Foto: Janaína Marques

Nada recatadas: mulheres tomam as ruas em 8 de março marcado pela luta feminista

Canal Feminista
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3 min readMar 9, 2017

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Feminicídio foi a pauta mais lembrada durante os atos

Janaína Marques/Canal Feminista

Ativistas de todo o mundo alertaram: não há motivos para se comemorar o Dia Internacional da Mulher enquanto centenas são assassinadas, assediadas, diminuídas e amedrontadas diariamente. Longe de ser uma data de enfeite, o dia 8 de março de 2017 pintou o globo de lilás. Centenas de milhares saíram às ruas. “Não queremos parabéns, queremos respeito, “queremos igualdade de direitos”, “quero criar meus filhos em um mundo sem machismo”, “não aceitaremos nenhuma mulher a menos”.

Foto: Janaína Marques

O movimento Ni Una Menos, criado na Argentina, foi um dos pilares iniciais da maré feminista que preparou as mulheres para a mobilização desta quarta-feira (8). A marcha das mulheres, em Washington, uma das maiores resistências feministas contemporâneas também serviu de inspiração. As norte-americanas marcharam contra o conservadorismo do Governo Trump. Manifestações dos últimos meses em vários continentes reuniram cerca de cinco milhões de mulheres, segundo levantamento do 8M — Movimento Internacional pela Greve de Mulheres.

Leia mais sobre o 8 de Março na Argentina aqui.

Separadas por milhares de quilômetros, mulheres do mundo todo parecem ter uma voz única: querem viver sem medo. O que reivindicaram as brasileiras? O número alarmante de feminicídios foi lembrado nos cantos e nas faixas, treze mulheres são assassinadas por dia no país. “Precisamos repolitizar o dia da mulher”, opina Isabela Fogaça, participante do Movimento Autônomo, que estava na marcha realizada em Porto Alegre, RS. “A cada cinco minutos, nós somos agredidas. A cada doze minutos, uma mulher é estuprada! A gente precisa ir para as ruas e fazer valer a nossa voz e a nossa força”, refletiu. Com a filha no colo, a produtora Natalia Guasso também marcou presença no ato. “O que me trouxe aqui hoje é não poder amamentar em público. Enfrento uma série de preconceitos e desejo um mundo melhor para as mulheres”, comenta.

Foto: Janaína Marques

Movimentos de trabalhadoras fizeram caminhadas contra a reforma da previdência e em protesto frente a medidas do Governo Temer que restringem direitos das mulheres que atuam no campo.

Durante a manhã, as mulheres da Via Campesina, movimento ligado ao MST, ocuparam as principais vias de Porto Alegre já nas primeiras horas da manhã. Cerca de 10 mil participaram do ato na Capital gaúcha.

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