CULTURA POP / JORNALISMO
The New New Journalism
Remix entrevista o Portal Virgula e mostra com quantos ícones pop se faz o mainstrindie
Repensar a forma de fazer jornalismo na internet foi o ~mote~ do nosso projeto com o Virgula. Totalmente renovado, colaboramos com o maior portal de cultura pop do Brasil para encontrar sua nova voz, afirmar o seu propósito, entendendo o novo jeito de consumir informação, principalmente dos 9vinhos (jovens).
E a parte mais legal de todo esse processo foram as longas reuniões com pão de queijo — tipo uma tonelada - com Claudia Assef, DJ e diretora de conteúdo do Virgula, e Silvia Ruiz, diretora de projetos especiais do portal. Por isso, a gente não poderia deixar de compartilhar isso com vocês.
Dá scroll que tá maneiro.
Remix Social Ideas: Como vocês enxergam a nova geração que consome o conteúdo na Internet?
Claudia Assef: É uma geração que, ao mesmo tempo em que consome, também cria muito na internet. De vídeos a verdadeiros fóruns de comentários, todo mundo tem algo a dizer. Então você acaba tendo que competir, entre aspas, com o conteúdo que eles mesmos produzem — e às vezes você acha coisa muito boa no meio desse bololô. Tem coisas geniais feitas por uma molecada que não necessariamente mora nas grandes capitais, e é essa uma das maravilhas da internê. Portanto, hoje não existe mais aquela ideia de todo mundo vendo as mesmas coisas, consumindo os mesmos programas por falta de opção.
Remix Social Ideas: O que Virgula pode trazer de novidade pro mundo editorial? Qual é o principal diferencial em relação aos concorrentes diretos?
Claudia Assef: O mais legal do nosso novo conceito editorial é que a gente pode falar de tudo, quase que ao mesmo tempo, mas sempre com um tom muito divertido e inteligente. Quer dizer, por que ler as notícias sobre moda, famosos, esporte, cinema, TV, música, enfim, por que buscar tudo isso no Virgula?! Simplemente porque é mais legal, mais divertido, mais do jeito que a gente fala, só que tudo isso amarrado a técnicas de jornalismo, o que irá garantir que a informação foi apurada, o texto é bem escrito e obedece a uma hierarquia de importância das informações assim como pede todo manual de boas práticas jornalísticas. Estamos, com isso, criando uma linguagem para os tempos de informação digital, ao mesclar o tom das mídias sociais como as premissas básicas do jornalismo tradicional.
Remix Social Ideas: Hoje em dia, o monitoramento e a métrica vem ganhando muita importância. Os dados vão direcionar o conteúdo? Como vocês veem a inteligência aplicada aos dados?
Claudia Assef: É importante ficar de olho naquilo que funciona, que impacta mais as pessoas, com certeza. Mas não vamos deixar de fazer coisas que não necessariamente deem, historicamente, menos audiência. Estamos atentas ao que o povo quer e gosta, mas também precisamos apresentar conteúdos que possam surpreender e aos poucos ir caindo no gosto das pessoas. Não podemos virar escravos daquilo que clamam as redes, apenas.
Remix Social Ideas: O que que o jornalismo pode aprender com a publicidade e vice versa?
Silvia Ruiz: Acho que o jornalismo pode aprender a embalar melhor seu conteúdo, se preocupar mais com a forma tanto quanto com a essência e a informação; Jornalistas nem sempre são bons nisso. Acho que a publicidade pode aprender a contar boas histórias e a buscar a verdade nelas. Conteúdo tem que ser de verdade, seja para uma marca ou para um jornal, não dá para lançar mão de tanta ilusão quanto a publicidade está acostumada.
Remix Social Ideas: Como vocês acham que devem ser feitas as parcerias entre marcas e veículos de uma forma que seja legal para ambos e que o conteúdo saia ganhando?
Silvia Ruiz: As marcas devem entender que o diálogo com o consumidor por meio de veículos tem que ser com um respeito enorme à linguagem de cada veículo. As marcas precisam contar mais histórias e buscar construir conteúdos de verdade, produzir conteúdos que virem notícia e acreditar que o veículo sabe como ninguém como falar com seu público. Acho que essa confiança torna o conteúdo vencedor.
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