Por que gostamos tanto dos aplicativos?

Renata Lopes
4 min readNov 20, 2016

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CC0 Public Domain Pixabay

Se você for procurar no Google o significado da palavra aplicativo, a resposta é simples: trata-se de um programa de computador concebido para processar dados eletronicamente, facilitando e reduzindo o tempo de execução de uma tarefa pelo usuário.

Acredito que todos concordem que os smartphones não teriam a menor graça sem os apps, e que eles de fato facilitam a nossa vida. Sabemos que diante do tamanho da tela de um dispositivo móvel, a leitura no mobile exige uma carga cognitiva maior, podendo ser até duas vezes mais difícil de compreender um conteúdo.

Os app estão sempre se reestruturando para nos apresentar a proposta de forma objetiva e o menos fragmentada possível, abordando experiências mais fluídas, trazendo soluções de navegação originais e mais adaptadas ao contexto de utilização.

Os aplicativos buscam apresentar uma interface consistente e previsível. Não seguir as recomendações da arquitetura da informação e interface no contexto dos dispositivos móveis, pode ser bastante arriscado. As interfaces acabam sendo bastante parecidas entre sí, fazendo com que o usuário transfira seu conhecimento de uma para a outra, embora o Snapchat esteja aí, mais famoso do que nunca, e não segue muito as recomendações do material design e usabilidade, por isso a dificuldade de muitos em utilizá-lo, requer prática!

A quem diga, que quanto mais um usuário tiver que rolar a tela para visualizar um conteúdo, menos ele o fará, pois a memorização a curto prazo é baixa, mas ao mesmo tempo ele não deve ter que clicar muito para alcançar o objetivo final, pois isso pode fazer ele desistir no meio do caminho. As metáforas surgem para ajudar a solucionar esse problema, são palavras, símbolos ou imagens para efetivar a memorização de uma navegação, porém, a medida tomada por muitos idealizadores, é a de reduzir funcionalidades do sistema no mobile, para não confundir o usuário.

Já abordei em um outro texto a importância de não tomarmos decisões pelo usuário, ele que tem que decidir o que pode fazer no celular dele. Desse modo, reduzir as funcionalidade pode frustrá-lo. Parem de falar que usuários móveis e de mesa tem necessidades separadas, é muito mais fácil classificar os usuários por mentalidades momentâneas e não por devices. Ele pode estar entediado, com pressa ou com dúvida, resolver tudo isso pelo celular, e não estar em movimento. Ou então ele pode pegar o notebook para fazer a mesma coisa com um pouco mais de conforto cognitivo, o segredo está em deixar os dois modos de navegação confortáveis para ele, a pergunta é, como?

Compreender como as interfaces de toque funcionam é uma tarefa de extrema importância, arquitetar e estruturar as informações adequadamente em telas mais apertadas é o grande truque. Existem alguns elementos nos aplicativos que nem percebemos mas que fazem deles algo especial para nós, por exemplo, efeitos sutis de transição contribuem para uma sensação de facilidade e de que algo poderoso está em nossas mãos.

Outro fator de extrema importância, e que a maioria das marcas esquecem, é que o primeiro clique do usuário no aplicativo não é o da primeira tela em diante, e sim quando ele clica no ícone da marca na home screen do smartphone dele e escolhe entrar na aplicação. O ícone da marca é o primeiro contato e ele ser bem estruturado é algo relevante e importante no aplicativo, ele é a representação visual da sua marca no celular do usuário como também para busca nas lojas. O ícone que instiga o usuário a acessar o app e deve passar por uma série de testes em diferentes wallpapers e tamanhos.

Um outro elemento também importante que as marcas confundem de desktop para app é o chamado excessive branding. Sabe aquela coisa padrão de desktop, de manter a marca da empresa em todas as telas, normalmente posicionada no canto superior esquerdo e linkado para a home, isso não é necessário em app. Primeiro que se perde um grande espaço de label mantendo a marca em todas as telas, segundo que o usuário deve ter um meio mais eficiente na navegação para voltar a home do que clicar no logo, terceiro que a comunicação visual do app já deve falar pela sua marca, a marca em sí, completa, de preferência deve estar apenas na abertura.

Muitos outros elementos precisam ter a devida atenção para fazer de um app algo especial para o usuário, o sistema de voltar para a página anterior por exemplo, deve ser muito bem pensado de acordo com o menu ou toolbar, não é bom em uma mesma tela dois links estarem direcionados ao mesmo local, a hierarquia acaba perdendo seu poder. Uma coisa é fato, a atenção deve estar dobrada ao desenvolver um app, pois a chance do usuário te trocar por um mais especial, é enorme!

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