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Resenha: Lost Mine of Phandelver — Parte I

Juliana Batista
Biblioteca das Ancestrais

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A tarefa parecia fácil. Gundren Rockseeker, um anão conhecido do grupo de aventureiros, convocou e reuniu o time para escoltar uma carruagem de Neverwinter para Phandalin. Nada de coisas valiosas no transporte, apenas ferramentas e equipamentos de mineração puxados por dois bois numa grande carroça. Conforme o combinado o grupo receberia dez moedas de ouro para cada integrante da escolta. Gundren e Sildar, seu companheiro de negócios, partiram na frente em seus cavalos. A viagem seguia tranquila até que, depois de saírem da estrada principal e adentrarem a trilha para Phandalin, uma cena estranha barrou o caminho do grupo…

Como eu falei no meu último post (se você não leu é só clicar aqui), quando decidi começar a mestrar apostei em uma aventura pronta. E com certeza foi a melhor opção.

Eu queria uma aventura que não fosse muito curta nem muito longa, que fosse D&D 5ªEd porque é o sistema com o qual eu estou mais familiarizada, se possível que fosse ambientada em Forgotten Realms (Reinos Esquecidos) porque sou realmente apaixonada por esse cenário e assim encontrei a melhor aventura possível: Lost Mine of Phandelver (Mina Perdida de Phandelver).

Essa aventura faz parte do Start Set (Kit Inicial) da 5ª Edição de Dungeons and Dragons, com lançamento em português previsto para os próximos meses. A aventura possui aproximadamente 50 páginas, mais apêndices, tem previsão para quatro a cinco personagens, iniciando no 1º nível e possivelmente terminando no 5º nível.

A Introdução do livro traz várias informações, orientações e sugestões para a mestre. Como por exemplo: as funções da mestre, como ser uma árbitra e uma narradora, dicas de interpretação, de improviso e sobre a condução do jogo.

Há ainda algumas orientações técnicas acerca da classes de dificuldade mais utilizadas durante o jogo, um pequeno glossário sobre os termos mais utilizados durante a aventura, informações sobre a apresentação e formatação do texto no geral e especificamente sobre o que deve ser lido ou descrito para as jogadoras, quais informações devem ser restritas à mestre, monstros, itens mágicos, abreviações e etc.

Esse início traz ainda uma descrição acerca do Plano de Fundo da aventura, ou seja, o contexto onde toda a aventura acontece. Como eu disse, a aventura desenrola-se em Forgotten Realms, mais especificamente em uma pequena vila nas proximidades de Neverwinter, chamada de Phandalin.

O livro ainda traz sete mapas de localização da cidade e outros pontos importantes na região, que poderão ou não ser desbravados pelas aventureiras, mapas da cidade e de dungeons (masmorras). Os mapas são muito bem feitos, bonitos e claros, bem fáceis de usar. Na minha aventura eu acabei modificando alguns poucos detalhes pra deixar o jogo um pouquinho mais complicado pras minhas jogadoras! E isso deu super certo!

Na parte final do livro temos o “Apêndice A” com itens mágicos que são mencionados durante a aventura, explicando inclusive a característica Attunement to an item (harmonia com item mágico) e o “Apêndice B” com os blocos de estatísticas, descrições e explicações sobre todas as características mencionadas em todos os monstros que aparecem na aventura. Estudar esse apêndice é muito importante para facilitar e agilizar os combates, já saber como cada monstro funciona e o que ele pode ou não fazer, como ele reage em cada situação é essencial.

Além disso, o livro está repleto de imagens relacionadas a aventura, principalmente os monstros, oque deixa agradável de ler, ajuda a descrever e interpretar.

Por fim, eu gostaria de dizer que, já vi muitas pessoas dizendo que é uma aventura com um primeiro encontro extremamente mortal e que não incentiva um descanso até o próximo combate, que é uma aventura cuja história não tem muita motivação ou justificativa para a presença e atitudes de NPC’s e inimigos, que é previsível e monótona. Mas, eu não concordo com isso.

Acho importante ressaltarmos que é uma aventura introdutória, que faz parte do Start Set, portanto destinada a mestres e jogadores iniciantes, que estão tendo seu primeiro contato com Dungeons and Dragons e muitas vezes até mesmo com o RPG em si. Agora se você é um jogador experiente, provavelmente essa não é uma aventura que vá te empolgar, instigar e fazer vibrar por matar um goblin numa emboscada, convenhamos, mas não é por não atender aos seus anseios que ela não é uma boa aventura. O meu grupo de jogadoras adorou a aventura, fizeram personagens profundos que se envolveram na trama da história, entre os NPC’s e os seus próprios personagens.

Vou dividir esse post em dois porque ele tá ficando muito longo! Na próxima postagem vou analisar as partes da aventura uma a uma. Espero que vocês gostem e se quiserem entrar em contato é só deixar um comentário abaixo!

Ps. Todas as traduções foram feitas livremente por mim, portanto é possível que em materiais oficiais tenham traduções diversas.

Ps2. Todas as imagens e mapas foram resultado de busca on-line.

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Juliana Batista
Biblioteca das Ancestrais

Formada em Direito, estudando Arquitetura e dona de bar. Entusiasta, jogadora e mestra de RPG. Louca por café, yorkies, música, streams, board games e pessoas.