Abominação - A Perspectiva de Lobisomem: O Apocalipse.

Brasil In The Darkness
Brasil na escuridão
7 min readJul 23, 2019

Trecho traduzido do suplemento Werewolf The Apocalypse Storyteller’s Handbook, 3ª Edição, pág. 197–199.

Ocasionalmente algum vampiro tolo tenta fazer de um Garou um animal de estimação, normalmente por meio do Abraço. Como quase todos os lobisomens são violentamente alérgicos à vitae, eles são, portanto, difíceis de serem convertidos em vampiros. Pela graça de Gaia, eles são bem difíceis de abraçar: a maioria dos lobisomens morrem após a tentativa. Infelizmente, o Abraço funciona em alguns raríssimos casos — e os resultados miseráveis ​​são chamados de Abominações.

Os lobisomens vampiros são literalmente coisas que não deveriam existir. Metamorfos são a forma mais pura de vida primal na face do planeta — o vampirismo é a não vida. O Abraço desconecta o Garou da alma do mundo, sua razão de existir. Como resultado, a principal causa da Morte Final, entre as cerca de uma dúzia de Abominações que existem em um dado momento, é o suicídio. Um Garou Abraçado perde muito, muito mais do que a média das criaturas outrora mortais.

As Abominações são criadas basicamente da mesma maneira que todos os vampiros, exceto que até mesmo o mais depravado Dançarino da Espiral Negra não está inclinado a sacrificar voluntariamente sua condição mais elevada em troca dos poderes do além túmulo. Praticamente todas as Abominações foram feitas prisioneiras ainda em vida, depois foram abraçadas para serem escravizadas por seus Senhores.

Os Garou recebem uma última chance para escapar da não vida; no Abraço, o Garou faz um teste reflexivo (e instintivo) de Gnose, dificuldade 6, para morrer em paz. Se o teste tiver sucesso, ele morre sem dor e seu espírito viaja para seu lugar de destino. Se o teste falhar, ele morre em agonia torturante, mas seu espírito é livre. Se o teste resultar em falha crítica, o Garou se torna um Abominação e jamais verá sua Pátria Tribal. Nenhuma Disciplina, Dom, magia ou qualquer outro tipo de poder aquém da intervenção direta de um Celestino pode afetar este teste, exceto um — o lobisomem pode gastar um ponto de Força de Vontade para obter um sucesso automático como de costume (e é quase certo que o fará) .

Uma Abominação recém Abraçada pertence ao clã de seu Senhor, aprende três pontos de Disciplinas do clã e ganha a fraqueza do clã como qualquer outro neófito. Ela pode gastar pontos de sangue para aumentar seus Atributos ou para se curar como qualquer outro vampiro.

As vantagens do Abraço terminam aí.

Tornar-se uma Abominação resulta na perda imediata de dois pontos permanentes de Glória, três pontos de Honra permanentes e três pontos permanentes de Sabedoria. O Abraço geralmente faz com que até mesmo poderosos anciões Garou caiam em pelo menos duas posições em seu Posto; de fato, uma Abominação recém-transformada pode até cair abaixo do Primeiro Posto. A menos que o lobisomem tenha sido anteriormente um Dançarino da Espiral Negra, ela não poderá ganhar Renome ou subir novamente de Posto. Apenas os Dançarinos mais depravados reconhecem seus parentes mortos-vivos, e ainda assim esses Dançarinos recebem apenas um quarto das recompensas padrão de Renome por seus feitos. As Abominações também não podem gastar experiência para aumentar o seu nível de Gnose.

Após a morte, a conexão do Garou com o todo espiritual de Gaia está irreparavelmente cortada. Essa perda significa que as abominações não podem regenerar suas feridas como os Garou; As Abominações podem se curar apenas gastando Pontos de Sangue.

Essa separação da fonte da vida também tem graves repercussões no relacionamento da Abominação com o mundo espiritual. Embora as Abominações mantenham conhecimento de Dons e rituais que possuíam antes de seu Abraço, elas não podem fazer quaisquer outros rituais além de rituais da Wyrm; somente os espíritos mais corruptos respondem ao chamado de uma coisa morta. As Abominações também não podem aprender novos dons de outros espíritos além de Malditos, e esses espíritos são mestres maldosos e desonestos. No momento do Abraço (ou, mais precisamente, da morte), quaisquer itens dedicados ou fetiches sintonizados perdem sua conexão com o outrora Garou. Espíritos aliados, mesmo aqueles ligados à fetiches, se irritam com a presença do morto-vivo. Para sintonizar-se com um fetiche de Gaia após o Abraço, a Abominação ainda pode testar Gnose como de costume — contra dificuldade 10, e uma falha crítica fará com que a Abominação perca um ponto permanente de Gnose.

Glifo Garou oficial para Abominações.

As Abominações não podem gastar pontos de sangue para qualquer propósito no mesmo turno em que gastam Gnose, fazem testes de Gnose, gastam Fúria ou fazem testes de Fúria. Fúria, Gnose e Vitae interferem no uso um do outro, e um Garou morto-vivo pode usar apenas um dos três em um dado momento. As abominações têm reserva de sangue de acordo com sua Geração, como de costume — seu sangue Garou duplamente potente foi totalmente drenado durante o Abraço, e eles devem se contentar com o Vitae normal.

As abominações existem em um estado perpétuo de Harano. A cada cena, uma Abominação deve gastar um ponto de Força de Vontade para contar com suas paradas de dados completas. Se não for possível fazer esse gasto, seus dados serão divididos pela metade durante a cena. Além do mais, as Abominações sem alma não podem gastar pontos de Força de Vontade para obter sucessos automáticos em quaisquer jogadas de dados.

Tendo sido algo diferente dos humanos, as Abominações não usam a humanidade como sistema de moralidade. Elas têm algo muito maior em risco — sua Gnose. É a única coisa que os impede de agir contra os impulsos vis que crescem dentro deles na não vida: não impulsos naturais, mas sementes plantadas pela Wyrm durante seu Abraço. O nível de Gnose de uma Abominação determina quão profundamente ela dorme durante o dia e, na maioria dos casos, atua como a Humanidade faria. (Claro que a Abominação ainda está sujeita a testes de Fúria.)

Sempre que uma Abominação transgride os caminhos dos Garou de Gaia, seja deliberada ou inconscientemente (como em um frenesi), esta é uma infração perigosa. Quanto mais alta for a Gnose da Abominação, maior será a probabilidade de que mesmo uma transgressão menor possa arrancar mais de seu espírito. Isso é verdade até para os Dançarinos da Espiral Negra — seus costumes e táticas usuais são um caminho seguro para a degeneração. A tabela abaixo é um guia aproximado para quais ações forçam uma Abominação a se deparar com a perda de Gnose. Se o Garou vampiro fizer uma ação que requeira um teste, ele rola Gnose, dificuldade 7 (com modificadores a critério do Narrador — ações particularmente cínicas podem tornar a degeneração muito mais fácil). Falhar significa que ele perde um ponto de Gnose irrevogavelmente. Uma falha crítica concede à criatura desafortunada uma perturbação. Quando toda a Gnose da Abominação se for, ela não poderá mais Percorrer Atalhos nem usar dons ou fetiches.

Existe apenas uma maneira de evitar essa degeneração — a Abominação pode oferecer totalmente o que restou de sua alma à Wyrm (mais precisamente, a um poderoso intermediário dela, como um Maeljin Incarna). Depois de fazer este pacto negro, a Abominação se torna um personagem controlado pelo Narrador. Sua Gnose não está mais em risco; a Wyrm se encarrega de abastecer sua energia espiritual. No entanto, a Abominação não têm mais nenhum livre arbítrio; cada ação é tomada conforme os designos de seu patrono.

Outras Raças Metamórficas são ainda menos adequadas para a vida vampírica. Um Bastet, por exemplo, começa a perder a Gnose permanente, uma por ciclo da lua a partir do Abraço e nunca pode recuperá-la. Eventualmente, o gato morto-vivo é completamente desconectado do mundo espiritual, incapaz até mesmo de ativar Dons. Nuwisha, em contrapartida, não podem sofrer o Abraço — indivíduos que tentam forçar o vampirismo nos coiotes descobrem que os Nuwisha morrem em silêncio, todos eles. Mokolé e Corax reservam algo ainda pior, por seus laços com o sol — ambos morrem a Morte Final no prazo de um dia após o Abraço, a perda de conexão com Hélios os mata irrevogavelmente no próximo pôr do sol. Infelizmente, para todos ao redor dele (inclusive seu Senhor vampírico), uma Abominação Mokolé gasta o resto de sua existência em um frenesi brutal, descontrolada, que quase sempre resulta em que seu pretenso Senhor termine como uma poça rubra espalhada pelo chão. Felizmente, todos os metamorfos, pelo menos, têm direito ao teste padrão Gnose para evitar o Abraço e morrer em silêncio.

Hierarquia da Corrupção da Wyrm

Nível de Gnose - Pecado mínimo para verificação de Gnose.
10 - Quebra acidental da Litania;
9 - Quebra proposital da Litania: recusar um desafio legítimo, canibalismo (beber sangue de humanos ou lobos);
8 - Recusar-se a reconhecer a derrota em um desafio (falta de instinto), ensinar conhecimento Garou a servos de Wyrm (incluindo vampiros);
7 - Assassinar injustamente um Garou, usar poderes vampírico de controle mental (Dominação, Presença) contra um Garou, entregar um Garou para os servos da Wyrm;
6 - Tramar ou negociar com espíritos corrompidos para propósitos malignos;
5 - Destruir um lugar natural; (prejudicar Gaia), agir para que a corrupção cresça ou prevaleça;
4 - Aliar-se aos servos da Wyrm (incluindo vampiros);
3 - Canibalismo (beber sangue Garou), sadismo e perversão (virtudes da Espiral Negra);
2 - Guerrear contra qualquer uma das tribos;
1-Destruir ou ajudar a destruir um caern.

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