Análise | Xenoblade Chronicles 2 (Switch)

Com história envolvente e combate repleto de estratégias, o game é uma aventura incrível para os amantes de RPGs.

Guilherme Dias
Aventurine Brasil
9 min readDec 15, 2018

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Art © by Nintendo

Desenvolvido pela Monolith Soft e publicado pela Nintendo, Xenoblade Chronicles 2 foi lançado no começo de dezembro de 2017 sob a categoria Action RPG, escrito por Tetsuya Takahashi conhecido também por outras obras como Xenogear, Xenosaga e, mais recentemente pelos jogos da franquia Xenoblade Chronicles. O intuito do título é introduzir uma nova história em conjunto de modificações às mecânicas básicas que levaram ao sucesso do primeiro jogo da série.

O jogo está disponível exclusivamente para Nintendo Switch (via Nintendo eShop) e também pode ser adquirido em conjunto de um Season Pass que contém várias missões, Blades e desafios como o Challenge Mode. Com a compra do Season Pass, uma nova aventura chamada de Xenoblade Chronicles 2: Torna ~ The Golden Country também se torna disponível. Se preferir, o jogador pode adquirir a campanha adicional como um jogo standalone.

O título não conta com localização para o Português Brasileiro.
Não há suporte para multiplayer local e/ou online.
Esta análise contém spoilers leves.

Enredo

A história do jogo se passa em Alrest, um mundo coberto por um extenso mar de nuvens. No centro desse mundo existe a Tree of Life que, de acordo com as lendas, possui em seu topo um local paradisíaco chamado de Elysium. O local teoricamente já foi habitado por humanos, que por razões desconhecidas, foram exilados e passaram a viver nas costas de titãs que foram dados aos humanos pelo criador de Elysium, The Architect.

Vivendo em um pequeno titã chamado Azurda, Rex, nosso protagonista, é um salvager, mergulhando no mar de nuvens em busca de sucatas e tesouros que possa vender. Após terminar mais um de seus serviços, Rex parte em rumo de Argentum, uma nação mercantil. Assim que chega, é chamado pelo líder do local, Bana, que oferece a ele um contrato para ajudar um misterioso grupo chamado Torna, seus integrantes Malos, Jin e Nia (Drivers, pessoas capacitadas de despertar Blades de Core Crystals) e seus respectivos Blades (criaturas que possuem diversas habilidades e compartilham seus poderes com seus Drivers).

Rex se junta ao grupo, que tem como objetivo explorar um navio antigo em busca de um certo tesouro. Dentro do navio eles encontram Pyra, um Blade realmente poderoso que também é conhecido como Aegis, além de uma espada pertencente a ela. É então que, de maneira traíra, o garoto é assassinado por Torna.

Com muita dificuldade, Rex toca na espada e vê-se em um campo aberto junto de Pyra, que revela que aquele local é uma memória de Elysium. Pyra pede para que ele se torne seu Driver (desta forma adquirindo suas habilidades e armas) e prometa a ela que a levará até Elysium. Após o protagonista inevitavelmente aceitar a proposta, Pyra divide metade de seu Core Crystal, compartilhando sua vida com Rex e trazendo ele de volta à vida de forma além simbólica.

A partir desse encontro, tem início uma história sobre Blades, Drivers e a busca por Elysium, a única esperança para o mundo em que os titãs estão morrendo. Conflitos entre nações cada vez mais intensos e a volta do Aegis que assombrou o mundo a 500 anos antes da história de Xenoblade Chronicles 2 também fazem parte do enredo.

Gameplay

Com um início extremamente lento, o jogo pode ser um pouco cansativo e até mesmo entediante nas suas primeiras horas. Porém, ao superar esta barreira inicial, o mundo torna-se aberto e um local magnifico e interessante para explorar, completar objetivos, lutar contra chefes espalhados pelo mundo e desvendar os mistérios que o cercam, aos poucos conhecendo novos companheiros de viagens e algumas surpresas.

O mundo de Alrest permite ao jogador certa liberdade de exploração. No início do jogo, Rex e seus companheiros poderão explorar apenas um titã, porém, conforme a história principal progride, outros titãs que possuem suas próprias culturas, ecossistemas, monstros, vilas e cidades completamente diferentes são desbloqueados para a exploração. Ao chegar em um novo titã o jogador tem quase total liberdade para explorar o local, exceto por algumas localidades que necessitam que objetivos específicos sejam completados para ou que necessitam que o jogador tenha acesso a habilidades específicas. Essas habilidades podem ser adquiridas conforme o jogador completa o mapa de habilidades de seus Blades.

O jogo conta com um sistema de viagem rápida para locais já descobertos e para os titãs que anteriormente desbloqueados. Em cada localidade podem ser encontradas quests opcionais que o jogador pode completar para a obtenção de itens, liberar certas áreas como citado acima e, também, para se conseguir novos Blades.

Blades, Blades e mais Blades!

Blades são o grande diferencial nas batalhas de Xenoblade Chronicles 2. O jogo conta com uma infinidade de Blades para serem obtidos. Alguns deles podem ser adquiridos por quests, porém, a grande maioria deles, necessita que o jogador colete Core Crystals que podem ser encontrados pelo mundo, através de recompensas de certas tarefas e por derrotar monstros e chefes.

Os Core Crystals funcionam como um jogo Gatcha, fator que pode ser visto como um ponto positivo ou negativo dependendo do perfil do jogador. Ao abrir um Core Crystal, o jogador obterá um Blade aleatório que pode ser categorizado como normal ou raro. Os Blades caracterizados como normais não apresentam muitas individualidades, mas podem ser de grande ajuda nas batalhas. Blades raros, por sua vez, são únicos e apresentam grandes diferenças em sua aparência, personalidade, habilidade e possuem quests pessoais que exploram ainda mais os motivos de cada um deles.

Drivers podem criar vínculos com uma infinidade de Blades, porém, apenas 3 deles podem ser equipados simultaneamente para a utilização nas batalhas. Felizmente, o grande numero de Blades cria um universo de possibilidades, flexibilidade e estratégias a serem utilizadas.

Outra função para os Blades são as missões mercenárias que permite que o jogador envie os Blades que não estão sendo utilizados para completar certos objetivos que servem para melhorar as cidades e ganhar recompensas. Algumas lojas, por exemplo, aumentam seu catálogo, permitindo assim que o jogador obtenha itens que antes não estavam disponíveis.

Heeey ya! Toma essa! Meh meh meh!!!

Ao se iniciar uma batalha, os personagens irão se utilizar de ataques automáticos, ataques estes que permitem que as Drivers Arts, que são as habilidades dos Driver quando utilizando as armas de seus respectivos Blades, sejam carregadas e utilizadas. Além disso, as Arts possuem efeitos secundários como break, lauch, critical up entre outros gerando ainda mais estratégia durante as batalhas.

Para criar um maior número de táticas, cada Blade possui um elemento próprio (fogo, água, gelo, terra, eletricidade, vento, luz ou escuridão), utilizado em ataques elementais. Ao realizar um ataque elemental, o jogador terá a oportunidade de construir um combo elemental com a ajuda dos Blades que foram equipados na equipe. Quando 3 ataques elementais são feitos, conforme uma lista de elementos respectivos e quais elementos podem ser utilizados em conjunto, o inimigo receberá uma Orb Elemental.

Com o passar da batalha, uma barra será carregada e poderá ser utilizada tanto para ressuscitar aliados que caíram em batalha, como para a utilização de um ataque em equipe. Ao iniciar esse ataque, o jogador terá como objetivo destruir as Orbs Elementais criadas anteriormente, que causam uma quantidade muitas vezes absurda de dano ao inimigo.

Complexidade

As batalhas do jogo podem ser extremamente confusas e frustrantes se o jogador não conseguir entender a lógica por traz delas e, infelizmente, o jogo faz um péssimo trabalho ensinando o jogador. Os tutoriais são longos textos que aparecem na tela para apresentar novas mecânicas de jogo. Além disso, eles também possuem um grande problema: a partir do momento em que o jogador fecha um tutorial apresentado, não é possível acessá-lo novamente.

O sistema de customização também pode ser extremamente confuso devido à grande gama de opções. Os Aux Core, que servem como um equipamento para o Blade, possuem diversas habilidades e servem para uma maior customização dos Blades. Existem também os Chips, que são utilizados para melhorar as armas do Blades, dando a elas um aumento em certos atributos e efeitos secundários. Não parando por aí, é possível colocar equipamentos nos próprios Drivers garantindo-os melhoras em seus atributos individuais.

Drivers também podem utilizar pontos recebidos em batalha para melhorar seu Affinity Chart, que permite a obtenção de certas habilidades, melhoramentos de atributos e o aumento da potência de suas Arts. Em contrapartida, Blades não utilizam dos pontos recebidos em batalhas para a melhoria de seu Affinity Chart; primeiro eles precisam aumentar suas afinidades com seu Driver e em seguida completar objetivos específicos para liberar bônus e certos efeitos em seus ataques ou determinadas habilidades.

E caso o jogador queira aumentar a afinidade do seu Blade de maneira mais rápida e receber bônus em suas batalhas, ele pode comprar Pouch Items, que possuem duração limitada e servem como um auxílio e um boost em certas habilidades.

Audiovisual

É inegável o empenho à produção da trilha sonora do jogo. Trata-se, em sua maioria, de faixas memoráveis e belas que possuem uma incrível capacidade de transmitir emoções ao jogador e fazem com que o mesmo fique cada vez mais imerso no universo do título.

Em relação ao voice acting, temos a opção de escolher entre inglês e japonês. As vozes em inglês não combinam com alguns dos personagens e em muitos casos são mal sincronizadas. Em japonês, as vozes combinam com a personalidade de cada personagem, apesar de também não serem perfeitas. Um ponto importante a ser citado é que, durante as lutas, os personagens ficam falando praticamente sem parar cada vez que uma Art é executada, o que pode ser tão irritante quanto cômico.

Graficamente o jogo não é espetacular, possuindo uma resolução não tão boa devido à grande extensão e o grande número de entidades presentes nos mapas. É possível notar facilmente que as texturas dos personagens jogáveis, de seus Blades e daqueles que possuem relevância para a história são superiores ao resto das pessoas que habitam Alrest.

As animações, na maioria das vezes, são realmente bem trabalhadas e bem executadas, principalmente em cenas de batalha com a intenção de deixar o jogador empolgado ou tenso. Em alguns casos menores, como a animação do virar do rosto de personagens em cutscenes, um trabalho um pouco mais cuidadoso seria agradável.

No geral, a qualidade audiovisual não é tão surpreendente, mas também não deixa a desejar e, em alguns momentos, consegue indignar pela beleza de certos cenários, pela coreografia e fluidez de suas animações e por sua trilha sonora que não deixa a desejar em qualquer quesito.

Desempenho

O desempenho do jogo no geral é satisfatório, mas infelizmente existem quedas de frame em certas localidades e durante algumas batalhas. Os problemas de framerate se mantém no modo portátil; a diferença é que a resolução se torna inferior quando comparada ao modo TV.

Análise — Xenoblade Chronicles 2 (Nintendo Switch)

Xenoblade Chronicles 2 consegue prender o jogador de forma essencial graças à sua história cheia de reviravoltas e momentos emocionantes, agraciada por personagens memoráveis e carismático, bons elementos de exploração, belas e grandes regiões, uma trilha sonora magnífica e pela existência de objetivos extras.

A experiência é um pouco prejudicada por alguns problemas durante explorações e batalhas, mas as chateações não são suficientes para que Xenoblade Chronicles 2 deixe de ser um dos melhores jogos do Nintendo Switch.

Avaliação do jogo segundo o autor da análise: 8/10 — Muito Bom
Análise produzida com cópia digital adquirida pelo próprio autor.

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