Capitão da Brigada Militar atribui insegurança na Cidade Baixa a impunidade

Bernardo Pedroso
Cyberfam Vespertina
3 min readMay 30, 2016

De acordo com a Brigada, a região não está fora de controle no que diz respeito a segurança.

É sabida, por parte da Brigada Militar a existência de práticas de furtos, roubos e, inclusive, crimes mais graves, como tráfico de drogas, na região da rua da República. No entanto, o Capitão da 2ª Companhia do 9º batalhão da BM afirma que a situação da segurança na rua da República e no bairro Cidade Baixa não está desregrada. De acordo com ele, o maior problema está na impunidade aos criminosos detidos pela BM, que logo são soltos pela justiça.

Não só a República como as demais ruas da Cidade Baixa possuem a peculiaridade de ser um bairro boêmio da capital gaúcha. Ou seja, por ter número diversificado de bares, restaurantes e casas noturnas, é um bairro que abriga diferentes públicos, de diferentes partes da cidade, o que gera muito movimento. É um bairro intenso vinte quatro horas por dia. Consequentemente, o número de indivíduos mal intencionados à pratica criminosa, na região, também é grande. Entretanto, de acordo com Capitão Fernando Maciel, a rua da República é considerada uma das mais tranquilas do ponto de vista da Brigada Militar. Inclusive, segundo dados internos da própria Brigada Militar — que, por ser de cunho estratégico, não podem ser divulgadas ao público, de acordo com Maciel -, o primeiro trimestre de 2016, registra menos ocorrências que o mesmo período do ano anterior, principalmente no que diz respeito a roubo de pedestres, mas, ainda assim reconhece ser muito longe do ideal, e que existem moradores e frequentadores da região insatisfeitos com a segurança.
“A rua da República tem alguns bares, lojas, comércio, mas também tem muitas residências. Tanto é que o maior número de reclamações na região é em relação à perturbação do sossego, por conta de carros com som alto e também pessoas que se excedem na região, mas nós tentamos ao máximo coibir o maior número de crimes possíveis”, afirma Maciel.

Apesar dessa constatação, o responsável por cuidar das estratégias de segurança do bairro confirma ser de conhecimento da BM o acontecimento de crimes de magnitudes mais graves, mas culpa à sensação geral de impunidade, como principal alimentadora dessas situações e não à ação efetiva da polícia. “Não raras vezes, aqueles elementos que estão efetuando roubo, ou outro tipo de crime, são elementos já conhecidos nossos, que nós já prendemos por outros fatos, estão novamente ali cometendo delitos. Muitos desses, inclusive, escondidos na forma de flanelinha, a maioria deles tem passagem pela policial, a gente acaba prendendo eles em flagrante, mas eles acabam sendo soltos novamente”, lamenta Maciel.

Para tentar inibir o maior número de crimes possíveis, o PM garante que a Brigada Militar traça planos estratégicos e cumpre o seu papel, na medida do possível. “Nós temos mantido as patrulhas ali regularmente de segunda a segunda, mas nós costumamos, nos finais de semana intensificar a forma do policiamento na região. Então não é o mesmo de uma segunda-feira ou um terça, mas isso porque a gente sabe que nesses dias o fluxo de pessoas ali é maior. Por sua vez o número de ocorrências também acaba sendo maior”, justifica Maciel.

Durante esse período de intensificação de patrulhas, Maciel revela que a BM costuma utilizar Cotas Extras. Uma remuneração extra para poder manter os policias ativos por um período maior. Entretanto, alega que esse artifício é muito restrito e não cabe a Brigada Militar decidir quando usar.

Essa é uma alternativa para tentar suprir o número baixo do efetivo disponível na BM. Na visão de Capitão Maciel, o aumento do mesmo seria uma das medidas para fazer com o que a BM chega mais próximo do atendimento ideal. “É obviamente que não é o ideal. A gente gostaria de ter mais gente, mais viatura, mas não temos”.

Além de patrulhas e chamados, Maciel diz que os meios virtuais também tem sido um componente importante na identificação de locais de crime. O contato por grupos de segurança no WhatsApp, com membros da associação de moradores e comerciantes, servem para alertar crimes. “Além contatos via WhatsApp, a gente disponibiliza os telefones diretos da nossa companhia, facilitando muito a nossa comunicação”.

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