Grandes empresas que tentaram inovar

Daniel Fernandes
DB Server
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4 min readJul 25, 2022

A jornada pela relevância na estrada da inovação é cheia de solavancos, armadilhas e encruzilhadas misteriosas. Dito isso, é importante ter em mente que o custo de não fazer é sempre maior, pelo tanto que nos ocupa o fantasma de um sucesso não tentado. Ainda mais se você for uma empresa gigante com espaço para arriscar, falhar e aprender.

Aqui vão alguns exemplos de empresas que, não importa quão fora do alvo, tentaram:

1. Móveis infláveis da IKEA

Sofá de plástico translucido brano com um soprador de ar no formato de um secador de cabelo e um plástico laranja em cima.
Ar é mais sustentável que espuma, pelo menos

A IKEA achou que seus building blocks para montar móveis estavam com os dias contados. O futuro seria repleto de grandes balões no formato de camas, poltronas, sofás e mesas de centro. O proprietário não só compraria a quantidade de plástico, como também uma traquitana para encher os móveis e mantê-los cheios, no caso de descompressão.

A empresa não recebeu mais que algumas centenas de reclamações pelos produtos. Isso por que não conseguiu vender muito mais do que isso, mesmo. Foi um retumbante fracasso. Dezenas de problemas nas soldas, ventoinhas, válvulas e outros detalhes tornaram a ideia inviável.

Curiosamente, a ideia gerou tanta estranheza que o marketing optou por manter as peças no catálogo em *sold out* por quase uma década, só pelo buzz.

2. Camisinha em spray

duas latas cilíndricas em verde e amarelo com tampa preta, uma de pé, outra deitada
Olha as idéia…

E se ao invés de rolar a camisinha de cima a baixo, o momento de intimidade proporcionasse uma descoberta do seu talento como artista grafiteiro? Essa foi a ideia concebida em 2006 pelo Institute for Condom Consultancy, na Alemanha. A ideia até que seria boa, não fosse a necessidade de esperar o produto secar por 3 a 6 minutos antes de usá-lo. Um super quebra o clima. Em 2021 a ideia foi ressucitada pela Durex, que lançou o produto no mercado indiano e depois voltou atrás, chamando a inciativa de um grande Primeiro de Abril. Çey.

3. Sanduiche Adulto do McDonald´s

Foto em preto e branco de uma menina de cabelo curto com cara de entendiada olhando para cima.
Vamos pegar o que é legal e transformar em chato!

E se a gente abrisse mão do principal diferencial competitivo da nossa marca e lançasse um produto que fosse diametralmente contra o que as pessoas mais gostam na nossa empresa? O McDonald´s conseguiu uma fórmula mágica para perder US$ 100 milhões investidos em propaganda apenas, sem considerar os custos do produto propriamente, em um hamburguer adulto, sem todo apelo divertido, transgressor e infantilizado que carrega a marca.

O que é bacana é reconhecer que essa falha tida em 1996 pavimentou o caminho para lanches recentes, que geraram muito mais resultado (McPicanha, aguarde o seu próprio post).

4. Um substituto de orelha para escorar seus óculos

Pessoa sorrindo com óculos escuros presos a imãs colados na tempora.
Orelhas? Que nada, tivemos uma ideia muito melhor!

O ano era 1995. O mundo estava saturado de coisas completamente malucas (a cidade de Pintópolis/MG foi fundada nesse ano, jamais esqueçam). Mas não saturado o bastante para impedir que a Nike lançasse seu projeto Magneto, que consistia em imãs adesivos para colar na têmpora do sujeito, e servir de apoio para óculos super radicais. Dores de cabeça e lesões na pele foram alguns dos motivos que levaram a empresa a descontinuar o produto.

5. TwitterPeek

Tipo de um celular azul, em um fundo pontilhado.
Microblogging em um device com micro funcionalidades

Imagina amar tanto o twitter em 2009 a ponto de comprar um aparelho EXCLUSIVAMENTE para postar ou ler tweets? Estas são algumas das limitações do aparelho:

- Só mostra 20 caracteres de cada vez
- O tweet linkou um site fora do twitter? Esqueça.
- A cada refresh, apenas os 10 últimos tweets são mostrados.

Certeza que se a solução não tivesse sido descontinuada 12 meses após seu lançamento, Elon Musk teria levado a compra até o final.

E aí? O que achou desses produtos inovadores e super tendência? Quer acessar a história de startups que falharam miseravelmente em sua tentativa de sucesso? Dá uma olhada nesse link aqui!

Sobre o autor:

Daniel Fernandes, líder do Escritório de Design da DBSP, busca encontrar a coerência entre o que está sendo desenvolvido e a real necessidade dos usuários. Joga RPG, gosta de mobilização social, trabalha com facilitação de grupos e acredita que há muito potencial oculto naquelas coisas que passam desapercebidas diante dos nossos olhos.

Sobre o Escritório de Design DBSP:

O Escritório de Design da DBSP cria soluções digitais viáveis que somam o desejo dos usuários com as necessidades de negócio das organizações. Aplicamos técnicas de Design Thinking, Lean Startup e Métodos Ágeis, oferecendo um olhar sistêmico para analisar os desafios de inovação e transformações digitais.

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