Portland Trail Blazzers — Guia NBA 2017/18

Felipe Haguehara
buzzerbeaterbr
Published in
8 min readSep 26, 2017

O que falta a Damian Lillard e C.J. McCollum para ir adiante na pós-temporada?

A partir desse texto entraremos no rol das equipes que conquistaram uma vaga na pós-temporada de 2016/17. A primeira foi a 8ª colocada do Oeste, fazendo um recorde exato de 50%, ou seja, 41 vitórias e 41 vitórias.

O Portland Trail Blazzers já está nesse patamar de candidatos absolutos à brigar por vagas de playoffs à 4 temporadas. Mesmo quando sofreu com o desmanche nas saídas de Wesley Metthews, Nicolas Batum e LaMarcus Aldridge, a evolução de seu ala-armador, bem como a própria presença de um bom treinador em Terry Stotts, seguiu em deixá-los com mesmo status.

Já são 4 temporadas seguidas avançando para a etapa seguinte na NBA, mas com uma certa falha em conseguir colocar-se acima de seus adversários. Duas vezes caindo nas semifinais da conferência e duas, incluindo a mais recente, caindo na primeira rodada.

Muito disso se relaciona com o fortalecimento das franquias do mesmo lado do mapa, no entanto, nos dois últimos anos podemos dizer ter havido uma falha estrutural em garantir um elenco de apoio mais incisivo para Damian Lillard e C.J. McCollum.

Como foi temporada passada?

Diferente da maioria das equipes das quais citamos até agora, o Portland não está em uma fase de reconstrução ou espera de validação de suas peças jovens. Seus jogadores mais importantes já alcançaram níveis os quais podemos chamar de powerhouse, uma das melhores e mais expressivas duplas de guards da liga.

Porém, o fenômeno posterior a saída de tantos atletas importantes (os citados acima), a partir de 2015, se mostrou certeiro de muitas previsões em 2015/16 e manteve-se em 2016/17.

Lillard é uma estrela, um dos jogadores com a maior caixa de ferramentas ofensivas da liga. Atlético, bom chutador, bom infiltrador e clutch quando necessário. Desde que chegou na liga em 2012, primeiro de vários bons desempenhos em drafts da franquia desde a chagada do executivo Neil Olshey, ele só não vez 20+ pontos de média em uma temporada apenas em seu ano de calouro.

E mesmo assim, seus números no ano de rookie, 19 pontos por jogo e 6.5 assistências, foram o suficientes para desbancar o favorito Anthony Davis no prêmio de Calouro do Ano de 2013. Nesse momento a desconfiança em cima do teto de evolução sobre o armador caiu, e de lá vimos apenas melhora em suas média de pontos, são 4 anos seguidos evoluindo-a, contando os 27.0 PPG da temporada passada.

C.J. McCollum alcançou o status de grande titular na posição 2 na liga. Grande chutador e dono de um dos crossovers mais letais, seu número de pontos repentinamente subiu 14 pontos de média entre 14/15 e 15/16.

Os dois seriam o bastante para aterrorizar adversários em tempos diferentes, mas no Oeste repleto de grande estrelas, e a própria falha de utilizar a offseason para lhes colocá-los ao lado de, no mínimo, um outro bom jogador tem sido fatal para o sucesso da franquia nos últimos playoffs.

Parte disso cai na estratégia de fortalecimento da franquia mais recentemente. Apostando mais em jogadores subestimados ou em jovens vindos do draft.

A esperança, na verdade, era que Allen Crabbe compensasse a dinheirama gasta para cobrir a oferta feita pelo Brooklyn Nets na Free Agency de 2016. coisa que não aconteceu.

O outro fato que segurava a equipe era específico de uma posição. Desde Aldridge não há um homem de garrafão extremamente confiável. A proficiência defensiva de Festus Ezeli era o plano inicial, atrapalhado pelas lesões que o fizeram não jogar sequer uma partida depois de sua chegada.

Caras como Mason Plumlee e Al-Farouq Aminu seriam contribuidores importantes e versáteis, bem como Ed Davis. Mas, sem o bendito terceiro homem de confianças, não há muito que eles possam fazer além de suas capacidades.

O ponto de virada foi a chegada de Jusuf Nurkic que chegou do Denver Nuggets em troca de Plumlee. Sabe a presença fraca no garrafão assombrava os jogos do time? Parecia ter sido resolvida com a chegada do bósnio.

20 jogos é pouco para dizer que o pivô é a solução dos problemas. Mas o impacto imediato nos rebotes, defesa e até pontuação na pintura foi determinante na conquista da última vaga nos playoffs, disputada justamente com o time do outro lado da troca. Nurkic fez 15.2 pontos, 10.4 rebotes e 1.9 tocos e 1.3 roubos de bola de média em sua até então curta passagem — talvez algum tipo de resposta ao banco que lhe foi dado em Denver no decorrer da temporada.

No final o time titular acabou sendo: Lillard, McCollum, Evan Turner, Aminu e Nurkic. O Portland perdeu apenas 6 dos 20 jogos pós-permuta e mesmo que não da maneira ideal, chegou mais uma vez na fase seguinte. Até ser eliminado pelo Golden State Warriors.

O que mudou?

A troca mais importante, positivamente, para o time foi a feita durante a temporada passada mesmo. Vindo de recentes bons desempenhos nos drafts e sem a zica das lesões que historicamente caía sobre a franquia até antes de 2010, Olshey talvez tenha feito a sua decisão mais duvidável de sua passagem pelo Trail Blazzers.

Possuindo a 15ª e a 20ª escolha num draft recheado de possíveis steals, ele optou por enviá-las ao Sacramento Kings para garantir que ficaria com um jovem talento da loteria, Zach Collins no caso.

A estratégia no evento era clara, eles iriam atrás dos melhores prospectos de garrafão que conseguissem, encarando a possibilidade de Nurkic não renovar, pois esse é seu último ano com contrato de calouro. Lembrando que com as mesmas escolhas, o Kings fez o que eu acredito ser o ideal. Selecionou dois jovens com potencial, sendo um deles já capaz de contribuir imediatamente.

Mesmo assim, as peças escolhidas pelo time objeto desse texto não foram ruins. Zach Collins, vindo na 10ª escolha, foi um dos destaques do Gonzaga Bulldogs na corrida até a final da NCAA. Não tem o físico ou atleticismo para brigar com os brucutus da NBA, mas sua capacidade ofensiva de espaçar a quadra é bem vinda no estilo de jogo moderno.

O outro jovem é um daqueles com potencial enorme de steal para o futuro. Caleb Swanigan (26ª escolha), não só teve uma temporada imaculada em seu ano de sophomore por Perdue, onde aumentou todos os seus números. de 10.2 pontos para 18.4, de 8.2 rebotes para 12.4 e de 29.2% nos arremessos de três para incríveis 44.7%. Mas também foi o destaque do time na Summer League de Las Vegas, com 16.1 pontos por jogo, 10.6 rebotes e 1.3 roubos de bola, entrando para o 1º time ideal do torneio. OLHO NESSE PIVÔ!

Além deles chegaram peças complementares para a segunda unidade, outra grande deficiência no time. Agora compõem o elenco nomes como Archie Goodwin e Anthony Morrow. Além deterem se livrado dos contratos bizarros de Ezeli e Crabbe.

Para o início da temporada não imagino um time titular diferente do ano passado. Lillard e McCollum só saem se for por lesão; não há ala na equipe melhor que Turner, um dos melhores defensores no elenco também; No máximo vejo a possibilidade de rotação maior na ala-pivô, quem estiver melhor entre Aminu, Collins ou até Swanigan joga; e Nurkic é titular absoluto também pelo que apresento após sua chegada.

Jogador destaque

Lillard é o homem da franquia, o franchise player, e não há ninguém que tire seu posto. Não é só sobre tempo usando o uniforme, não são só os 27 pontos por jogo, é a própria ideia da decisividade. Quando Portland está no aperto durante os minutos finais, quem recebe a bola para resolver é o camisa 0.

Comentei algo na prévia do ano passado que ainda sustento. O armador é um All-Star que só não vai ao evento festivo pelo número de tantos outros monstros na posição de guard na conferência que são mais popularesStephen Curry, Russell Westbrook, James Harden e Chris Paul são exemplos. Mas o jovem é um monstro e isso é indiscutível.

Entra ano, sai ano, as listas de candidatos ao prêmio de MVP sempre comportam um espacinho para ele. Muito por que, apesar de um parceiro de qualidade em McCollum não há comparação no nível da responsabilidade ofensiva.

Potencial revelação

Os dois rookies são passíveis de colocar esse voto no espaço de potencial revelação. Ambos jogam na posição deficitária do time, ala-pivô ou pivô, e têm potencial para ser um stretch mais regular do que Aminu.

Entretanto, por mais que Collins seja a escolha mais “segura” dada a posição em que foi selecionado, vou ficar com Swanigan. O pivô de 20 anos tem tudo pra contribuir desde já, mesmo que suportando com mais facilidade que o outro a realidade física que é jogar na NBA.

Encaro ele também como um potencial xodó da torcida local. Dado o fato que adquiriu o status de escolha de primeira rodada bem tardiamente. Ah, soma ainda a história de vida sensacional dele, superando pobreza, obesidade e o falecimento do pai que além de diabético lutava contra o vício em cocaína.

Acredito que o pivô pode oferecer muito na liga, bem com ser um objeto de inspiração pra uma grande molecada, boto meu voto nele!

Expectativa na temporada

Se a irregularidade das últimas duas temporadas era preocupante, com o número de grandes elencos no Oeste em 2017/18 ficou ainda maior. O próprio adversário direto pela vaga da última temporada ficou ainda mais forte.

Porém o time não se reforçou necessariamente mal. Sustentou o banco com jovens talentos e a chegada de Nurkic no ano passado deu a visão de que Lillard e McCollum finalmente acharam um companheiro decente para dividir as grandes responsabilidades.

O sucesso depende muito da resposta em quadra desse trio, se o fizer, garanto que consegue mais uma viagem à pós-temporada, mas sem o mando de quadra, isso eu já veria como uma surpresa.

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