Então é Scholarship, e o que você fez?

Ana Carolina Barreto
Apple Developer Academy PUCPR
5 min readApr 4, 2018
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Desde o começo do ano estou com a WWDC18 rodando em background na minha cabeça. Aquela sensação de que o perigo estava quase virando a esquina? É até engraçado pensar que eu e o Pedro as vezes lembrávamos disso do nada e os dois ficavam ansiosíssimos. E aí chegou.

Essa reflexão é um apanhado sobre a minha preparação, meu processo criativo e de desenvolvimento para submissão do Scholarship da WWDC18.

Comece do começo

Como comentei na outra reflection, já tinha muito certo que queria trabalhar com ARKit, então me preparei durante o nano challenge específico de AR e estudei bastante sobre. O resultado ficou bem simplório, mas investi meu tempo em entender a ferramenta e as funções oferecidas. Em particular, me dediquei bastante a estudar a função didCaptureAudioOutput, pois queria usar áudio como input. Esse método não estava funcionando no Playgrounds, deixei ela de lado e procurei outros caminhos.

Projetando experiências

Assim que o anúncio do Scholarship foi confirmado, eu já sabia como queria que o artista (aka usuário) interagisse.

Minha intensão com o projeto é provocar o usuário a se movimentar pelo ambiente e explorar novas perspectivas e também se familiarizar com creative coding. Eu ainda não tinha ideia de como isso se manifestaria visualmente, mas para não perder a oportunidade de aprender algo novo, decidi usar SceneKit. Por ter estudado POV-ray, eu já entendia um pouco de posicionamento de luz e câmera, o que facilitou muito meu aprendizado. Comecei então explorando todos os SCNGeometry disponíveis. Gostei tanto de SceneKit que fui organizando meu estudos em blocos, para poder escrever um tutorial bacaninha sobre num futuro próximo!

A partir das formas básicas é possível criar elementos compostos, mas foram as customizações do SCNGeometry que me chamaram atenção.

Cutuque onça com vara curta

Creative Coding para mim é ficar aleatoriamente e incessantemente cutucando o código e vendo o que acontece com ele. Utilizar bugs a seu favor e não tentar prever o que vai acontecer, just roll with it. Foi assim que eu me deparei com o modo “glitch” — que gera todo tipo de forma absurda e invertida.

Testei com algumas pessoas da Academy e era instantâneo o fascínio pela cena que estava sendo gerada. Senti que estava indo no caminho certo para a interação que queria. Continuei brincando com as opções de SCNGeometry e amei o efeito que SCNText tem quando em movimento. É poético para mim a ideia de que o jeito que nos movemos no mundo altera como nossa mensagem é percebida — e vice versa. Parece que o usuário está dançando com o ambiente.

Playgrounds para prototipação

Todo o meu processo foi acompanhado de muito — muito — muito teste. Toda chance que tinha, colocava o playground na mão de uma pessoa diferente e a observava usando.

Foi interessante quando comecei a colocar frases que o usuário não conhecia, pois cada um tentava uma maneira diferente de descobrir. Ironicamente foram poucos os que olharam diretamente no código, a maioria ficava loucamente girando o iPad ou tentando entender como o texto se movia para parar na hora exata. Acabei codando diretamente no iPad uma parte considerável da versão final, o que foi uma experiência bem interessante. Tendo o teclado físico e suporte — graças a Nicole que me emprestou — achei até agradável.

Para mim, a grande vantagem da ferramenta é a facilidade de prototipaçao e test on-the-spot. Sinceramente, iterei esse código um quantidade de vezes que seria bem chatinho usando o simulador. Durante o teste, ficou claro a necessidade de um botão de reset, mais feedback e também um tutorial em relação ao que o usuário pode fazer, mas sou fã de ver a galera tentando descobrir.

Créditos: Zabotini

2017 vs. 2018

Apesar de ambos terem uma influencia bem forte de arte generativa e creative coding, esse ano foi uma experiencia COMPLETAMENTE diferente do ano passado para mim. Ano passado eu não tinha ideia do que estava fazendo, só fui jogando código na tela e felizmente deu um resultado bom. Agora eu conheço muito melhor Swift e consigo me virar muito bem com o que está disponível na linguagem. Acredito que aprendi muito mais esse ano também, por ter decisões mais conscientes. Mas o que mais me surpreendeu foi: EU SEI EXPLICAR OS BUGS! Posso dizer, com muito orgulho, que sou iOS Developer.

E agora?

Meu plano é finalizar UI, colocar audio como input — que acabou nem rolando por questão de tempo. Esse será meu primeiro projeto solo na AppStore.

Assim que estiver publicado, compartilho com o link com o mundo :)

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Ana Carolina Barreto
Apple Developer Academy PUCPR

analista de dados, designer, programadora e problematizadora profissional.