Logos minimalistas: Entenda suas vantagens e o motivo de seu “boom”

Como funciona o design na comunicação das empresas e o por quê muitas delas têm aderido aos chamados logos flat?

Bianca Silva
Creative Bee

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Se você está antenado às novidades e tendências, com certeza observou o grande número de empresas que realizaram o rebranding de suas marcas nos últimos tempos. O movimento tem sido tão grande, que mesmo empresas com identidades visuais já consolidadas, têm repensado a forma de apresentar sua marca ao público. Por exemplo: BMW, Peugeot, Nubank e Burger King, apresentaram mudanças drásticas em seus designs, alterando seus logos para modelos minimalistas, que provocaram uma alta discussão no mercado criativo e também entre os consumidores.

Antes e depois do logo da rede varejista Casas Bahia, uma das mudanças atuais que mais desagradou brasileiros.

Como se chama essa tendência de logos minimalistas?

Caso você seja uma pessoa curiosa e deseja descobrir o nome dessa onda no design para logos, eis aqui: flat! O movimento flat, visa trazer logos mais simples, objetivos e menos detalhados, de modo que, ao serem observados, seja possível identificar com clareza a marca e seu posicionamento, independentemente do tamanho em que seja apresentado.

Qual é o motivo das marcas estarem aderindo aos logos minimalistas (os logos flats)?

Deve-se considerar que cada vez mais cresce o acesso à internet através de aparelhos com telas pequenas, principalmente em celulares. Com isso, vários logos que antes eram ideais para aplicação em papel, televisores e monitores de computador, se tornaram inadequados para as mídias em aparelhos menores, tendo uma visualização difícil, que acaba prejudicando a experiência do usuário.

Além do que foi apontado acima, nos meios digitais, em geral, os logos precisaram adaptar-se em espaços cada vez menores. Já reparou como cada aba do seu navegador tem um logo? E como esses mesmos logos precisam ser simples e "enxutos" para gerarem uma boa visualização neste ambiente?

Então, esses logos “simplificados” atendem a uma demanda da atualidade, porque, além de modernizar as marcas, possibilita-se que estas tenham um melhor posicionamento e se expandam para diversas plataformas de divulgação. Ou seja: os logos flats são feitos para facilitar a comunicação e se adaptar às evoluções que a internet e as mídias sofreram.

Antes e depois do logo da rede de cafés Starbucks

Mas, como as pessoas reagem a esses novos designs?

A mudança de um logo icônico pode acabar sendo desconfortável para quem já está acostumado há tantos anos com a mesma referência. Muitos, à primeira impressão, não entendem o porquê das mudanças no branding das empresas, mantendo-se apegados aos tradicionais logos que essas utilizavam e que por vezes não expressavam de forma tão objetiva o que pretendiam.

Nunca vimos tantos debates entre grupos de designers e até mesmo de não designers sobre a aprovação ou desaprovação da mudança dos logos de determinadas marcas. Pobres deles! Foram amaldiçoados tantas vezes por inúmeras pessoas, por fazerem justamente o que deveriam: transmitir mensagens e resolver problemas através de trabalhos gráficos.

Então, qual é a missão do design na comunicação das marcas?

Eu (apesar de me basear nas metodologias atuais) penso em uma definição de designer que difere da visão estereotipada que muitos têm, daquela pessoa que faz peças gráficas bonitas... Design não é algo feito para ser bonito! A função do design é trazer soluções através de métodos claros, fluídos, objetivos e dinâmicos.

Design serve para passar informações, muitas vezes não verbais, de modo que o receptor as compreenda sem obstáculos que desviem seu foco, e alcance o objetivo comunicativo esperado, como por exemplo:

  • Fazer uma marca ser reconhecida e associada a um símbolo;
  • Promover ideias através de elementos visuais;
  • Possibilitar a execução de uma ação através de botões;
  • Gerar uma experiência agradável no contato físico com produtos.

Então, tendo esclarecido a função do design, não vamos avaliar gostos pessoais em relação aos logos de determinadas marcas, porque eles atendem às necessidades do atual mercado. Mas fica aqui um convite: que tal ir além? Ao invés de pensar apenas no que se gosta ou não, por que não refletir sobre o que poderia ser feito diferente? De que outras formas esses designs poderiam ser mais agradáveis e úteis? Se você for designer, esse é um excelente exercício para soltar a imaginação e criar um bom portfólio! Se você não for designer, é um ótimo exercício para aguçar a imaginação!

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Bianca Silva
Creative Bee

I'm a UI/UX designer student, working as designer and communications intern at IBM. I'm 25, and I really love design world, and I am always studying about it.