Tendências das pesquisas sociais e de mercado IV — Pesquisas Sociais e Design Thinking: uma aproximação possível.

Clave de Fá
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4 min readJul 25, 2017

Elizete Ignácio — Diretora Executiva da Clave de Fá

(Jez Page/Flickr)

A busca por inovação, novas formas de apresentação dos resultados e interação com clientes e participantes dos estudos têm levado as empresas a se aproximarem das análises de design e branding (incluindo a criação de departamentos próprios). Essa aproximação tem ganhado bastante destaque, especialmente no debate sobre o papel da pesquisa na inovação.

A tendência cada vez mais forte para gerar valor nas pesquisas e estudos sociais e de mercado é a incorporação dos processos de inovação a partir das ferramentas do design thinking.

Além desta tendência, as pesquisas sociais são cada vez mais adotadas por empresas de design para orientarem seus processos, com destaque para as pesquisas qualitativas, consideradas mais baratas e densas em relação às pesquisa quantitativas. Neste novo cenário novas empresas têm despontado. Um exemplo são aquelas que fazem parte da associação Etnography Perspective for Industry Conferece, ou EPIC.

Cerca de 10 empresas apontadas entres as 50 mais inovadoras no mundo fazem parte desta associação, se distanciando das empresas de marketing e se aproximando daquelas mais focadas em trabalhar a etnografia e as áreas de experiência dos usuários. Outras características destas empresas são:

· foco nas estratégias de visualização dos dados (ainda considerada uma inovação entre as empresas de pesquisa de mercado);

· uso dos dados para desenho de projetos inovadores; trabalho co-criativo com os clientes (fortalecendo a perspectiva de interação e proximidade);

· preocupação com segurança dos dados e papel exercido pelos grupos investigados e respondentes das pesquisas;

· uso das pesquisas como um sistema de produção de conhecimento e não somente de insights para interesses internos das empresas e clientes.

Para facilitar nossa análise do mercado, na Clave de Fá simplificamos as classificações anteriores das empresas para apenas duas categorias (ou grupos):

a. Empresas voltadas para o marketing — mais tradicional — foco em gerar demanda para soluções já desenhadas e venda. Estratégias fortes de venda e escoamento de produtos e serviços. Interesse em alcançar grandes mercados e expansão de negócios.

b. Empresas voltadas para o design — mais contemporâneo — foco em identificar demandas e criar soluções. Uso de ferramentas de Design Thinking. Pensa o desenvolvimento do produto ou serviços identificados com foco na experiência, mas pouca compreensão sobre como trabalhar com grandes sociedades. Interesse na relação de comunidade e não apenas em negócios.

Outra observação interessante diz respeito ao porte e capacidade de inovação das empresas internacionais. Quanto menor o seu porte, maior sua capacidade de inovar e maior a diversificação de seus produtos e serviços, confirmando a tendência dos relatórios internacionais do setor, de atuação mais próxima e customizada às demandas dos clientes.

O diagrama abaixo resume esta tendência do mercado de pesquisa e como a Clave de Fá se posiciona, não só para buscar maiores oportunidades no mercado mas para se manter atualizada em relação às suas tendências.

Em nossa consultoria de planejamento estratégico, realizada pela Carpa Consultoria, compreendemos que:

“A Clave de Fá, ao desenhar metodologias, é capaz de compreender as intersecções mais eficazes entre as duas abordagens, embora a orientação da empresa tenda mais a abordagem da pesquisa de design” (Carpa Consultoria)

O Design Thinking é uma abordagem centrada no ser humano que ajuda a inovar e solucionar problemas complexos. Dessa forma, a pesquisa social fundamentada nas bases da Antropologia permite ir “mais a fundo” e captar as nuances do comportamento das pessoas, grupos e organizações.

Outra vantagem é que as ferramentas do Design Thinking possibilitam utilizar os insights da pesquisa em serviços, produtos e soluções de impacto social que criam valor para toda a sociedade. E por quê compartilhar este relatório com outras pessoas? Porque não há setor forte sem players e concorrência forte. O monopólio beneficia apenas uma empresa, mas por tempo limitado. Mas com outros players no cenário, a tendência é o setor se fortalecer como um todo.

E qual a sua visão do setor de pesquisas no Brasil? Colabore com suas perspectivas e experiências.

Esse artigo é a parte IV da série “Tendências das pesquisas sociais e de mercado”.

Quer saber mais sobre o mercado de pesquisa, leia os outros artigos da série:

I. Pesquisas sociais e de mercado: qual a diferença e qual vai crescer?

II- Quem são os players das pesquisas sociais e de mercado?

III- Análise do cenário internacional de pesquisas

Pesquisa de documentos,materiais e análises feitas em colaboração com Thamires Lima, analista de pesquisa e junior partner da Clave de Fá.

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