Onde encontrar boas histórias?

Após as pautas serem decididas, precisamos encontrar as histórias que protagonizarão o episódio

Andrelina Braz
Comunicast
3 min readSep 15, 2020

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Se você acompanha nossas publicações aqui no Medium, já viu que para um episódio ficar pronto nós passamos por várias fases na produção. Mas para um bom podcast narrativo, uma coisa é essencial. Nós estamos falando das histórias, capazes de, além de prender o ouvinte, trazer conhecimento e reflexões para o episódio. E para isso, logo após decidirmos quais vão ser as pautas da temporada, nos questionamos: Onde vamos encontrar boas histórias? E, quem será nossa fonte?

É aí que, mais uma vez, a discussão em grupo torna-se importante, assim como em todos os passos de produção do Comunicast. Já que, nos propomos a buscarmos na memória — e na lista de contatos — alguém que possa ter experiências e histórias que merecem fazer parte da nossa podosfera. Se você está se perguntando “onde as boas histórias habitam?”, a resposta é bem simples: Estamos cercados por boas histórias! Só precisamos prestar atenção naqueles que, de certo modo, estão perto de nós. Nossas fontes vão desde especialistas, para passar uma visão mais científica sobre o assunto a pessoas que são gente como a gente, que vive na pele e na prática as questões propostas pelas pautas do Comunicast. Ou seja, tem espaço de fala para várias pessoas diferentes, o que na verdade é bem importante para nós, já que buscamos a diversidade. Todos temos histórias. Basta ouvir pra encontrar as potencialidades que estão ao nosso redor.

Mas, e se a fonte desmarcar? Bom, mesmo após escolhidas e confirmadas, nada impede que a fonte desmarque ou não dê certo. Afinal, nem sempre todo mundo quer falar. O que não dá pra fazer é se desesperar. Para nossa próxima produção, tivemos uma questão bem parecida, na hora de encontrar fontes dispostas a falar sobre suas experiências, ou elas desmarcaram ou não se sentiam à vontade. Mas, depois de conversar com os colegas a gente sempre acha um amigo de um amigo que passou por determinadas situações, e que estão dispostos a falar sobre isso. Como sabemos se esse amigo tem uma história legal? Novamente, a prática é simples, antes das entrevistas é super importante que você conheça sua fonte, converse com ela e, que você se proponha a estabelecer a confiança dela (e como se deve fazer isso a Isadora já explicou aqui), assim ela pode te dizer coisas que você nem imaginava que ela vivenciou, e que até podem mudar o rumo do seu roteiro. Talvez, a partir de uma conversa sobre o tempo, você acabe descobrindo que a sua fonte, já passou por uma experiência climática que mudou a vida dela.

A maioria das fontes do Comunicast vêm através da discussão em grupo. Mas, se caso você não tem uma equipe para te ajudar, use e abuse das redes sociais, lá você terá vários caminhos e uma rede “inesgotável” de gente com iniciativas, experiências, projetos, enfim, muitas histórias bacanas, e com gente disposta a falar sobre elas.

Bom, lembra que lá no início eu disse que tem um monte de histórias legais ao seu redor? Vou dar alguns exemplos de onde encontramos histórias para nossas produções. Para o De Lá Pra Cá, achamos histórias fantásticas que estavam bem ali, pertinho de nós, nos corredores da universidade. Como o projeto FisicArte, que ensinava física de uma forma extremamente criativa e interessante, ou quando fomos entrevistar os estudantes de graduação da UFMT que criaram um projeto para auxiliar o ingresso de alunos de baixa renda na universidade — através de cursinho — e, acabamos encontrando histórias de pessoas que tiveram suas vidas alteradas a partir dessa iniciativa, e só conseguimos isso depois andar pelos corredores do projeto no intervalo das aulas. Outro momento que encontramos narrativas brilhantes, foi quando discutimos temas para um novo podcast e encontramos histórias fantásticas sobre os habitantes de Cuiabá que contribuíram para a história da cidade, mas que não são citados na mídia ou nos livros. Seus descendentes estavam bem ali com suas histórias, compartilhando o espaço com a gente.

Ou seja, para termos boas histórias basta que utilizemos a curiosidade, conversando e prestando atenção, nas pessoas e nos lugares que estão ao nosso redor, porque assim podemos nos surpreender com o que encontraremos.

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