Design pra Vida — Jogabilidade

Marcela Leon
Design pra Vida
Published in
6 min readMar 2, 2018
se jogar nesse oceano chamado vida, de braços abertos, conscientes que vamos levar alguns caldos, aproveitando a deliciosa sensação da água no corpo, e lembrando sempre das sábias palavras da Dori "Continue a nadar". Boipeba, Cairu — BA.

nós somos um só no desejo de sermos felizes, na diminuição do sofrimento e na busca da auto-realização

Comecei o dia hoje cumprindo três dos desafios que determinei pra mim mesma como parte da jornada do curso de Design pra Vida que estou sendo guiada pelo Tales Gubes.

O exercício é bastante simples: durante sete dias, entre um encontro e outro, fomos convidados a nos propor um desafio novo por dia. Mas não um desafio qualquer: um desafio SMART

  • específico (S)
  • mensurável (M)
  • atingível (A)
  • relevante (R)
  • temporal (T)

Esse exercício é sim baseado em uma ferramenta de negócios, que chegou no curso através das leituras que o Tales Gubes fez dos livros de Jane McGonigal (SuperBetter e A Realidade em Jogo) onde somos convidados a assumir a responsabilidade pelas nossas vidas, escolhas e evoluir naquilo que não nos ajuda/faz sentir bem.

Tales Gubes tem um conceito bastante interessante pra vida que é acreditar ou pegar pra si aquilo que lhe serve/faz bem. O que não tem utilidade ou simplesmente não vai acrescentar em nada, deixa de lado. Veja, se estamos nessa vida sem respostas certas ou erradas, sem certezas absolutas, podemos nos tornar “mestres” das próprias vidas e assumir o controle do que queremos seguir ou não. Bem na linha dos mundos que são criados nos jogos de RPG e afins.

Cada um de nós colhe da realidade que nos é apresentada (e baseado no quanto buscamos também através da nossa curiosidade) aquilo que nos serve, testa, e então, decide se mantém ou descarta.

Acredito que um dos lados mais divertidos da vida — existem vááários para uma pessoa entusiasmada e otimista como eu — é poder aproveitar aquilo que é bom pra nós e adaptar às nossas necessidades. ;)

E para ter essa autonomia da própria vida é importante auto-consciência. Abertura de olhar para si, se conhecer, se amar, se perceber nas limitações e dizer sim para o continuo aprendizado que se chama viver.

Pois cada experiência que vivenciamos nos proporciona um aprendizado. Pode ser que essa experiência nos alimente — preenchendo a nossa barrinha de energia de vida — pode ser que essa experiência nos consuma — reduzindo nossa barrinha de energia de vida.

Parte do que me motiva e reforça a minha crença nesse valor do auto-conhecimento e do poder que eu tenho sobre minha própria vida vem de uma somatória de experiências nas quais lanço mão de ferramentas como o correio cósmico, a bússola pra vida, o aprendizado sobre o funcionamento de emoções e sentimentos e afins.

Para ilustrar esse conjunto de fatores, vamos voltar ao que eu estava fazendo hoje pela manhã durante os desafios que me propus.

Os desafios SMART eram:

  • alongar ao acordar
  • fazer dez abdominais
  • não acessar o Instagram durante todo o dia (em andamento)

Além dos desafios, nós fomos também convidados a incluir power ups no nosso dia. Pequenas ações que nos energizam e estimulam nossa mente e corpo. São os nossos poderes enquanto personagens no Jogo da Vida.

Precisamos incluir no mínimo três power ups por dia e eu comecei assim:

  • acordar meus filhos deitando por um minuto com eles na cama e os abraçando carinhosamente ❤
  • tomar minha xícara de café na rede aproveitando o sol da manhã que entra pela janela do meu apartamento ❤
  • ouvir um episódio de um dos meus podcasts favoritos no caminho pro trabalho ❤

Aí que nesse terceiro power up do dia, enquanto escutava um episódio de Invisibilia — que caiu aleatório no player, uma vez que estou com uma lista de vários episódios de diferentes programas pendentes para ouvir — veio a inspiração para finalizar esse texto (desafio!) e compartilhar com vocês essa experiência.

Em resumo, episódio fala sobre como as normas sociais determinam MUITO do nosso comportamento — como nos vestimos, falamos, comemos e até como nos sentimos. E relata a experiência de um grupo de americanos trabalhadores de plataformas de petróleo que foram convidados a se abrir e se conectar, e com isso melhoraram a própria qualidade de vida e reduziram os acidentes tão comuns nesse tipo de ambiente. Tudo isso através da ação de uma pequena senhora francesa que produziu a faísca no grupo à partir de uma conversa com um dos trabalhadores.

Essa senhora, foi diagnosticada anos antes com um tumor maligno nos olhos e os médicos lhe deram não mais do que três meses. Ela recusou o diagnóstico e trouxe para a vida a técnica de mentalizar determinadas coisas para construir e conseguir o que deseja. Anos depois, quando os médicos finalmente tiveram que remover o olho dela, perceberam que havia se formado uma proteção de nervos ao redor do tumor, exatamente como ela havia mentalizado anos antes.

Kristen Uroda for NPR at https://www.npr.org/programs/invisibilia/481887848/the-new-norm

Recomendo super ouvir o episódio (é em inglês) e depois fazer maratona de todo o programa. Cada temporada é uma dose que precisamos para abastecer nossa confiança conhecendo mais sobre o funcionamento do nosso cérebro, sentimento e afins.

Enquanto eu terminava de ouvir o episódio, estava fazendo a conexão na minha cabeça entre minha abertura pro sim, o curso de Design pra Vida, as leituras sobre Comunicação Não Violenta, o livro que acabei de terminar de ler do Leonard Mlodinow O andar do bêbado, o livro que estou lendo Rápido e Devagar do Daniel Kahneman e os encontros com algumas pessoas em minha trajetória.

E esse atributo de conectar, fazer sentido e modificar é intrínseco do ser humano. Basta exercitá-lo a cada jogada. ;)

Diante do personagem que me foi dado no momento do meu nascimento e fazendo uso dos atributos que recebi, venho desenvolvendo minhas habilidades no Jogo da Vida sempre pautada por:

(1) abertura ao novo e diferente
(2) treinamento do olhar a partir do outro
(3) busca pelo comum do atendimento das necessidades de todos na comunidade
(4) aprimoramento das minhas próprias dificuldades e/ou inabilidades
(5) crença numa leitura Sapiens da Vida onde somos contadores e acreditadores de histórias que nós mesmos criamos e reproduzimos ao longo da nossa jornada (e por isso temos o potencial de questiona-la e/ou altera-la).

  • esse pensamento começou como um textão de Facebook e se transformou aqui como mais uma etapa concluída da minha meta de escrever um texto por mês em 2018 :)
  • eu prefiro me expressar através de conversas, ao invés de textos e, por isso mesmo, me entusiasmo na meta que envolve desafiar algo que não é natural para mim (a vida fica beeeem mais divertida assim)
  • talvez por preferir conversas esse texto não tenha saído uma obra prima da escrita e tudo bem; não existe tal coisa como a perfeição ❤
  • incluí algumas referências apenas como um petisco para abrir o apetite dos curiosos a mergulhar nessa vida de constante aprendizado — pode vir que é divertido; doloroso muitas vezes, mas divertido
  • e se você quer conhecer o que brilha meus olhos, vem ouvir o Baseado em Fatos Surreais
  • ah, e não custa lembrar: gostou do texto? te fez pensar? clica nas palmas, compartilha com alguém que você acha que vai se beneficiar de alguma forma desse texto e me ajude na motivação para continuar na minha meta de 2018 ;)

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Marcela Leon
Design pra Vida

oi! eu sou criadora e produtora do podcast de histórias Baseado em Fatos Surreais. tô no www.papodeprodutora.com.br compartilhando sobre produção em áudio 😉