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A tecnologia está mudando a forma que criamos logos?

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Smartphones, tablets e redes sociais são uma grande influência na forma que vivemos hoje e, todos nós — em maior ou menor grau — já sentimos as mudanças causadas por esta influência. Em termos de negócios, eles modificaram profundamente a forma que empresas e marcas se relacionam com seus consumidores.

Então, minha pergunta é a seguinte: toda esta tecnologia também está mudando a forma que criamos logotipos e identidades visuais?

Antes da internet, a menor aplicação de um logo era provavelmente na lateral de uma caneta.

E mesmo pensando num mundo onde todo mundo ainda usava caneta e papel diariamente, não acho que aquela pequena aplicação fosse algo muito significativo para a marca e identidade de uma empresa.

Sempre foi importante fazer um logotipo com uma boa capacidade de redução, mas agora com a onipresença de avatares e ícones, a versão pequena do logotipo passa a ganhar uma importância estratégica.

Os logotipos precisam ser exibidos (e reconhecidos e apreciados) em tamanhos cada vez menores. Um avatar de 40 x 40 pixels (o tamanho do avatar na timeline do facebook) ou um ícone de smartphone por exemplo. Não basta mais ser memorável, o logo precisa ser reconhecido rapidamente, em um tamanho pequeno e ao lado de várias outras imagens.

Um logotipo sem a capacidade de se transformar em um avatar ou, ao menos, sem uma versão reduzida que possa servir como avatar, pode significar uma grande desvantagem para a empresa nas redes sociais. Claro que é possível criar outra imagem — que não o logo — para representar a empresa. Mas, pensando bem, por que perder a oportunidade de reforçar sua marca e reforçar a consistência da identidade visual?

As cores também ganham uma importância extra. O uso correto da paleta de cores de uma identidade visual sempre foi muito importante. Reconhecemos muitas grandes empresas pela sua cor. Mas em tamanhos reduzidos, um ícone azul pode se perder dentre tantos outros também azuis. A escolha da cor e tonalidade certa do logo pode fazer muita diferença na presença digital de uma empresa.

As cores mais populares de ícones na Apple Store*

Além disso, ícones de aplicativos passam a ser parte importante do branding. E, com a tendência das interfaces minimalistas com foco em funcionalidade e clareza, a escolha certa da cor para a identidade da marca pode ser uma excelente oportunidade de se destacar.

Agora, o mais divertido eu deixei para o final. É importante que o logotipo seja marcante, mesmo bem pequeno. É importante usar uma cor que se destaque no meio do mar iconográfico. Mas os logotipos mais interessantes são capazes de se transformar, exibindo diferentes idéias, mas se mantendo reconhecível. Ele deixa de ser somente um logotipo para se tornar um sistema visual. Se você é da minha geração, talvez logo tenha pensado na MTV: um logotipo, diversos visuais, diversas mensagens.

Este tipo de identidade cai como uma luva para as redes sociais. Com uma simples mudança de avatar é possível determinar o clima para toda uma campanha. Um ótimo exemplo disso é a identidade visual criada, pelo escritório Pentagram, para a presidenciável Hillary Clinton.

O logotipo foi recebido com muitas críticas nos Estados Unidos. Mas sua capacidade de se modificar de acordo com o tom e momento da campanha de Hillary é, certamente, sua principal qualidade. E, pela simplicidade do desenho, é muito fácil se apropriar dele — para o bem ou para o mal.

Mas claro, nem toda identidade comporta este tipo de flexibilidade. É importante observar o contexto atual do mercado mas não adianta sair adotando logos mutáveis e cores diferentes sem se preocupar com a consistência e coerência do seu branding.

Então, para responder a pergunta que dá título a este artigo: sim, a tecnologia tem influência sobre a forma que criamos logotipos.

Bom, a tecnologia tem influência sobre toda a nossa vida, não é? Por que não iria influenciar isso?

No entanto, o mais importante continua sendo que o logotipo seja, de fato, a melhor representação visual dos valores da empresa. Cada identidade visual deverá encontrar a melhor forma de se representar neste incrível mundo novo da tecnologia onipresente.

Dani Lima é designer freelancer e colaboradora na Abacomm Mobile e já vinha e estava com a pergunta que dá título ao artigo na cabeça já faz um tempo. Daí resolveu se mexer e escrever sobre o assunto. Para conhecer os logotipos e identidades visuais que ela já criou visite www.danilima.com.br

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Dani Lima | Product Designer and Brand Designer
Chá com Design

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