Seleção do Grupo E

De Neymar a Marcelo, domínio brasileiro na seleção do grupo.

Adriano L. Motta
Blog De Bate e Pronto
7 min readJun 28, 2018

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O Brasil passou, com sorte e com juízo, pelo grupo E. A tabela que se mostrava traiçoeira, só atrapalhou mesmo na estreia contra a underdog Suíça. Ninguém colocava os reis do paraíso fiscal como favoritos da chave mas a solidez do conjunto fez a diferença para a classificação, especialmente no jogo contra o Brasil. Já a Sérvia pagou pela inconstâncias. Mostrou o talento que todo mundo já sabia ter, com Mitrovic, Milinkovic-Savic e Kolarov, mas pecou na hora de definir os jogos e caiu diante dos Suiça.

Vladmir Stojkovic

Se não chegou a brilhar com defesas dignas de highlights, também não comprometeu e foi bem quando solicitado. O experiente goleiro, titular da seleção desde 2007, teve um bom desempenho individual. Não foi, porém, suficiente para levar a seleção às oitavas de final. Pagou o preço pela inconstância da equipe e as falhas defensivas do miolo central da defesa dentro das partidas. O buraco defensivo deixado que gerou o gol de Paulinho é um exemplo. Outro é o número de defesas próximas do gol. Foi o goleiro que mais fez defesas dentro de sua pequena área por jogo, com 2,3. Nota: 6,90

Branislav Ivanovic

Discreto mas eficiente. O experiente lateral mostrou na Rússia que ainda pode atuar nos gramados mais glamourosos do planeta, a despeito de sua saída do Chelsea após uma década de casa. Passou a segurança de sempre na defesa, evitando diversos ataques adversários pela sua faixa de campo. No ataque, seus cruzamentos foram um tormento às defesas adversárias. Sua volúpia ofensiva o levou a figurar no top 20 de passes chave por jogo da copa. Ainda assim, não evitou a eliminação sérvia. Nota: 7,50

Miranda

A zaga brasileira entrou na copa do mundo com uma certa desconfiança do torcedor. Se na seleção, os nomes jamais comprometeram, os momentos de Miranda e Thiago Silva nos seus clubes não lhes eram favoráveis. Na Rússia, calaram(ainda que não por muito tempo) os clamores por Marquinhos. Miranda, estreante em mundiais, fez jogos bastante sólidos pela amarelinha e contribuiu para a força defensiva da seleção. Alguns consideram que falhou no lance do gol suíço, único sofrido pelo Brasil até aqui, mas no geral faz bom torneio. Nota: 7,20

Thiago Silva

O choro após as cobranças de pênalti contra o Chile na copa passada o marcou para sempre na memória do torcedor. Todo seu talento defensivo foi escanteado graças a um momento de tensão. Por isso suas boas atuações na copa até aqui são importantes. Tem feito valer o apelido de monstro até aqui: vários desarmes e poucas faltas. Limpo e seguro, como sempre. Para substituir no imaginário coletivo as cenas de choro pelo seu impecável posicionamento e senso de desarme. Ainda se tornou o primeiro zagueiro brasileiro a marcar um gol em duas copas diferentes para coroar o bom desempenho. Nota: 7,55

Marcelo

O lado esquerdo da seleção brasileira é, talvez, um dos mais letais do planeta. A combinação de Marcelo e Neymar, dois dos melhores jogadores do mundo faz tremer qualquer adversário e também a colocarem marcação especial naquele setor em todos os jogos. As defesas adversárias e o problema brasileiro em furar retrancas dificultaram a atuação do camisa 12, mas o fato digno de nota de Marcelo até aqui foi seu comprimento defensivo. As conhecidas dificuldades defensivas que têm na defesa pouco apareceram no momento e foi essencial para o bom desempenho do setor defensivo brasileiro. Nota: 7,08

Casemiro

O leão defensivo do meio campo brasileiro. Mais uma vez Casemiro foi fundamental ao escrete canarinho. Foi o segundo jogador com mais interceptações por jogo no grupo. Quando se fala em desarme, é um dos primeiros nomes que vêm à cabeça. Lidera o grupo em desarmes, com 3,7 por jogo. Número que também o coloca no top 10 do quesito no torneio. Seu poder de marcação e recomposição defensiva é o que permitiu a Tite dar total liberdade a Marcelo e Neymar na faixa ofensiva, balanceando a seleção. Além disso, tem qualidade para proporcionar uma saída de bola dinâmica e pressionar o adversário no campo de ataque. Imprescindível ao Brasil de Adenor. Nota: 7,56

Philippe Coutinho

Pode não ter tido a maior nota do grupo, mas certamente foi o principal nome da seleção brasileira até o momento. Seus dois gols foram vitais para a classificação sem grandes sustos às oitavas. Seu nome, mais do que nunca, está na boca(e nos memes) do povo. Ora atuando na faixa central, ao lado de Casemiro e Paulinho, ora caindo pela esquerda como o ponta-articulador, Coutinho foi o cérebro da seleção. Também a válvula criativa mais efetiva: acertou 90% dos passes tentados e foi o segundo do grupo em passes chave por jogo, com 3,3. O belo passe para o gol de Paulinho só coroa o grande momento do Little Magician, o craque canarinho na Rússia. Nota: 7,88

Xherdan Shaqiri

O craque aparece nos momentos decisivos, já diria o velho chavão. Assim foi com o camisa 23 da Suíça. Quando mais precisaram, no confronto direto diante dos sérvios, foi lá e comandou a virada, marcando o gol de empate. Além dos diversos incômodos que causou às zagas com seu perigosíssimo corte da esquerda em direção ao meio. A despeito da polêmica causada pela comemoração no gol da vitória, jogou o que se esperava de um nome do seu calibre. Liderou os suíços em dribles e passes chaves por jogo, além de ter perdido pouquíssimo a pelota, com apenas 0,7 desperdícios por jogo. Nota: 7,30

Neymar Jr.

Curioso falar de Neymar nesta copa. Apesar de ter a maior nota entre todos do grupo, passou a sensação ao torcedor de que ainda não está no seu melhor momento. Sensação evidenciada pela péssima postura em campo contra os costarriquenhos, onde caiu, esperneou, chorou e desperdiçou várias oportunidades de gol. Ainda assim, é o líder técnico da seleção. É o melhor da equipe em dribles e passes chave por jogo, com 6 e 3.7, respectivamente. Caçado pelos Suíços, foi quem sofreu mais faltas no grupo. Também foi quem perdeu mais bolas, com preocupantes 6 por jogo. Deu mostras de evolução contra a Sérvia, mas precisará render mais se quiser trazer o hexa à rapaziada. Nota: 8,47

Aleksandar Mitrovic

O grandalhão sérvio ressurgiu das cinzas para mostrar o talento que dele se esperava quando surgiu há uns anos atrás, no Anderlecht. Foi a referência técnica da Sérvia na copa, ganhando 7 dos 12 duelos aéreos que disputou na Rússia. Assim guardou seu único tento na copa, uma cabeçada certeira contra a Suíça. Além de ter mostrado uma habilidade incomum para alguém de sua posição e um jogo de costas para o gol formidável. Liderou a Sérvia em finalizações por jogo, com 4 e em faltas recebidas, com 2,3 por jogo. Nota: 7,22

Joel Campbell

Em 2014, era a promessa costarriquenha para o futuro e foi importante na surpreendente campanha da equipe. Quatro anos depois, começa a competição no banco e vê o país cair fora mais cedo. Entrou a partir do segundo jogo e fez a Costa Rica melhorar um pouco de qualidade. Isso, no entanto, foi longe de ser o suficiente para repetir a campanha do torneio passado. Fez o primeiro gol dos Costarriquenhos na Rússia e foi disparado o que mais completou dribles por partida nos ticos, com 3,5. Dá para chamá-lo de flop? Nota: 7,32

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Adriano L. Motta
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Tiozão de 19 anos e corneta de marca maior. Fanático por esportes, Bukowski, Aviação e descobrir novas coisas.