Cemitério de Consoles | Post mortem: um tributo aos videogames desafortunados (Encerramento)

Independentemente de erros, todo console merece reconhecimento por tentar se tornar um novo meio de entretenimento.

Rafael Smeers
Aventurine Brasil
6 min readNov 3, 2018

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17 sistemas que fizeram história dos videogames de sua própria forma. Estes foram os protagonistas do Cemitério de Consoles, a forma do Aventurine Brasil de contar a história de cada um deles. Assim como um prato salgado e uma rasura em um texto demonstram tentativa (ingrediente essencial para o aprimoramento), estes videogames tem grande influência em fatores atuais. Seja pelo receio de embarcar no mercado de videogames portáteis depois da aniquilação de diversos concorrentes pela Nintendo, ou pelo cuidado com os custos e o foco em funções específicas.

Por isso, decidimos destacar brevemente um dos melhores jogos de cada um dos consoles que protagonizaram a série em um texto de encerramento. Mas antes, gostaríamos de agradecer aos leitores por todo e qualquer tipo de interação ao longo do especial. Trabalhamos fielmente para desenvolver textos ricos em informação, pesquisando por detalhes específicos e nos atentando o máximo possível na coerência de apresentação dos fatos.

Agora, vamos conferir alguns dos motivos para não desdenhar sistemas considerados “fracassados” e quem sabe até experimentá-los pessoalmente.

Atari 5200 (1982)

Título em destaque: Space Dungeon

Space Dungeon trazia ao Atari 5200 uma ótima experiência arcade com enorme fator de rejogabilidade. Com andares infinitos e gerados aleatoriamente, 8 inimigos diferentes agem de forma a evitar o progresso do jogador. Em seu lançamento, a mídia citava que o jogo era um triunfo que nem mesmo os controles ruins do console conseguiam estragar.

Atari Lynx (1989)

Título em destaque: Blue Lightning

Os gráficos de Blue Lightning foram amplamente elogiados, especialmente por se tratar de um jogo de console portátil. A jogabilidade, os cenários e a ação do título podem não parecer grande coisa nos dias de hoje, mas lembre-se: estamos falando de uma época em que gráficos tridimensionais ainda não reinavam.

Game Gear (1990)

Título em destaque: The G.G. Shinobi

Especialmente difícil, The G.G. Shinobi é um side-scroller de ação com jogabilidade baseada em The Revenge of Shinobi, de Mega Drive. O diferencial é a possibilidade de desbloquear e trocar de personagens ao longo do jogo.

Cada um deles tem sua própria arma, um ninjutsu único e uma habilidade específica. Os níveis podem ser jogados na ordem que o jogador preferir e com isso, os personagens também podem ser desbloqueados por ordem de preferência.

Commodore 64 Games System (1990)

Título em destaque: Spy vs. Spy

Baseado nos personagens da linha de tirinhas Spy vs. Spy, publicadas na revista Mad, Spy vs. Spy trazia uma experiência similar à de Tom and Jerry in House Trap (de PlayStation 1), com grande teor de rejogabilidade, mas gráficos mais simples que a popular versão de Super Nintendo. O modo jogador contra jogador garantia boas risadas.

Commodore CDTV (1991)

Título em destaque: Defender of the Crown 2

Defender of the Crown 2 apresentava a mesma história do primeiro jogo da franquia, mas contava com gráficos aprimorados e vários novos elementos de jogabilidade. A versão de Commodore CDTV é considerado por muitos fãs da série como a melhor forma de jogar o game.

Philips CD-i (1991)

Título em destaque: The Apprentice

A qualidade de The Apprentice é de envergonhar outros títulos do Philips CD-i. Felizmente se afastando dos vídeos interativos repetitivos, o título era um desafio de plataformas charmoso e bem acabado. Ao longo de seis níveis (com três partes cada), o jogador tinha de passar por obstáculos terrestres, aquáticos e aéreos através de mapas no formato de torre, além de contar com armas diferentes e transformações especiais.

3DO (1993)

Título em destaque: Gex

Seguindo com mais um título de plataforma, Gex não estava disponível somente no PlayStation 1. Junto de The Need For Speed, o título garantia boas experiências e segundo boa parte da crítica, definia “padrões altos para todos os futuros jogos de plataforma do 3DO”. Infelizmente, a versão de 3DO tinha gráficos inferiores à de PlayStation 1.

Atari Jaguar (1993)

Título em destaque: Alien vs Predator

Apesar de ter sido adiado várias vezes, Alien vs Predator de Atari Jaguar foi ansiosamente esperado e positivamente criticado, com elogios aos efeitos sonoros e visuais. A jogabilidade estratégica também foi citada como um ponto positivo.

Sega Saturn (1994)

Título em destaque: Panzer Dragoon Saga

Panzer Dragoon Saga acumulou fãs e foi considerado o melhor jogo do Sega Saturn por muitos. O sistema de posicionamento presente nas batalhas do jogo ocasionava situações entusiasmantes e os gráficos continham técnicas muito elogiadas.

O fator audiovisual chegou a ser comparado até às produções de Hollywood, enquanto o game como um todo chegou a ser citado por alguns como “um rival digno ao Final Fantasy 7”. A revista Sega Saturn Magazine descreveu o jogo como “um esforço monumental, uma obra de arte e claramente um trabalho feito com amor”.

Virtual Boy (1995)

Título em destaque: Virtual Boy Wario Land

Apesar de ter recebido críticas mistas em seu lançamento, Virtual Boy Wario Land seria o título a fazer melhor uso das funções que o Virtual Boy tinha a oferecer. Boa parte dos pontos negativos atribuídos ao jogo partiam de características do próprio sistema e foram desconsiderados depois da descontinuação do console.

Genesis Nomad (1995)

Título em destaque: Toda a biblioteca do Mega Drive

O que não faltava no Genesis Nomad eram jogos. Com o suporte à toda a biblioteca do Mega Drive, títulos como Streets of Rage, Mega Bomberman, Altered Beast, Sonic the Hedgehog 2, Contra: Hard Corps e muitos outros ficavam ao alcance das mãos do jogador em qualquer lugar.

Apple Bandai Pippin (1996)

Título em destaque: Super Marathon

O Apple Bandai Pippin mal contou com uma biblioteca pequena, mas Super Marathon com toda certeza merece destaque em meio às outras opções, mesmo apesar de contar com alguns problemas de frame rate e não ter trilha sonora.

Dreamcast (1998)

Título em destaque: Soul Calibur

Soul Calibur se tornou um fenômeno dos jogos de luta através de batalhas com uso de armas corpo a corpo. A versão de Dreamcast trazia a diferenciação ao console de mesa, facilitando jogar contra amigos.

Gizmondo (2005)

Título em destaque: SSX 3

A versão de SSX 3 para Gizmondo tinha enorme destaque entre os poucos títulos do sistema. O jogo que conquistou fãs através de suas versões de PlayStation 2 e GameCube teve apenas duas versões de bolso: esta e a de Game Boy Advance.

Em comparação à versão de Game Boy Advance, a versão de Gizmondo apresentava gráficos mais atraentes e mais fieis às versões de PlayStation 2 e GameCube.

PlayStation Vita (2011)

Título em destaque: Persona 4 Golden

Persona 4 Golden não só garantiu ao Persona 4 gráficos melhorados, mas também novo conteúdo. Além de troféus desbloqueáveis, uma nova personagem chamada Marie e o próprio Jester Social Link de Tohru Adachi foram adicionados ao jogo.

E não é só isso. Novas Personas, uma nova dungeon, um epilogo, vídeos e diálogos através de “canais” de TV, novas opções de diálogo, novas cutscenes, jardinagem, coleta de insetos, novas dificuldades, novos eventos de história e novas missões formam um ótimo motivo para jogar Persona 4 pela primeira vez, ou experienciar o jogo de uma nova forma.

Wii U (2012)

Título em destaque: Super Mario 3D World

O Wii U conta com uma boa quantia de títulos first-party divertidos e refinados, mas Super Mario 3D World se destaca trazendo a série mascote da Nintendo em jogabilidade 3D nos moldes de Super Mario 3D Land para Nintendo 3DS mais uma vez. Porém, desta vez em alta definição e com multiplayer local para até quatro jogadores.

A chegada do Power Up “Lucky Bell”, que garante ao jogador uma fantasia de gato e técnicas de arranhão e escalada de paredes, também é um dos motivos para conferir o título, visto que nenhum outro jogo da série fez o uso dele ainda.

Ouya (2013)

Título em destaque: Ittle Dew

Apesar de não ter sido um título exclusivo do Ouya, Ittle Dew é um ótimo exemplo do padrão de qualidade que os jogos do console poderia ter seguido. O jogo de ação e aventura com arte cômica desenvolvido pela Ludosity é um verdadeiro achado para fãs da franquia The Legend of Zelda, especialmente para aqueles com ligações às raízes 2D da série.

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Rafael Smeers
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