Polêmica na abadia de São Sixto

Supermercado vende cerveja trapista desrespeitando os valores praticados no mosteiro

Guilherme Mattoso
Cervejeiros Confessos
2 min readMar 16, 2018

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Crédito da imagem: Alamy

Deu no jornal The Guardian: os monges da abadia belga de São Sixto, responsáveis ela incrível Westvleteren, estão indignados! Um supermercado local, da rede Jan Linders, estava comercializando a famosa cerveja trapista por cerca de € 10 a garrafa. Na abadia elas custam, em média € 1,5, mas comprá-las diretamente com os monges não é nada fácil.

No Brasil, uma garrafa chega a custar R$ 200! Por isso, mesmo com o preço pouco inflacionado, as cervejas sumiram das gôndolas.

A descoberta de que a rede Jan Linders, sem a permissão ou o conhecimento da abadia, vendeu três tipos de cerveja praticando preços acima do que é cobrado, causou revolta entre os monges.

Consumidores fizeram a festa no mercado local (crédito da imagem: Steve Russell/Getty Images)

“Um preço de quase € 10 por garrafa vai contra os padrões e valores éticos que praticamos. Todo amante da cerveja sabe que os trapistas não procuram a maximização do lucro. Nós produzimos apenas o necessário para a nossa subsistência e todo o excedente é destinado às obras de caridade”, disse um porta-voz da São Sixto.

Um representante da rede Jan Linders disse a um jornal local que o supermercado queria recompensar clientes fiéis com uma cerveja especial e que o lucro para o supermercado foi insignificante, pois precisava pagar o custo de “fornecedores não identificados”. Estranho, né? E como eles conseguiram as cervejas?

Monges engarrafam a Westvleteren no início do século XX (crédito da imagem: Hulton Deutsch/Corbis/ Getty Images)

Gineke Wilms, gerente de marketing da empresa, explica: “a cerveja foi comprada através de uma série de contatos, razão pela qual o preço foi praticado neste valor. Enfatizamos à abadia que tivemos realmente boas intenções. Nós respeitamos enormemente a exclusividade da cerveja”. Não explicou muito ainda, e parece que as cervejas foram adquiridas via “mercado negro”, mas os monges avisaram: “esperamos sinceramente que isso não aconteça novamente”. Não brinque com eles!

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