Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.

A necessidade de conexões sociais para marcas

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Há uma crença recorrente entre empreendedores de que a construção de uma marca é algo somente para os grandes, para os que têm recursos suficientes para gastar com isso — mas não é verdade. A marca é um dos ativos mais importantes de qualquer negócio, não importa o seu tamanho.

A marca é aquilo que vai contar ao seu público “quem é” o seu negócio e “qual bandeira” ele carrega.

Não, eu não usei o pronome relativo errado. Sei que negócios não são pessoas. E é por isso mesmo que nós não nos conectamos com empresas. Empresas são somente amontoados de processos, maquinários, números, dinheiro, idéias. E embora possamos estudar e achar tudo isso interessante, não são estas coisas que nos motivam. Não são estas coisas que nos movem.

Neurocientistas têm pesquisado, cada vez mais, sobre a necessidade de conexão social do ser humano. Um número crescente de pesquisas tem mostrado que a necessidade de se conectar socialmente com outros é tão básica quanto a nossa necessidade por abrigo, comida e água.

Independente da sua área de atuação, do seu tamanho ou do seu produto, o sucesso do seu negócio depende basicamente de uma coisa: as pessoas que você deseja atingir vão se interessar pelo o que você está oferecendo? Em outras palavras, você é capaz de criar uma conexão social com seu público para que eles comprem sua ideia?

Nós nos conectamos à pessoa que percebemos em um negócio e à bandeira que percebemos em uma ideia. E essa personificação é feita através da gestão da sua marca.

Ninguém consegue construir um foguete sozinho. Não importa o quão incrível e inovadora a sua ideia é, se você não conseguir comunicá-la de forma que as pessoas a abracem junto contigo, é provável que ela continue somente isso: uma ideia incrível e inovadora sem nunca viver seu potencial transformador. É triste pensar nisso, não?

Não precisa ser. Segundo o professor e neurocientista Matthew Lieberman, nós somos equipados com os super poderes que precisamos para construir conexões sociais e crescer como grupo, levando para frente aquelas idéias incríveis e inovadoras. Milhares de anos de evolução fizeram como que nosso cérebro tivesse a capacidade nata de usar nossas emoções e nossas conexões sociais como insumo para nossas decisões. E nós fazemos isso diariamente, quase sem perceber e, muitas vezes, sem dar importância.

Por conta destes super poderes, você é capaz de construir uma marca que se conecte socialmente com seu público. Você é capaz de fazer com que eles abracem a ideia, carregando essa bandeira junto contigo, virando os consumidores e advogados do que você está oferecendo. Para começar, responda à seguinte pergunta da forma mais honesta que puder: porque eu quero vender esta ideia/serviço/produto?

Conexões sociais são construídas mais fortemente quando compartilhamos nossas motivações. Uma criança aprende a lição melhor quando tem a motivação de ensiná-la a outra criança. Pais fazem grandes sacrifícios por que partilham da nossa principal motivação natural: perpetuar a espécie. Fazer com que seu público forme uma conexão com a sua marca é mais do que vender seu produto. É compartilhar a sua motivação e transformar as pessoas em propagadoras das suas ideias.

Por exemplo, eu acredito que empreendedores com pequenos negócios têm um enorme potencial de transformar a sociedade — mesmo que um pedacinho por vez. Por serem menores, são mais ágeis e, por isso, mais capazes de responder rapidamente às nossas reais necessidades. E melhor, conseguem crescer usando como degraus as sementes de transformação que trazem para a sociedade. E, por isso, eu gosto de compartilhar conhecimento que eu acho que irá ajudar estes empreendedores a atingirem todo o seu potencial de transformação.

A sua marca não é um desenho, um símbolo… Ela é o avatar do seu negócio. Seu público vê na sua marca motivações e características que considera importantes e por isso deseja fazer parte do grupo que consome e se relaciona com ela. Por isso é tão importante que sua marca seja autêntica, verdadeira e coerente.

E para começar a ser autêntico e verdadeiro, não é preciso gastar nada. Junte algo que você acredita com alguma necessidade da nossa sociedade. Mergulhe no coração da seu negócio e perceba qual a motivação da existência dela no mundo. E planeje suas ações de acordo, criando um movimento que trará algo de positivo ao seus consumidores e clientes.

Transforme os ideais do negócio em uma bandeira. Carregue-a com orgulho para atrair seguidores que irão abraçar, comprar e defender sua ideia junto com você, construindo assim algo novo e, potencialmente, transformador.

Você pode fazer diferença. Hoje. Onde você estiver. Quais os ideais que norteiam as suas idéias? Conte pra mim. Será legal conversar com outros otimistas incuráveis.

Dani Lima é profissional independente, especialista em marcas e colaboradora na Abacomm. Queria ser cientista. Acabou virando uma designer que curte ciência :).

Este texto faz parte das “Cartas Criativas para Otimistas Incuráveis”.
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Dani Lima | Product Designer and Brand Designer
Chá com Design

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