Checkup: reprogramando minha vida em 6 passos

Bruna Bittencourt
brubittencourt
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6 min readOct 17, 2016
Setembro 2016 | No Deserto de Mojave, Joshua Tree National Park CA

Muitas coisas ruins — e boas — aconteceram na minha vida nos últimos meses (mais sobre isso no futuro), e tenho refletido muito, e revisto de maneira profunda algumas coisas.

Ontem eu completei mais um ano de vida, e aprendi com o AMF (marido) que uma boa prática para o mês do aniversário é sempre aproveitar a data que, nunca passa esquecida, para realizar um checkup geral de saúde.

Gosto da ideia de ter triggers para realizar tarefas importantes, e como sou fã de qualquer técnica que torne a vida pessoal ou profissional mais produtiva, adoro a ideia do AMF, mas confesso que durante nossos 6 anos de relacionamento eu nunca fiz o tal checkup no mês do aniversário.

E por que não? Por que procrastinamos algumas coisas que são fundamentais? Ou melhor, porque lembramos que deveríamos ter dado mais atenção a XYZ quando XYZ precisa de tratamento?

Não sei explicar totalmente, se você souber, me ajude a chegar lá. Mas esse mês, eu decidi mudar e fazer o tal checkup.

Considero o mês do meu aniversário como um marco na minha linha do tempo, afinal, o fato de estar viva por si só já seria suficiente para meu coração estar grato. Mas vejo que tem mais, é a renovação de um ciclo. E depois de passar por um período escuro recentemente, escolhi outubro para virar uma chave e reprogramar minha vida.

Fazem alguns meses que me apeguei a 6 coisas que tenho tentado de verdade colocar em prática para tornar minha vida mais leve. Rotinas simples (talvez nada de novo para alguns), mas nem sempre cumpridas à risca, afinal, somos os maiores sabotadores de nós mesmos.

Falo de escolhas aparentemente óbvias, mas que pelo menos eu, aprendi a duras penas, no auge dos meus 30 e tals, o real valor de cada uma. No fim do dia não adianta nada viver de conceitos e não de práticas verdadeiras, e isso tem me ajudado e muito a ser mais a versão de mim mesma.

Me expondo totalmente, e talvez essa seja uma maneira de ter mais um incentivo de fazer dar certo, compartilho o que tenho buscado:

1- Viver o presente

Por mais de 30 anos eu vivi na máquina do tempo. Ou sendo consumida pela ansiedade e angústia de me preocupar demais com o futuro, ou sentido remorso e culpa por regressar e remoer coisas que passaram.

Então, eu decidi viver o presente, o hoje. Basta a cada dia seus próprios desafios. E fazendo uma análise, não passei um dia sequer em necessidade. Minha fé me dá base para crer que o Eterno me sustenta, independente dos meus esforços. Não há porque entrar em pane e “queimar” meu psicológico viajando na máquina do tempo.

Agora me apego com aprendizados do passado, e com o fogo que devo cultivar, que é o que “queima” dentro de mim hoje.

2- Ser mais, ter menos

Tenho total aversão a fazer compras. Acho chato, cansativo e tempo investido de maneira pouco inteligente. Sempre fui adepta do combo calça jeans e camiseta básica, mas meu maior objetivo mesmo é ter um guarda roupas enxuto, com apenas 20–30 peças que “conversam” entre si. Quem já viu meu guarda roupas pode até pensar que eu já tenha atingido esse objetivo, mas ainda não, pretendo chegar lá.

Recentemente experimentei viajar pela primeira vez com pouquíssimas peças de roupa de verdade, algumas semanas sem nada de maquiagem, e sem me preocupar em fazer a unha (odeio o ambiente de salão de beleza também).

O que eu ganhei com isso? Mais tempo para focar em coisas realmente importantes sobre mim, mais transparência para enxergar que eu preciso me preocupar mesmo com o que é importante para mim, e com as pessoas que amo, e não com o que as pessoas pensam sobre mim, ou com minha aparência.

E claro, se de tudo você não enxergar um upside claro nisso, te dou dois motivos: menos tempo escolhendo o que vestir, e menos roupa para lavar. 😃

3- Escolher estar cercada de pessoas que me amam e gostam de mim genuinamente

Ah, essa é fácil não é? Não!

Geralmente escolhemos estar próximos de quem achamos que nos ama ou que gosta de nós, mas no fim do dia fazendo uma avaliação, percebo que invisto muito tempo seja pensando ou interagindo além do necessário, com pessoas que sei que não estão na cesta das que são realmente importantes. E não estou falando de inimigos. Se você pensar agora, tenho certeza que saberá pontuar alguns nomes que não valem o tempo e energia.

Escolhi então colocar em primeiro lugar, e investir meu tempo, meus pensamentos, meus planos e esforços com quem é de fato importante. Escolhi dar prioridade ao que é importante: as pessoas que eu amo. Tudo, tudo mesmo é plano de fundo.

4- Apreciar mais rápido do que julgar

Em tempos onde a internet tem permitido cada vez mais haters de se levantarem, e ao mesmo tempo cada vez mais pessoas tem perdido o medo de se posicionarem sobre temas polêmicos, o que temos a fazer? Emitir a opinião sobre a opinião alheia!

Sim, de fato eu me pego na maioria das vezes fazendo isso, em pensamento. E ao invés de pensar e buscar reter o que é bom, ou apenas aceitar o diferente do meu, estou ali interna ou externamente fazendo julgo. Lamentável a nossa essência, má.

Não é o lance do meio copo cheio ou vazio. O que tenho buscado é sempre olhar com sorriso nos olhos, fazer exercícios de respiração quando necessário, mas ser tardia em julgar. Eu sempre tenho um pitaco a respeito de qualquer tema, isso é — uma merda — mas involuntário. Porém tenho praticado falar menos, muito menos, e ouvir mais.

Com isso, percebi que tenho aprendido muito mais, e que também comecei a enxergar pontos super positivos em muitas situações que jamais imaginei.

5- Não procrastinar os compromissos/desafios/metas que faço comigo mesma

Em 2016 comecei uma busca focada em adquirir novos hábitos (tentarei falar sobre isso no futuro). Muitos desses hábitos entraram no meu tracking (uso o App Way of Life para isso) apenas para que eu me certificasse de que realmente tinha convertido aquela atividade em um hábito. Para outros, eu precisava encontrar maneiras de conseguir torna-los como hábito de verdade.

Desde 2013, quando passei por uma crise intensa de ansiedade, decidi adotar a corrida como uma válvula de escape. Começar a correr é de fato chato e desesperador, até que com persistência você se supera a cada passada e descobre que a endorfina produzida após um treino te leva nas nuvens.

A parte boa é que a corrida se tornou um hábito na minha vida, e quem diria, eu me tornei uma maratonista. Hoje, tenho como meta diária manter a regularidade dos treinos, afinal, na medida em que fui assumindo novos desafios com a corrida, eu também precisei adquirir novos hábitos de treinos e alimentação. E na medida em que a corrida se tornou um hábito, ela também, muitas vezes, se tornou uma coisa comum na minha rotina, o que preciso reprogramar sempre para me manter motivada.

Um novo hábito é um desafio, e eu acredito ter conseguido atingir alguns deles com muita obstinação e ajuda da prática de mindfulness. Inclusive, praticar meditação é um hábito que adquiri diariamente, e me orgulho disso.

Enfim, sabemos o que é bom, sabemos o que devemos fazer, sabemos o que precisamos alcançar, mas por uma série de razões somos vencidos por qualquer motivo mais atraente ao invés de fazer o que nos comprometemos fazer.

Eu decidi ser obstinada a não sabotar meus próprios sonhos, não furar com minha própria agenda, não frustrar meus próprios desafios, e não deixar de alcançar minhas metas. Sejam elas quais forem.

O segredo é apenas não desistir de tentar, e perceber que ninguém fará por mim até que eu escolha a mim mesma.

6- Agradecer mais e murmurar menos

Tenho agradecido pelo pão de cada dia? Por amanhecer todos os dias ao lado de um homem incrível? Pelas pessoas ímpares que tenho a oportunidade de compartilhar historias ao longo da jornada? Pela oportunidade de acordar viva por mais um dia e tocar a frente meus sonhos? Estou perdoando genuinamente?

Quanto mais ocupada minha mente estiver em agradecer e perdoar, menos tempo terei para murmurar.

Esse meu novo ano eu tomo como marco para reprogramar minha casa interna. Para construir fundações sólidas: físicas, espirituais, emocionais e mentais de uma vida que eu tanto amo desfrutar.

Meu desejo é que ano que vem, quando eu concluir mais um ciclo de vida, eu possa revisitar esse medium e avaliar minhas falhas, porém com saldo positivo.

Se eu conseguir alcançar 1% a cada dia dentro de cada um desses 6 pilares, sei que estou avançando para ser uma nova e melhor pessoa.

Cheers!

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Bruna Bittencourt
brubittencourt

faço produtos e transformação digital e empresas de tecnologia pro bem. amo a vida outdoor e pratico esportes. foodie entusiasta pela comida