O impacto da pandemia na atuação de Business Partners
Em março deste ano, completamos um ano de pandemia e de toda a reconfiguração que foi necessária para minimizar seu impacto nos negócios e nas pessoas. A necessidade de desaprender e reaprender de forma constante, que já era uma premissa, se materializou em nossas rotinas.
Experimentamos na prática a importância de um olhar inovador diante dos desafios, do desapego a soluções que sempre funcionaram e da nossa capacidade de adaptação para responder com agilidade e aderência às necessidades.
Para a atuação de Business Partners (BP’s), toda essa transformação não é exatamente uma novidade, inclusive já falamos aqui sobre o escopo de BP’s ser pautado na transformação contínua para conseguir cumprir sua missão: “conectar a estratégia de negócio com a estratégia de pessoas”.
Considerando isso, será que podemos afirmar que tem sido fácil esse novo momento de distanciamento e trabalho remoto? Vamos compartilhar aqui como encaramos os desafios deste cenário e o que aprendemos até então, como Business Partners de Treinamento e Desenvolvimento da Creditas.
Do dia 1 do trabalho remoto até hoje (365 dias depois)
Quando a pandemia começou, foram feitas adaptações nos produtos da Creditas, para acolher as necessidades do mercado e dos clientes finais, enquanto novos produtos continuaram saindo do papel a todo vapor.
Diante disso, as áreas precisaram reaprender parte de suas atividades com muita velocidade e também aconteceram muitos intercâmbios de tripulantes e mudanças provisórias de área, contemplando tanto a necessidade do negócio quanto planos de carreira.
O resultado de tudo isso foi uma chuva de demandas de treinamento entre março e maio, com um time de 10 BP’s para filtrar e alinhar a criação e execução rápida de treinamentos com analistas e especialistas da Academy.
Nesse momento foi necessário dar alguns passos para trás na estratégia da Academy, focada no desenvolvimento por competências e descentralização do conhecimento.
Enfrentamos uma verdadeira maratona de entregas pontuais, com conteúdos focados nas mudanças de processos das áreas e também no reforço de treinamentos já aplicados, com adaptações diante do novo cenário.
Quando chegamos em junho, com as áreas mais adaptadas e atendidas em suas necessidades mais urgentes, entendemos que era a hora de retomar nossa estratégia de desenvolvimento para não correr o risco de regredir ao antigo papel de uma área de T&D “apagadora de incêndios”.
Para isso, decidimos tirar do papel uma grande necessidade interna que tínhamos mapeada - O Guia de BP’s de T&D. Essa entrega tinha como principal objetivo o alinhamento de rotinas e processos entre BP’s e Áreas Clientes.
É muito comum que BP’s construam suas rotinas de acordo com as necessidades das áreas, mas entendemos que tínhamos oportunidades de reunir boas práticas de cada BP da Academy, para atuar de forma mais unificada e estratégica nas nossas iniciativas e, assim, conseguir somar em nossos desafios.
A entrega do Guia de BP’s começou pela estruturação de uma das etapas mais importantes para a Academy: Diagnóstico de Necessidades de Treinamento e Desenvolvimento.
Estruturamos uma ferramenta para que BP’s utilizassem a mesma metodologia no momento de investigar as necessidades apresentadas pelas áreas e, com isso, garantir que seguiríamos uma mesma diretriz para priorizar e filtrar as entregas.
Essa ferramenta, que contempla perguntas qualitativas e quantitativas, permite tanto o direcionamento estratégico de nossos BP’s quanto das próprias áreas, já que a condução dessas perguntas provoca um aprofundamento nas causas raízes das necessidades e, consequentemente, permite a identificação das soluções mais aderentes.
A conclusão do diagnóstico, através da ferramenta, algumas vezes nos mostra caminhos que não são necessariamente treinamentos e, nesses momentos, apoiamos as áreas no acesso aos stakeholders adequados para atendê-los com o impacto esperado. (No próximo post de BP’s contaremos detalhes dessa ferramenta!)
Além da ferramenta de diagnóstico, outra entrega do Guia de BP’s foi um Playbook de Rituais.
Diante do trabalho remoto, a rotina de BP’s teve o relacionamento orgânico impactado negativamente. Perdemos aqueles momentos em que encontrávamos nossas áreas clientes no café ou no revezamento de salas de reunião e eram super ricos para acessar informalmente necessidades e desafios.
Para a construção do Playbook, mapeamos os rituais, sua recorrência e formatos de interação necessários para garantir o equilíbrio dessas relações.
O olhar cuidadoso para os rituais enriqueceu as trocas do time de BP’s e a retroalimentação das iniciativas da Academy, o que tem proporcionado uma relação com expectativas cada vez mais alinhadas entre BP’s e áreas clientes.
Toda essa estruturação interna, feita através do Guia de BP’s, aconteceu paralelamente aos desafios diários do trabalho remoto, mas aos poucos seu impacto tem sido percebido: unicidade da atuação do time de BP’s, previsibilidade de agenda e objetivos claros dos rituais. As áreas se preparam melhor para os momentos que temos juntos e têm mais clareza não apenas da estratégia de desenvolvimento, mas também de como são parte disso.
As áreas clientes, que até então nos enxergavam principalmente como executores de treinamentos, passaram a entender melhor a atuação de Business Partners. Porém, uma lacuna ainda precisava ser preenchida: a Creditas cresce exponencialmente e as transformações nos processos das áreas precisam acompanhar esse crescimento.
Assim, como focar as iniciativas de T&D no desenvolvimento de competências quando as áreas têm necessidades de treinamentos processuais de forma recorrente?
Identificamos que, dentro das próprias áreas, contamos com pessoas que dominam habilidades específicas para lidar com as transformações de produto ou processo. Considerando esse domínio de conhecimento e a necessidade de escalabilidade da Academy, institucionalizamos o programa Academy Coach, focado em capacitar tripulantes de cada área para construir e aplicar treinamentos dentro dos times.
Conseguimos fechar 2020 virando uma chave: as áreas ganharam velocidade com o autoatendimento de necessidades pontuais, permitindo aos BP’s Academy a concentração em seu papel mais consultivo.
Dessa forma, entramos em 2021 com o processo de atendimento das áreas muito mais organizado e alinhado que, por sua vez, abriu caminho para uma atuação mais estratégica das iniciativas da Academy: Programas de Treinamento diretamente conectados com o ciclo de desenvolvimento da Creditas.
Desenvolvimento por competências na veia!
No início deste ano, os BP’s Academy mergulharam nas avaliações de desempenho dos tripulantes e identificaram as maiores oportunidades de desenvolvimento, com base nas competências mapeadas no Job Design Cross Creditas.
Esse diagnóstico foi entregue para os analistas e especialistas da Academy, que desenvolvem os programas e conteúdos de treinamento. Agora, os tripulantes poderão conectar suas avaliações de desempenho com os treinamentos disponíveis dentro da Plataforma de Treinamentos da Academy.
No próximo ciclo de avaliações, o impacto dos Programas de Treinamento poderá ser mensurado de forma mais objetiva na carreira dos tripulantes e, consequentemente, nos resultados da Creditas.
Balanço geral do impacto da pandemia na atuação de Business Partners de Treinamento e Desenvolvimento
Diante do cenário desafiador causado pela pandemia, optamos por focar na nossa estruturação interna, documentada através do Guia de BP’s, para não perder nossa aderência com as áreas clientes.
Esse foco tem provocado um amadurecimento de nossas iniciativas e relações, apesar do processo de educação ser longo e, ainda, um desafio diário. O impulso quase natural de BP’s é receber um pedido e pensar na solução. Ter drivers de decisão claros foi a forma que encontramos para sempre refletir antes de agir.
Hoje, podemos afirmar que atuamos de forma planejada em 80% do tempo. Sem dúvidas, alcançamos esse lugar mais rápido por conta dos desafios que a pandemia nos trouxe, deixando de olhar nossa necessidade de estruturação como algo apenas desejado, para entendê-la como algo imprescindível.
Com certeza isso é reflexo de um exercício constante do mindset de crescimento, do contrário poderíamos adotar uma postura reativa e zero escalável, de pedidos constantes e entregas sem filtro.
A interação mais próxima e orgânica com as áreas ainda é uma das principais dificuldades impostas pela pandemia, mas encontramos nos dados um caminho para fortalecer nossas relações.
O acompanhamento de métricas das áreas clientes entrou na rotina de BP’s para ficar e isso refletiu tanto nas iniciativas da Academy quanto nos rituais com a liderança, que agora podem ser pautados nos indicadores de negócio.
Assim, garantimos o acolhimento nos momentos de desafio e fazemos parte também dos momentos de celebração.
Podemos afirmar, como conclusão, que temos uma atuação de BP’s Academy 2.0 diante da pandemia, o que não significa um lugar confortável e sem mudanças. Muito pelo contrário, nossa única certeza é que a necessidade de transformação será cada vez mais constante e acelerada. Seguimos atentos para aprender, desaprender e reaprender!
Em breve, compartilharemos mais capítulos dessa jornada por aqui.
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