Os Adversários — Colts (Semana 8)

Matheus Coda
Broncos Brasil feat. Broncast
8 min readJul 18, 2019
Seremos capazes de pular sobre os Colts como fizemos em 2017?

Olá pessoal! No momento que esse texto sair estarei curtindo minhas férias na praia. Mas isso não significa que vocês ficarão sem mais um texto dessa série maravilhosa de dois textos semanais onde eu e Pedro Luís discutimos e analisamos os adversários dos Broncos na temporada 2019. Pegue sua água de coco e venha aprender mais sobre nossos irmãos equinos que enfrentamos na semana 8: o Indianapolis Colts.

Nota: esta série é feita em colaboração com perfis que cobrem os adversários. Infelizmente, acionamos todos os perfis mais conhecidos dos Colts, mas nenhum deles apareceu nas últimas semanas. Estão todos foragidos.

No fim deste texto colocamos links para os adversários das outras semanas, não deixe de conferir!

Como foi a temporada 2018?

Depois de uma turbulenta temporada em 2017 onde o quarterback Andrew Luck sofreu uma lesão que encerrou sua temporada antes mesmo dela começar e causou aos Colts um recorde de 4–12, os Colts tiveram motivos para sorrir em 2018.

Pra começar, tivemos a demissão do seu Head Coach Chuck Pagano que após 6 temporadas com o time não estava sendo efetivo o suficiente para levar esse time adiante e não era capaz de se ajustar ao adversário. Com a sua demissão, os Colts foram atrás do coordenador ofensivo dos Patriots Josh McDaniels para ser o novo HC do time. Os Colts até mesmo chegaram a um acordo com McDaniels mas depois de algum tempo McDaniels deu pra trás e decidiu permanecer em New England. Parecia que o destino zombava de Indianapolis.

Mas pensando sobre isso hoje, talvez o destino na verdade tinha outros planos pros Colts. Após essa rejeição, eles trouxeram Frank Reich para o comando do time. Reich foi coordenador ofensivo do Philadelphia Eagles de 2016 até 2017 e liderou esse time junto ao HC Doug Peterson em uma campanha fenomenal que culminou na vitória no Super Bowl LII pra cima do New England Patriots.

Acredito que os Colts fizeram um excelente negócio, porque Reich se mostrou um técnico muito efetivo. Além disso, Andrew Luck voltou ao ataque do time depois de muitas dúvidas sobre sua saúde e quebrou a banca em 2018 jogando todos os 16 jogos da temporada regular. Justiça seja feita, os Colts começaram devagar a temporada com um lamentável recorde 1–5 nos 6 primeiros jogos. Tudo isso pra no final da mesma se tornar o terceiro time na história da liga a começar a temporada com um recorde desses e ir aos playoffs. Os Colts terminaram a temporada 10–6, sua primeira temporada positiva desde 2014, mesmo ano em que foram aos playoffs pela última vez.

No Wildcard Round eles venceram o Houston Texans, seu rival de divisão e campeão divisional daquele ano por 21–7 mas acabaram sendo eliminados no Divisional Round pelo Kansas City Chiefs por 13–31.

Os Colts de 2018 podem ter perdido no Divisional, mas eles deixaram uma mensagem bem clara pra liga: estamos aqui e estamos melhorando. Nos aguardem no futuro.

O que esperar de 2019?

Sabe o que eu acabei de falar sobre os Colts “estarem aqui”?

Basicamente, podemos dizer que eles não perderam quase ninguém e ainda assim reforçaram seu time. Poucos times na NFL podem ter esse luxo. E isso fica ainda melhor quando você descobre que devido ao elenco dos Colts ser tão jovem e ter tantos contratos de valores baixos os mesmos entraram na offseason tendo um dos maiores cap spaces da liga.

Podemos numerar os problemas dos Colts de 2018 em 2 principais fatores: a ineficiência do seu pass rush e a falta de profundidade na posição de recebedores. E os Colts mexeram os pauzinhos para resolver essas questões.

Primeiro sobre a ineficiência do pass rush: segundo a PFF (Pro Football Focus, site que faz análises e estatísticas de todos os times), os Colts foram o 4º pior time da liga pressionando o passe em 2018. Pra tentar melhorar a situação, eles trouxeram o DE Justin Houston que vem de Kansas City em declínio mas que ainda acredita ter muito a oferecer. Para reforçar ainda mais, trouxeram dois LBs no Draft: Ben Banogu e Bobby Okereke, dois prospectos com muito potencial para serem starters confiáveis na NFL e acelerarem a pressão ao passe que é muito necessitada nesse time.

Segundo sobre a falta de profundidade na posição de recebedores: não é correto dizer diretamente que os Colts tiveram problemas com WRs porque os mesmos contaram com a habilidade magistral de T.Y. Hilton que foi considerado o 10º melhor recebedor da liga em 2018 pela PFF. O problema realmente está na profundidade. Além de Hilton, os Colts não tinham exatamente um WR2 em que pudessem contar, tanto que o ataque aéreo dos Colts se baseou muito em Hilton e nos seus TEs (principalmente Jack Doyle e Eric Ebron). Para trazer essa tão requisitada profundidade, os Colts trazem na Free Agency a fisicalidade do ex-WR dos Panthers Devin Funchess e no Draft a velocidade do WR de Ohio State Parris Campbell. Duas armas que ao lado de Hilton e sob o comando de Luck farão do ataque de Indianapolis um ataque mortal.

Observando o Draft dos Colts é possível notar que, tirando a escolha de Campbell, os Colts focaram pesado em draftar peças da defesa, focando principalmente na secundária e no pass rush. A secundária dos Colts pecou um pouco na temporada passada e trazer profundidade na posição com jogadores com bom potencial de evolução como por exemplo o CB Rock Ya-Sin é muito importante para poder dar continuidade e melhorar a qualidade da unidade.

É importante notar que uma estratégia de Draft assim só é possivel devido ao fato de que os Colts tem um quarterback de elite em Andrew Luck que eleva muito o jogo do ataque mesmo com peças em evolução. Fora isso podemos dizer que os Colts fizeram um excelente trabalho no Draft 2018 selecionando principalmente o OG Quenton Nelson que foi selecionado em seu primeiro ano ao Pro Bowl e First Team All-Pro e também no LB Darius Leonard que além de também ser selecionado em seu primeiro ano pro First Team All-Pro foi escolhido como Calouro Defensivo do ano (DROY).

Os Colts já contavam com um ataque de qualidade mesmo com problemas de profundidade de WR e com uma defesa boa mesmo com problemas de pass rush. Tendo essas duas questões parecendo estar resolvidas, não é difícil imaginar que os Colts são um time de playoffs. Talvez até mesmo irão mais longe no mesmo.

O Duelo dos Equinos: o Fenômeno do Pós-Manning

Eu tenho um carinho muito especial pelo Indianapolis Colts. Sempre que eles não estejam ferindo os planos e chances dos Broncos, estou sempre ligado na transmissões de seus jogos e torcendo por eles.

Talvez o motivo disso seja óbvio e tem nome e sobrenome: Peyton Manning. O lendário quarterback da NFL que foi o primeiro e único até hoje a ganhar um Super Bowl por dois times diferentes: o XLI em 2006 pelo Indianapolis Colts e o 50 em 2015 pelo Denver Broncos. Fora todas as suas outras conquistas.

Eu poderia facilmente escrever um texto de mais de 2000 palavras falando de Peyton Manning (talvez faça isso um dia) mas eu gostaria de focar hoje numa questão que foi e é relevante em ambos os times até hoje: o pós-Manning.

O pós-Manning dos Colts foi o menos traumático dos dois, porque a lesão de Peyton devastou o time em 2011, fazendo com que fossem o pior time da liga naquele ano. Coincidentemente, no Draft de 2012 sairia um prospecto que era considerado “um dos melhores desde John Elway”, o quarterback de Stanford Andrew Luck que foi um dos prospectos mais hypados dessa década. E com razão.

Luck tem um problema com lesões, mas quando não está lesionado nunca teve uma temporada com menos que 10 vitórias pelos Colts. O que aconteceu com os Colts é algo muito difícil na NFL: perder o seu franchise QB (aliás, um dos melhores da história) é catastrófico, mas os Colts logo em seguida já emplacaram outro franchise (e de excelente qualidade) pra franquia em Luck.

Mesmo depois da lesão devastadora, Manning era um dos principais alvos da Free Agency de 2012, e o Denver Broncos conseguiu trazê-lo para cá. Manning jogou 4 temporadas em Denver, vencendo a divisão em todas elas, indo ao Super Bowl em duas e vencendo um. Manning se aposentou algum tempo depois de vencer o Super Bowl 50.

Só que o pós-Manning de Denver tem sido terrível. Desde 2016 não temos estabilidade na posição de quarterback. Brock Osweiler, Paxton Lynch, Trevor Siemian, Case Keenum… Todos tentativas falhas de John Elway para ocupar o lugar de Peyton.

As bolas da vez são Joe Flacco e Drew Lock. Um é um QB veterano em declínio que John Elway acredita que pode fazer com ele o mesmo que fez com Peyton (o que é difícil considerando que Flacco não tem a habilidade de Manning) e o outro é um calouro que tem muitas questões a serem trabalhadas no seu desenvolvimento para talvez um dia se tornar um franchise QB.

A busca ainda continua apesar de tudo. Mas já passou da hora de Denver superar o fenômeno do pós-Manning. Se essa franquia deseja algum dia novamente levantar um Vince Lombardi, é preciso deixar de viver no passado e na sombra de Peyton Manning. É preciso um ponto final no pós-Manning. É preciso que alguém tome a cadeira.

É preciso um quarterback para chamar de “seu”.

Resultado Provável

Não subestimem os Colts. Esse time é perigoso e já mostrou o porquê. Se Andrew Luck chegar na semana 8 saudável e jogando 100% os Broncos estarão em maus lençóis.

A verdade é que estamos chegando em um ponto da análise de resultados prováveis onde começa a ficar muito difícil prever o que pode acontecer no confronto. Na semana 8 já terão se passado praticamente 2 meses de temporada regular. É muito tempo quando se trata de uma liga como a NFL.

Mas se tudo ocorrer bem e os times chegarem até lá sem grandes problemas, eu acredito que os Colts possuem um time superior ao dos Broncos. A vitória parece estar fora de alcance nesse confronto.

Preview do Embate: Colts favorito.

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Matheus Coda
Broncos Brasil feat. Broncast

Engenheiro, escritor e torcedor fanático do Denver Broncos. Posto memes nas horas vagas no @denvaum no Twitter.