Eu e todas elas

Infinitas mulheres, infinitos sonhos

Regiane Folter
Histórias que queria ter contado

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Photo by ian dooley on Unsplash

A primeira queria ser cantora 👩‍🎤 Embora sua voz não fosse assim, digamos, muito musical, ela adorava cantar: no chuveiro, na caminhada, cozinhando, quando estava triste, quando estava feliz. Às vezes, sonhava acordada escutando uma música e pensando que era ela quem estrelava o clipe.

A segunda queria ser chef, mas de algo bem específico: chef de molhos 👩‍🍳 Existe isso? Não sei, mas era o que ela imaginava enquanto misturava os ingredientes na grande panela, tal como uma bruxa com o seu caldeirão. O que ela mais gostava de fazer na cozinha era mesclar sabores e gostos, com pimenta e extrato de tomate à vontade, para colorir o espagueti.

A terceira sonhava em ser “passeadora” de cachorros 🐶 Para ela, seria o trabalho mais alegre do mundo! Com frequência se imaginava indo de porta em porta na vizinhança, coletando todos os dogs do bairro até estar rodeada de cachorrinhos e cachorrões. Depois, sairiam serelepe pelas avenidas, latindo divertidos, parando nos postes e conhecendo o mundo.

A quarta queria trabalhar em um hostel 🗺️ Aventureira, ela pensava no dinamismo de um lugar sempre repleto de estrangeiros e suas fantásticas histórias de aqui, ali e acolá. Ela, que sempre quis dar a volta no globo, conheceria outras realidades através das palavras de seus hóspedes. E, como agradecimento, organizaria tudo para que sua estadia fosse a mais acolhedora possível.

A quinta pensava em ser psicóloga 💭 Ela gostava de escutar, sempre fora boa nisso, e sentia uma necessidade imensa em ajudar àqueles que se abriam com ela. Mas não sabia bem como. Por isso, gostava da ideia de estudar psicologia, aprender teorias e conceitos interessantíssimos e aplicá-los em suas conversas. Além disso, talvez aprendesse também a colocar mais sentido em sua própria vida meio caótica.

A sexta se imaginava secretária 👩‍💼 Desde pequena, ela entrava no escritório do pai e fingia atender suas ligações, marcar reuniões e ajudá-lo em seu trabalho. Mesmo meio estabanada, ela amava a organização e se sentia feliz em pensar que passaria o dia ordenando ideias, planos e agendas para facilitar a vida dos outros.

A sétima queria ser cientista 👩‍🔬 embora não soubesse muito bem em que especializar-se. Para ela, independente da sua área, o mais importante era dedicar toda a sua vida e neurônios em encontrar a solução de um grande problema. Com todos os seus experimentos, leituras e debates, ela esperava descobrir a cura de algum mal, mudar o mundo, salvar vidas.

A oitava sonhava em ser tenista profissional 🎾 Queria levar sua raquete a todos os torneios, de Roland Garros até as Olimpíadas, para jogar e se jogar de corpo e alma na quadra. Ela ansiava por tornar-se um símbolo ao levantar o troféu ou regozijar-se com a medalha de ouro depois de horas de esforço e garra.

A nona esperava tornar-se fotógrafa 📷 e cruzar fronteiras para registrar os maiores acontecimentos do mundo com sua câmera. Sempre equipada com lentes, tripés e outros instrumentos sofisticados, ela voaria para qualquer lugar, sem medo de guerras, fome ou destruição. O mais importante para ela seria traduzir toda a tristeza do mundo em imagens que pudessem comover e mover multidões.

A décima, que era todas as anteriores, levantava todos os dias com uma nova ideia sobre quem ser e o que fazer. Ela gostava de pensar em todas as versões suas que poderia ter sido (e que um dia ainda poderia ser, quem sabe), e escrevia sobre elas. Porque a décima, que é um pouquinho de cada uma e de muitas mais, nunca se permitiu ter medo de mudar e tentar. E, assim, havia escolhido seguir um sonho através do qual poderia viver todas as vidas que quisesse: ela decidiu ser escritora 👩‍💻

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Regiane Folter
Histórias que queria ter contado

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros