Maturidade na 2ª temporada de “The End of the F***ing World”

A nova temporada apresenta mais seriedade, introduz uma nova peça na trama e explora traumas e ansiedades

Gabriela Prado
caixadesaturno
3 min readApr 18, 2020

--

Imagem: Netflix/divulgação

Protagonizada por Jessica Barden (Alyssa) e Alex Lawther (James), “The End of the F***ing World”, série produzida pelo Channel 4 e distribuída pela Netflix, aborda em sua 2ª temporada, recentemente lançada, traumas, sentimentos e distúrbios mentais de forma mais profunda e séria do que em sua primeira parte.

ATENÇÃO: este texto contém spoilers da 1ª temporada de “The End of the F***ing World”

No fim da 1ª temporada nós presenciamos Alyssa e James fugindo juntos após o assassinato de um homem até então aleatório, o que fez com que a relação dos dois se estreitasse e alcançasse limites nada previsíveis, e o choque do barulho de um tiro.

Como o trailer da 2ª temporada revela, ao fim da 1ª temporada James é atingido, mas tanto ele quanto Alyssa demonstram seus sentimentos de forma peculiar e sem tanto calor e euforia, o que faz com que esta temporada corra de forma estranha — em todos os momentos eu pensava “mas o que está acontecendo?” — e bem dramática quando se trata das dificuldades da adolescência e como tudo parecer ser o fim do mundo (a cara de deboche natural dos atores é fenomenal!). Vemos também a problemática e divisória relação entre James e seu pai.

Jessica Barden como Alyssa (imagem: Netflix/divulgação)

Mas nesta segunda parte da trama doida e única de “The End of the F***ing World” nós podemos ver muito mais drama, medo e emoção, além de nos ser mostrada, com mistério e flashbacks, o quanto Alyssa sofreu com a tentativa de estupro que sofreu na 1ª temporada, pelo tal homem aleatório quando ela e James invadiram sua casa. Mais maturidade e seriedade são apresentadas com a atuação maravilhosa da atriz de 27 anos Jessica Barden, a qual quase não participa dessa segunda fase da série — mas que bom que a fez!

Na 1ª temporada é um pouco difícil simpatizar com Alyssa e James porque ambos são bem psicóticos, sempre pensando em matar pessoas e James pensando em como assassinar Alyssa, mas é interessante ver o crescimento dessas duas personalidades distintas e, ao mesmo tempo, semelhantes na medida em que descobrem suas próprias fraquezas.

Imagem: Netflix/divulgação

O bônus dessa temporada é a introdução de uma nova personagem, Bonnie (Naomi Ackie), a qual dá o tempero especial para a produção e também a aflição que falta na história, deixando tudo mais movimentado.

A ansiedade também é muito bem apresentada nesta segunda fase da série, pontuando ainda quais são as formas, dentro de um contexto específico e com pessoas específicas, que os personagens acham de lidar com os sentimentos de agonia, desespero e tristeza em meio ao caos de suas bolhas.

De fato, a 2ª temporada de “The End of the F***ing World” é muito mais interessante do que a 1ª e é muito mais focada, tendo como principal propósito apresentar a ansiedade e as ações causadas por ela, a vingança e a aceitação de uma realidade.

Obrigada por ler o blog fricativando! Ele retornou depois de muitas idas e vindas e precisa do seu apoio — compartilhe, divulgue e interaja através dos comentários! Se gostou deste texto, deixe suas palminhas — elas vão de 1 a 50! ❤

--

--