos dentro da cidade, o número real de casos é provável que seja na ordem das centenas, ou talvez milhares. Com 300 casos na região de Ile-de-France, o número total de casos pode já ter excedido as dezenas de milhares.

Espanha e Madrid

Espanha tem números semelhantes aos de França (1200 casos vs 1400 casos, ambos com 30 mortes). Isso significa que as mesmas regras são válidas: Espanha já terá, provavelmente, para cima de 20000 casos reais

Na região da Comunidad de Madrid, com 500 casos oficiais e 17 mortes, o número real de casos é provável que seja entre 10000 e 60000.

Se ler estes dados e pensar para si mesmo: “Impossível, isto não pode ser verdade”, então pense nisto: com estes números, Wuhan já estava em quarentena.

“Com o número de casos que vemos hoje em países como os Estados Unidos, França, Irão, Alemanha, Japão, Holanda, Dinamarca, Suécia e Suíça, Wuhan já estava em quarentena.”

E se está a dizer para si mesmo: “Bem, Hubei é apenas uma região”, lembre-se que a região tem 60 milhões de pessoas, maior que a Espanha e perto do tamanho da França.

2. O que vai acontecer quando esses casos de coronavírus se materializarem

O coronavírus já está aí. Está escondido, e está a crescer exponencialmente.

O que vai acontecer nos nossos países quando chegar? É fácil de saber, porque já temos vários sítios onde está a acontecer. Os melhores exemplos são Hubei e Itália.

Taxas de fatalidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) cita 3.4% como taxa de fatalidade (% de pessoas que contraiu o coronavírus e morreu). Este número está fora de contexto por isso deixem-me explicá-lo melhor.

Isto realmente depende do país que estamos a falar e do momento: entre 0.6% na Coreia do Sul e 4.4% no Irão. Então qual é que é? Podemos usar um truque para saber.

Existem duas maneiras que podemos usar para calcular a taxa de fatalidade: Mortes/Total de Casos e Mortes/Casos Fechados. A primeira é muito provavelmente um subestimativa, porque imensos casos abertos podem resultar em mortes. O segundo é uma sobrestimativa, porque é provável que as mortes fechem mais rápido que as recuperações.

O que fiz foi olhar para como evoluem durante o tempo. Ambos os casos vão convergir para o mesmo resultado assim que todos os casos estejam fechados, por isso se projetarmos tendências passados no futuro, podemos fazer uma estimativa no número final da taxa de fatalidade.

Isto é o que podemos ver nos dados. A taxa de fatalidade da China está agora entre 3.6% e 6.1%. Se a projetarmos no futuro, parece que converge para ~3.8%-4%. Isto é o dobro da actual estimativa, 30 vezes pior que a gripe.

É composto no entanto por duas realidades diferentes: Hubei e o resto da China.

Eu coloquei também os número do Irão, da Itália e da Coréia do Sul num gráfico, os únicos países com um número de mortes suficiente para serem de certa maneira relevantes.

Mortes/Total de Casos de Itália e Irão estão ambos a convergir para o intervalo de 3%-4%. A minha previsão é que os seus número vão acabar por andar por esse intervalo.

A Coreia do Sul é o caso mais interessante, porque os 2 números estão completamente desfasados: Mortes/Total de Casos é apenas 0.6%, mas Mortes/Casos Fechados é 4.8%. A minha opinião é que certos eventos únicos aconteceram. Primeiro, eles estão a testar toda a gente (com tantos casos abertos, a taxa de fatalidade parece baixa), e estão a deixar os casos abertos por mais tempo (para que consigam fechar rapidamente quando o paciente morre). Segundo, eles têm imensas camas de hospitalares (gráfico 17.b). Talvez existam outras razões que não sabemos. O que é relevante é que Mortes/Casos esteve por volta de 0.5% desde o ínicio, sugerindo que se vai manter assim, influenciado fortemente pelo sistema de saúde e da gestão da crise.

O último exemplo relevante é o do cruzeiro Diamond Princess: com 706 casos, 6 mortes e 100 recuperações, a taxa de fatalidade será entre 1% e 6.5%.

De notar que a distribuição de idades em cada país vai ter um impacto: A taxa de mortalidade é muito maior nos idosos, países com uma população envelhecida como o Japão vão ser mais afectados do que países com maior % de jovens como a Nigéria. Há também factores meteorológicos, especialmente humidade e temperatura, mas ainda não é claro como é que isso vai ter impacto na transmissão e na taxa de fatalidade.

Isto é o que podemos concluir:

  • Excluindo isso, países que estão preparados vão ter uma taxa de fatalidade de ~0.5%(Coréia do Sul) até 0.9%(China)
  • Países que estão sobrecarregados vão ter uma taxa de fatalidade entre ~3%-5%

Pondo de outra maneira: países que atuam rapidamente podem reduzir o número de mortes por um factor de 10. E isto é só a contar com a taxa de fatalidade. Agir rapidamente reduz também drasticamente o número de casos, fazendo disso uma medida óbvia.

Países que agem rápido reduzem o número de mortes em, pelo menos, 10x.

O que precisa um país de fazer para estar preparado?

Como será a pressão num sistema?

Cerca de 20% dos casos requer hospitalização, 5% dos casos requer cuidados intensivos (UCI) e cerca de 2.5% requer cuidados muito intensivos, com equipamentos como ventiladores ou ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea)

O problema é que estes equipamentos como ventiladores ou ECMO não podem ser produzidos ou comprados facilmente. Há poucos anos atrás, os EUA tinham um total de 250 ECMOs, por exemplo.

Se de um momento para outro existirem 100,000 pessoas infectadas, muitas delas vão querer ser testadas. Cerca de 20,000 requerem hospitalização, 5000 vão precisar de (UCI) e 1000 vão precisar de máquinas que não existam em número suficiente actualmente. Isto num cenário de 100,000 casos.

Isto sem contar com utensílios como máscaras. Um país como os EUA tem apenas 1% de todas as máscaras que os seus profissionais de saúde precisam. Se muitas pessoas aparecerem de uma vez, vai haver máscaras para apenas duas semanas.

Países como o Japão, Coreia do Sul, Hong Kong ou Singapura, assim como as regiões chinesas fora de Hubei, estavam preparadas e deram o cuidado que os pacientes precisavam.

Mas o restos dos países ocidentais estão a ir na direcção de Hubei e Itália. O que se está a passar?

Como se parece um sistema de saúde sobrecarregado

As histórias que aconteceram em Hubei e em Itália estão a começar a parecer semelhantes. Hubei construiu 2 hospitais em 10 dias, mas mesmo assim foi completamente sobrecarregada.

Ambos queixaram-se que os pacientes encheram os hospitais. Eles tiveram de ser tratados em todos os lados: corredores, salas de espera…

Profissionais de saúde passaram horas numa única peça de protecção porque não havia suficiente. Como resultado, não puderam sair das áreas infectadas por horas. Quando puderam, estavam exaustos e desidratados. Turnos deixaram de existir. Pessoas foram chamadas da reforma para ajudar às necessidades. Pessoas sem formação em enfermagem foram treinadas de um dia para o outro para preencher funções críticas. Todos estão de prevenção, sempre.

Isto é, até ficarem doentes. O que acontece bastante, eles estão constantemente expostos ao vírus, sem protecção suficiente. Quando isso acontece, eles precisam de estar em quarentena por 14 dias, durante esse tempo não podem ajudar. No melhor caso, 2 semanas são perdidas. Pior caso, morrem.

O pior nas UCIs é quando os pacientes têm de partilhar ventiladores ou ECMOs. São impossíveis de partilhar. Em último caso, os profissionais têm de decidir quem o vai usar. O que realmente significa quem vive e quem morre.

Apos alguns dias, temos que escolher. […] Não podemos intubar toda a gente. Temos que decidir com base na idade e estado de saúde” — Christian Salaroli, medico italiano.

Profissionais de saúde a usar equipamento de protecção para atender pessoas doentes pelo novo coronavírus, em cuidados intensivos de um hospital de referência em Wuhan, China no dia 6 de Fevereiro (China Daily/Reuters), via Washington Post

Tudo isto leva um sistema a uma taxa de fatalidade de ~4% em vez de 0.5%. Se quer que a sua cidade ou o seu país faça parte dos 4%, então não faça nada hoje.

3. O que devo fazer?

Aplanar a curva

Tornou-se numa pandemia. Não pode ser eliminada. O que podemos fazer neste momento é reduzir o seu impacto.

Alguns países têm sido exemplares. O melhor exemplo é Taiwan, que tem laços muito estreitos com a China e ainda assim menos de 50 casos foram registados. Este recente artigo explica todas as medidas tomadas imediatamente pelas autoridades, focadas essencialmente na contenção.

Taiwan tem conseguido conter o coronavírus, mas a maior parte dos países não tem esse nível de especialização e tem falhado em conter o vírus. Actualmente, jogam um jogo diferente: mitigação. Precisam de torná-lo o mais inofensivo possível.

Se conseguirmos reduzir as infecções o máximo possível, os sistemas de saúde são capazes de tomar conta das ocorrências muito melhor, reduzindo a taxa de fatalidade. E, se conseguirmos espalhar isso pelo tempo, vamos chegar a um ponto em que o resto da sociedade pode ser vacinada, eliminando o risco por completo. Por isso, o nosso objetivo não é eliminar os contágios de coronavírus. É adiá-los.

Quantos mais casos adiarmos, melhor os serviços de saúde vão funcionar, menor será a taxa de mortalidade e maior será a percentagem de população que irá ser vacinada antes de ser infectada.

Como vamos aplanar a curva?

Distanciamento Social

Há um simples gesto que podemos fazer que funciona: distanciamento social.

Se voltarmos a olhar para o gráfico de Wuhan, recordarmos que a partir do momento que houve um confinamento, o número de casos baixou. Isso acontece porque as pessoas não interagem umas com as outras e assim o vírus não se espalha.

O actual consenso científico é que o vírus pode ser transmitido num espaço de 2 metros se alguém tossir. De outra maneira, as gotículas caem no chão e não te infectam.

A pior infecção está à superfície: o vírus sobrevive até 9 dias em diferentes superfícies como metais, cerâmicas e plásticos. Isso significa que coisas como maçanetas, mesas ou botões de elevador podem ser vectores terríveis de infecção.

A única maneira de reduzir verdadeiramente é com distanciamento social: manter as pessoas em casa tanto tempo quanto possível até o vírus retroceder.

Isto já foi provado no passado, nomeadamente na pandemia de gripe de 1918.

Ensinamentos da pandemia de gripe de 1918

Como pode ver, Filadélfia não agiu rápido e houve um pico massivo na percentagem de mortes. Compare com Saint Louis, que agiu rapidamente.

Depois olhe para Denver, que começou com medidas duras no ínicio mas que foram suavizadas. Tiveram um pico duplo, o segundo mais alto que o primeiro.

Se generalizarmos, isto é o que podemos encontrar:

Este gráfico mostra, para a gripe de 1918 nos EUA, quantas mais mortes houve por cidade dependendo de quão rápido foram tomadas medidas. Por exemplo, uma cidade como Saint Louis tomou medidas 6 dias antes de Pittsburgh, e teve menos de metade das mortes por cidadão. Em média, tomar medidas 20 dias antes reduziu para a metade a taxa de mortalidade.

Itália finalmente percebeu isso. As autoridades confinaram a Lombárdia primeiro, no domingo e um dia depois, na segunda, perceberam o seu erro e decidiram que deviam confinar o país todo.

Se tudo correr como esperado, podemos ver resultados nos próximos dias. Contudo, vai demorar uma ou duas semanas para ser possível verificar. Lembremo-nos do gráfico de Wuhan: houve um atraso de 12 dias entre o momento em que o confinamento foi decretado e o momento em que o número de casos começou a descer.

Como podem os políticos contribuir para o distanciamento social?

A questão que os políticos estão hoje a perguntar-se não é se devem fazer alguma coisa, mas antes quais são as medidas apropriadas a tomar.

Existem vários níveis para controlar uma epidemia, a começar pela antecipação e a acabar com a erradicação. Mas hoje é demasiado tarde para essas opções. Com este nível de casos, as únicas duas opções que os políticos têm em cima da mesa é contenção e mitigação.

Contenção

Contenção é ter a certeza que todos os casos estão identificados, controlados e isolados. É o que Singapura, Hong Kong, Japão e Taiwan estão a fazer tão bem: eles limitaram muito rapidamente a entrada de pessoas, identificam os doentes, isolam-nos imediatamente, usam equipamento de protecção para proteger os profissionais de saúde, rastreiam todos os seus contactos e poẽm-los em quarentena… Isto funciona extremamente bem quando estamos preparados e agimos atempadamente, não sendo necessário por um garrote na economia para o fazer.

Já foi explicado a abordagem de Taiwan. Mas a da China também foi boa. Até onde chegaram para conter o vírus é impressionante. Por exemplo, eles chegaram a ter 1800 equipas de 5 pessoas cada a localizar e identificar cada pessoas infectada, todos com quem interagiram e depois com quem essas pessoas interagiram e isolar todo o grupo. Isto é até onde lhes foi possível ir para conter o vírus num país de mil milhões de pessoas.

Isto não é o que os países ocidentais fizeram. Agora é demasiado tarde. O recente anúncio do governo americano que bane a maior parte das viagens precedentes da Europa é uma medida de contenção de um país que tem, actualmente, 3 vezes o número de casos que Hubei tinha quando se decidiu pelo confinamento e a subir exponencialmente. Como podemos saber quando é o momento? Podemos saber olhando para a proibição de viagens de Wuhan.

Fonte

Este gráfico mostra o impacto que a proibição de viagens de Wuhan teve em atrasar a epidemia. O tamanho da bolha mostra o número de casos diário. A linha do topo mostra os casos em que nada foi feito. As outras duas linhas mostram o impacto se 40% e 90% das viagens forem eliminadas. Isto é um modelo criado por epidemiologistas, porque não podemos saber com certeza. Se não vê muita diferença, está certo. É muito difícil ver alguma diferença no desenvolvimento da epidemia.

Investigadores estimam que, tudo considerado, a proibição de viagens de Wuhan atrasou o alastramento do vírus na China em 3 a 5 dias.

O que pensam então os investigadores sobre o que seria o impacto na redução da propagação do vírus?

O bloco do topo é o mesmo que vimos anteriormente. Os outros dois blocos mostram uma diminuição nas taxas de transmissão. Se as taxas de transmissão baixam cerca de 25% (através de distanciamento social), vai aplanar a curva e atrasar o pico 14 semanas. Diminua a taxa de transmissão cerca de 50% e não consegue ver a epidemia sequer a começar no espaço de um trimestre.

A proibição da administração norte-americana em banir vôos procedentes da Europa é boa: tem a probabilidade de nos comprar algumas horas, talvez um dia ou dois. Mas não mais do que isso. Não é suficiente. É contenção quando precisamos de mitigação.

Uma vez que há centenas ou milhares de casos a crescer na população, prevenir mais casos de chegar, localizar os existentes e isolar os seus contactos já não é suficiente. O próximo nível é mitigação.

Mitigação

Mitigação requer forte distanciamento social. As pessoas precisam parar de conviver para fazer baixar a taxa de transmissão (R), de R = ~2–3 que o vírus segue sem medidas para abaixo de 1 para que eventualmente morra.

Estas medidas exigem encerramento de empresas, lojas, trânsito em massa, escolas, forçar confinamentos… Quanto pior a situação, pior tem de ser o distanciamento social. Quanto mais cedo essas medidas forem postas em prática, menos tempo é necessário mantê-las, mais fácil se torna identificar casos e menos pessoas ficam infectadas.

Foi o que Wuhan teve de fazer. Foi o que Itália foi forçada a aceitar. Porque quando o vírus é rampante, a única medida a tomar é confinar todas as áreas infectadas para para a transmissão de uma vez.

Com milhares de casos oficiais — e dezenas de milhares os casos reais — isto é o que países como Irão, França, Espanha, Alemanha, Suíça e EUA precisam de fazer.

Mas não o estão a fazer.

Algumas empresas estão a funcionar remotamente, o que é fantástico.
Alguns eventos foram cancelas.
Algumas áreas afetadas estão a pôr-se de quarentena.

Todas estas medidas vão atrasar o vírus. Elas vão baixar a taxa de transmissão de 2.5 para 2.2, talvez 2. Mas não são suficientes para levar-nos para abaixo de 1 para um período de tempo sustentado para parar a epidemia. E se não o conseguirmos fazer, vamos precisar de chegar tão perto de 1 durante tanto tempo quanto possível para planar a curva.

Por isso, a questão passa a ser: Quais são as desvantagens que poderemos ter ao baixar o R? Este é o menu que Itália pôs em prática:

  • Ninguém pode entrar ou sair de áreas confinadas, a não ser familiares ou por motivos de trabalho
  • Movimentos dentro dessas áreas são de evitar, a não ser que sejam justificadas para assuntos pessoais urgentes ou profissionais que não podem ser adiados.
  • Pessoas com sintomas (respiratórios ou febre) são fortemente recomendadas para se manterem em casa
  • Férias regulares para profissionais de saúde são suspensas
  • Encerramento de todos os estabelecimentos de ensino (escolas, universidades…), ginásios, museus, estâncias de ski, centros socio-culturais, piscinas e teatros ou cinemas.
  • Bares e restaurantes tem horários limitados das 6 da manhã às 6 da tarde, como pelo menos um metro de distância entre pessoas
  • Todos os bares e discotecas são encerrados
  • Toda a atividade comercial não crucial deve ser encerrada. Apenas transportes, farmácias, mercearias/supermercados devem permanecer abertos.
  • Visitas a familiares ou amigos hospitalizados é limitada.
  • Reuniões de trabalho são limitados. Trabalho a partir de casa deve ser encorajado.
  • Todos os eventos desportivos, públicos ou privados, são cancelados. Eventos importantes podem ser realizados à porta fechada.

Mas dois dias depois, eles adicionaram: Não, na realidade precisam de fechar todos os negócios que não são cruciais. Portanto agora estamos a fechar todas as atividades comerciais, escritórios, cafés e lojas. Apenas os transportes públicos, farmácias e supermercados vão continuar abertos.

Uma abordagem é gradualmente ir aumentando o número de medidas. Infelizmente, isso dá tempo precioso para o vírus se espalhar. Se queremos nos manter seguros, temos de fazer Wuhan style. As pessoas podem reclamar, mas vão agradecer depois

Como podem empresários contribuir para o distanciamento social?

Se é empresário e quer saber o que deve fazer, o melhor é juntare-se ao clube que fica em casa.

Isto é uma lista de políticas de distanciamento social que tem sido aplicadas por empresas tecnologicas — para já, 328.

Elas variam de permitir o trabalho a partir de casa, restringir visitas, viagens ou eventos.

Há mais coisas que cada empresa pode determinar, como por exemplo o que fazer com trabalhos pagos por hora (mantê-los no escritório ou não), como conduzir entrevistas, o que fazer com cantinas… Se quer saber como a minha empresa, Course Hero, tratou esses casos, assim como o modelo para anunciar aos seus funcionários, aqui está o que a minha empresa usou.

4. Quando?

É muito provável que até agora tenha concordado com tudo o que disse, estando apenas a imaginar desde o início quando tomar cada decisão. Por outras palavras, o que deve desencadear cada medida.

Modelos de risco para ações

Para resolver isto, criei um modelo.

Este modelo permite-lhe avaliar qual é o número provável de casos na sua área habitacional, a probabilidade dos seus funcionários estarem já infectados, o que se vai desenvolver ao longo do tempo, e como isso pode dizer se deve continuar ou não com o seu negócio aberto.

O modelo esclarece várias coisas, tais como:

  • Se a sua empresa tivesse 100 funcionários na zona do Estado de Washington, que já teve 11 mortes por Coronavírus até 8 de Março, há uma probabilidade de 25% de pelo menos um dos funcionários estar já infetado, e devia por isso ter fechado a empresa imediatamente;
  • Se a sua empresa tivesse 250 funcionários na South Bay (São Francisco, concelhos de San Mateo e Santa Clara, que juntos tinham 22 casos oficiais até 8 de Março, sendo o número real, provavelmente, de 54 casos), no dia 9 de Março tinha a probabilidade de 2% de ter, pelo menos, um funcionário infetado e devia ter fechado o seu escritório também;
  • [Atualizado a 12 de Março] Se a sua empresa é em Paris e tivesse 250 funcionários, hoje, há uma possibilidade de 95% de um dos funcionários ter coronavírus, e deve fechar o escritório amanhã;

O modelo usa termos como “empresa” e “funcionário”, mas pode ser usado para qualquer outra coisa: escolas, deslocações massivas… Portanto, se tem apenas 50 funcionários em Paris, mas todos eles vão utilizar o comboio, cruzando-se com milhares de pessoas, a probabilidade de, de repente, um deles se infectar é muito mais alta e deve fechar o escritório imediatamente.

Se ainda está hesitante porque ninguém está a mostrar sintomas, lembre-se que 26% das infecções acontecer antes de haver sintomas.

Faz parte de algum grupo de líderes?

Esta estatística é egoísta. Ela olha para o risco de qualquer empresa individualmente, tendo o máximo de risco até o inevitável “martelo” do coronavírus fechar os nossos escritórios.

Mas se faz parte de algum quadro de líderes de negócios ou políticos, os seus cálculos não devem ser só para uma empresa, mas para todas elas. A estatística torna-se: Qual é a probabilidade de alguma das suas empresas estar infetada? Se tem um grupo de 50 empresas de 250 funcionários cada uma, em média, na Baía de São Francisco, há uma possibilidade de 35% de pelo menos uma dessas empresas ter um funcionário contagiado, e uma probabilidade de 97% de isso ser verdade na próxima semana. Eu adicionei uma aba (“tab”) ao modelo para jogar com isso.

Conclusão: O custo da espera

Pode parecer assustador tomar uma decisão hoje, mas não devíamos pensar dessa forma.

Este modelo teórico mostra diferentes comunidades: uma não considera medidas de distanciamento social, outra considera-as no dia N de um surto, e outra no dia N+1. Todos estes números são completamente fictícios (eu escolhi-os para replicar o que aconteceu em Hubei, com ~6 mil novos casos diários, na pior das hipóteses). Eles estão aqui apenas para ilustrar quão importante um único dia pode ser em algo que cresce exponencialmente. Podemos ver que o atraso de um dia atinge o ponto máximo mais tarde e mais alto mas depois os casos converge para zero.

Mas o que são, afinal, casos acumulativos?

Neste modelo teórico que replica em parte Hubei, esperar um dia a mais cria 40% mais casos. Portanto, talvez se as autoridades de Hubei tivessem declarado o estado de quarentena no dia 22 de Janeiro em vez do dia 23 de Janeiro, eles podiam ter reduzido o número de casos em chocantes 20 mil.

E lembrem-se, isto são apenas casos. A mortalidade seria muito mais alta, não só porque haveria directamente 40% mais mortes, mas também porque o colapso do sistema de saúde seria muito maior, levando a uma taxa de mortalidade até 10 vezes maior, como vimos antes. Portanto, um dia a mais com medidas de distanciamento social pode acabar por explodir o número de mortes na sua comunidade, ao multiplicar mais casos e uma taxa de fatalidade mais alta.

Isto é uma ameaça exponencial. Cada dia conta. Quando atrasa por um único dia a sua decisão, não está a contribuir para alguns casos, talvez. Há, provavelmente, centenas ou milhares de casos na sua comunidade, já. A cada dia sem distanciamento social estes casos crescem exponencialmente.

Passe a palavra

Esta é provavelmente a única vez na última década em que partilhar um artigo pode salvar vidas. Todos precisam de perceber que isto pode contrariar uma catástrofe. O momento de agir é agora.

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Rafael Remondes
Tomas Pueyo

Software engineer at several place but only one at a time. Currently: Cloud Engineer at Feedzai