Que não gostaria de comprar um unicórnio rosa? E se fosse de verdade? :D

Vender ou não vender, eis o negócio.

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Eu trabalhei como vendedora numa loja de roupas antes de começar a faculdade e fui um desastre. Eu detestava a sensação de estar empurrando algo que aquelas pessoas não gostavam ou não precisavam. Na minha cabeça, se uma pessoa precisa de uma roupa e tem a grana para comprar, ela entra na loja, escolhe e compra. O meu papel seria somente ajudá-la a encontrar o tamanho e modelo que ela desejava.

Mas meu gerente esperava outra coisa de mim. Ele queria que eu aumentasse o ticket da venda, que mostrasse as promoções, que trouxesse pessoas que estavam na vitrine para dentro da loja. Tudo que eu achava muito invasivo e detestava que fizessem comigo quando eu estava do outro lado do balcão. Em menos de dois meses, eu fui embora. Aquilo não era para mim.

Depois dessa experiência, passei a acreditar que eu detestava vender. Segui para a faculdade, começei a estudar programação visual. No quarto período, começaram as matérias de projeto. Era um modelo em pequena escala do mercado criativo. Os alunos recebiam um briefing, executavam o projeto e apresentavam para o professor e turma. Ou, como eu acabei percebendo, eu precisava “vender minha ideia” para conseguir uma boa nota.

E eu adorava. Pesquisar, executar o projeto, montar meu material e ir pra frente da turma falar sobre o que eu tinha feito. Desta vez, eu compreendia o que estava vendendo e porque estava vendendo.

Esse meu gosto por apresentar meus projetos acabou se mostrando uma vantagem na minha vida profissional. Eu era péssima vendendo roupas, mas era boa em vender minhas soluções criativas. Por algum tempo, eu acreditei que isso era porque eu gostava do que estava fazendo (ao contrário do tempo em que fui explorada numa loja de shopping).

É verdade que eu gosto muito do que faço. E isso faz muita diferença — para mim. No quesito “vendas”, a diferença é que agora minha venda é um processo. E não uma única interação com um cliente ao lado de uma arara de roupas.

Antes de vender qualquer idéia, eu preciso ouvir o cliente, entender o que ele precisa e quais são seus objetivos. Depois eu pesquiso e trabalho no que entendo ser a melhor solução possível naquele contexto. E só então, vender a idéia.

Tudo baseado no diálogo. Meu principal objetivo agora é ajudar o cliente e a venda ocorre como parte natural do processo. A sensação de estar “empurrando” um produto deu lugar à sensação de ser útil e necessária.

Este processo pode começar até antes do primeiro contato comercial. Com as mídias sociais, ferramentas de mailing, blogs, eu posso iniciar um diálogo com potenciais clientes antes mesmo deles decidirem que precisam do meu serviço.

Hoje, eu ofereço parte do meu expertise de graça. Em artigos, na minha lista de emails e em podcasts. Em todos estes meios eu inicio uma conversa ou exponho meu ponto de vista sobre o tipo de negócio em que eu acredito e construo. Mesmo sem vender nada, estou dizendo “Se você também tem as mesmas crenças talvez possamos trabalhar juntos.”

Isso me deu uma nova perspectiva sobre a necessidade de vender. Como empreendedores, seja prestador de serviço ou produtor, precisamos vender para manter nossos negócios. Mas quando a venda faz parte de um processo do negócio é possível encontrar formas mais efetivas de aumentar as vendas do que simplesmente ficar martelando “compre, compre, compre” na cabeça do seu público.

Procure formas de iniciar um diálogo com sua audiência. Um relacionamento de negócios não precisa ser baseado somente no ato da compra. Aliás, se tem uma forma fácil de repelir potenciais compradores e fazê-los sentir que você só está interessado na carteira deles. Fazemos negócios com pessoas, portanto precisamos tratá-las bem, fazendo com que se sintam respeitadas e ouvidas.

Encontre os melhores meios e canais para conversar e ouvir seu público. Eu escolhi escrever artigos por que eu gosto. E assim tenho mais espaço para falar sobre minhas crenças, minhas experiências e meu trabalho. E me ajuda a criar um vínculo mais próximo com as pessoas. Mas neste mundo digital, há diversas formas possíveis de manter um diálogo com seus potenciais clientes. Não há uma fórmula. Há aquilo que funciona bem para o seu negócio e sua marca. E você só vai saber se tentar. Tentar, observar, aprender, tentar novamente. É um ciclo, nunca há uma única forma de vender e crescer o seu negócio.

Se eu tivesse desistido completamente de vender depois da minha experiência na loja de roupas, eu não poderia ser uma profissional independente hoje. Não estaria vendendo meus projetos. E não estaria aqui conversando com você.

E você? Comenta aí embaixo como é a sua experiência de vendas em seu negócio.

Gostou deste artigo? Dá um aperto no coração aí embaixo!

Dani Lima é profissional independente, especialista em marcas e colaboradora na Abacomm. É péssima vendedora mas até quebra o galho como escritora :).

Este texto faz parte das “Cartas Criativas para Otimistas Incuráveis”.
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Dani Lima | Product Designer and Brand Designer
Chá com Design

Designer apaixonada por entender problemas complexos e criar soluções digitais simples, úteis e agradáveis | www.danilima.com.br