Como as Mudanças climáticas afetam o consumo?

Reds Research
4 min readApr 26, 2023

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Será que as mudanças climáticas estão realmente moldando o comportamento de consumo?

O que provoca uma mudança genuína nos hábitos dos consumidores: uma campanha bem elaborada ou o impacto direto no bolso?

No evento Esomar Latam 2023, a Market Analysis Brasil abordou essa questão crucial na palestra “Como vender políticas de mudanças climáticas que afetam o nosso bolso e hábitos”.

A apresentação destacou a necessidade de políticas públicas que ofereçam benefícios econômicos tangíveis para serem eficazes. Insights valiosos foram compartilhados, enfatizando que argumentos relacionados ao estilo de vida, como saúde, conforto e segurança, são altamente persuasivos, enquanto os retornos ambientais devem reforçar esses pontos iniciais. Além disso, políticas que atendam aos interesses da maioria, em vez de apenas uma minoria ou elite, são essenciais para uma adoção ampla e significativa.

De fato, o que podemos observar em um estudo feito esta semana pela Reds Research, com mais de 506 pessoas no Brasil, o impacto no bolso é tão importante quanto os benefícios percebidos. As mudanças são mais facilmente implementadas desde que haja este outro fator contribuinte: o financeiro.

No estudo, 77% afirma que a Mudança Climática teve algum impacto na forma de consumir. A categoria de Produtos de Limpeza é a que mais considera mudanças, com 83% das pessoas.

Apesar de ser uma das indústrias mais poluentes do mundo, as roupas são, entre as categorias estudadas, as que menos geram uma alteração efetiva na forma de consumir. Via de regra, as mulheres são as que mais mencionam algum impacto na forma de consumir, com ênfase nas categorias de cosméticos e roupas.

Dezoito por cento (18%) ds mulheres por exemplo vendem ou trocam roupas em grupos ou plataformas digitais contra apenas 11% dos homens. A compra em brechós ou bazares também é maior com o público feminino, 18%, versus 9% dos homens.

Na categoria de vestuário, o maior impacto foi gerado na quantidade comprada, em seguida pela identificação com a marca e em terceiro lugar, o preço.

Mas claramente a economia circular tem seu lugar junto a esses consumidores, principalmente junto às mulheres: quase 1/5 delas mencionam a aquisição / troca de roupas em plataformas, grupos e brechós.

Em relação a alimentos e bebidas, os consumidores avaliaram o consumo menos prejudicial às mudanças climáticas com saúde: quase metade de quem menciona alguma alteração de consumo, traz o consumo de alimentos mais saudáveis e naturais como recorrente.

Além da preferência por alimentos naturais e frescos, as embalagens também são foco desse consumidor, pois mais de 1/3 deles dão preferência a produtos com embalagens recicláveis ou recicladas.

E é claro que o posicionamento das marcas em relação a isto não passaria despercebido: 1/3 dos consumidores mencionam dar preferência à marcas que se preocupam com sustentabilidade.

Quanto o assunto é produtos de limpeza, o posicionamento da marca em relação à preocupação com o meio ambiente é bastante importante: 46% dos consumidores mencionam que dão preferência a comprar marcas que se preocupam e que têm ações em prol do meio ambiente, junto aos consumidores da classe A, essa parcela sobre para 54%.

Mas existem outros fatores também, como o uso de refil, o reuso das embalagens, que acabam impactando boa parte dos consumidores.

Os refils parecem mesmo ter vindo para ficar: 4 em cada 10 consumidores declaram comprar refils sempre que possível na categoria de cosméticos. Mas o posicionamento da marca é ainda mais importante, sendo mandatório para quase metade dos consumidores.

Embalagens recicláveis e produtos cruelty free também impactam cerca de 1/3 dos consumidores, esses últimos sendo ainda mais importantes para as mulheres.

E claramente os consumidores esperam atitudes proativas das marcas em relação a estas ações, principalmente na eleição de causas para defesa do meio ambiente e a busca incessante por embalagens recicláveis.

Além disso, hoje mais de ¼ dos consumidores já atribuem às marcas a responsabilidade pela economia circular, reciclando seu próprio lixo, além da logística reversa.

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