Vida em comunidades: Seja ativo, participe!

Vinicius Reis
by Vinicius Reis
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5 min readOct 28, 2015

A quanto tempo você participa de forums, chats ou grupos de discussão? Nesse tempo, quantas contribuições você já teve? Agora divida esse numero pela quantidade de vezes que essa comunidade te ajudou, direta e indiretamente. Aposto que muitos estão com saldo negativo…

Este é o segundo post de uma série de três. Nesse quero falar sobre participação. Você pode ler o primeiro aqui.

Logo de inicio aviso, que a desculpa: “Eu não tenho conhecimento suficiente para ajudar.” Não vai colar!

Sim, você sabe!

Se te perguntarem:

  • como faço um “hello word” com php?
  • como faço um ajax com jQuery?
  • como ordeno os registros do meu banco de dados em ordem alfabética?

Você pode argumentar que essas são dúvidas simplórias, porém em algum momento da sua vida como programador você não soube as respostas para essas perguntas. E o que você fez nessa época?
Muitos dirão que pesquisaram no Google, e estarão certos. Também há aqueles que tiveram um tutor/mentor que os ajudou com essas perguntas. E ainda há aqueles entram em forums, chats, listas de e-mail, etc. E lá perguntaram, pois eles eram tão novatos que nem sabiam o que é ajax.

Muitos, se não viveram isso já presenciaram, um novato que nem sabia fazer a pergunta, nem sabia qual era a dúvida. Quanto custaria do seu tempo pegar aquele link do tableless que explica o que é ajax?

Lembre-se: Você já foi noob e sobrinho em algum momento da sua vida, pense em como seria bom se alguém tivesse te mostrado a maneira correta de se fazer algo.

Se aprende muito tentando ajudar

Uma coisa que ocorre muito é a pessoa que esta com a dúvida não saber formular a pergunta, isso é muito chato e atrapalha muito as pessoas que poderiam ajudar.

As vezes você pode até não saber a resposta da pergunta, mas sabe uma maneira melhor de fazer a pergunta. Só o fato de você reformular a pergunta da pessoa já ajuda, e MUITO.

Em muitos casos se aprende muito só em entender a dúvida da pessoa. Pensar na dúvida de outras pessoas já é um excelente exercício de aprendizado

Não há mestres, gurus ou jedis

Quando se entra em uma comunidade, é comum encontrar uma pessoa ou um grupo de pessoas que se destacam. Parecem estar online 24hs por dia, e que possuem a solução para tudo!

Eles não são “especiais”, são apenas engajados. Gostam de ajudar. Não se sinta inferior ou menor, por que você não é.

Tire um dia para tentar ajudar na comunidade ou grupo que você participa, e verá como é gratificante. Com o passar do tempo vai perceber que tudo que você precisava fazer para ser como as pessoas que você admira é começar.

Não há estrelas

Entre essas pessoas que se destacam, por vezes aparecem as “estrelinhas”. Pessoas que querem chamar a atenção para si, querendo “aparecer”. Em geral essas pessoas duram pouco.

Não me entenda errado, marketing pessoal é MUITO importante, parte de participar de comunidade é isso, se promover. Porém há um modo “honesto” de se fazer isso.

Ajude, do seu jeito

Eu amo open-source, gosto de contribuir com os projetos das comunidade que participo. Você pode dizer que não tem conhecimento suficiente para ajudar, mas eu te pergunto: Sabe ler? Sabe escrever? Então por que quando você encontra uma falha na documentação, daquele projeto que você tanto gosta, não faz nada?

Será que nem com documentação, typofix, divulgação, post, artigos, respostas de issues, comentários, testes, idéias, observações, artigos, snipets ou seja lá o que der na sua cabeça, você não pode ajudar?

Avalie tudo que a comunidade já fez por você, quanto dinheiro (sim dinheiro!) ela já te ajudou a ganhar e quanto você já deu de volta.

Você colhe na mesma medida daquilo que você planta. Oque você anda plantando?

Ajudar alguém, sem ver a quem

Há muitos sangue-sugas nas comunidades. Pessoas que acham que o dever da comunidade é suprir a sua falta de capacidade com links, códigos, pacotes e respostas que entregam o sistema dele pronto para o cliente.

Algumas pessoas deixam de ajudar ou contribuir devido a esse tipo de gente.

Porém também há os “inocentes” pessoas que simplesmente não fazem ideia do que estão fazendo.

Há aqueles que são arrogantes de certo modo, e não importa o que você diga, ele não vai aceitar ou entender.
Há os humildes, que querem obter o máximo de conhecimento e são capazes de entender que estão fazendo merda.

Diferenciar eles é MUITO difícil, mas não impossível.

Todos tem seu limite

Eu gosto de ajudar, me sinto verdadeiramente bem fazendo isso. Eu aprendo muito com isso.

Mas minha ajuda é um pouco “diferente”. Eu não dou respostas prontas, dificilmente digo diretamente onde esta o problema. Eu prefiro fazer a pessoa pensar! Pois não adianta dar a solução, a pessoa não vai aprender com um código ou resposta pronta.

Porém se ela pensar com uma perspectiva diferente, se atentar a um detalhe a mais no código ou ler como uma outra implementação resolveu o mesmo problema, ela aprenderá de verdade como resolver aquilo, e com isso também poderá ajudar outras pessoas.

Mas como eu disse, tudo tem limite, em geral eu ajudo bastante. Se a pessoa pergunta a mesma coisa 3x na quarta eu provavelmente não ajudarei mais. Esse limite pode ser grande como também pode ser pouco, cada um tem o seu. No final, se todos se tratarem com respeito, todos ganham.

Moral da história? Não seja só mais um membro apático, ou um dos que só “sugam”. Devolva, da sua maneira, tudo que a comunidade tem feito por você. Você pode sim fazer isso, só não tentou ainda.

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Vinicius Reis
by Vinicius Reis

Fiquei sem meus peões, meu cavalo, minha torre, meu bispo… E até a rainha… Mas ainda é muito cedo para um xeque-mate. Roy Mustang — Fullmetal Alchemist