Como processar entrevistas no Dovetail e gerar insights
O Dovetail é uma ferramenta com grande potencial para gerar, guardar e acompanhar a longo prazo insights provenientes de pesquisas qualitativas e é a nossa ferramenta na Aegro para armazenar entrevistas, gravadas ou não. Neste artigo eu conto um pouco dos motivos de tê-lo escolhido e alguns “pulos-do-gato” pra quem está considerando adquirir a plataforma.
Antes de qualquer coisa, é importante citar o contexto que nos fez escolher o Dovetail (batizado por aqui de "Silo") para processar nossas pesquisas aqui na Aegro. Aqui temos um pilar de pesquisa e uma pessoa responsável por pensar e fazer a manutenção das operações de pesquisa, uma Researcher Ops (vulgo, eu! rs). Pode não ser tão fácil manter os processos de um repositório de pesquisa coletivo se não houver uma governança no sentido de cobrar, medir o uso e auxiliar em caso de dúvidas das pessoas que realizam pesquisas.
Então, quais eram os nossos objetivos?
- Prover segurança de dados qualitativos e reaproveitáveis em conformidade com a LGPD no que tange o controle de anonimização e tratamento de dados.
- Ter um histórico unificado de entrevistas gravadas e sua respectivas autorizações (no próprio vídeo), podendo controlar a gratificação dessas atividades na seção "Pessoas" da plataforma.
- Preparar o time para o próximo nível de maturidade de Design e ampliar práticas data-driven, estabelecendo o repositório como produto do pilar de pesquisa.
Afinal, como fazer?
Criei um checklist seguido de uma série de vídeos explicando detalhadamente cada item para as pessoas da Aegro. Caso você deseje implementar essa operação na sua empresa, e já usou o Dovetail antes, suponho que esse checklist seja suficiente. Caso contrário, fique à vontade para tirar dúvidas nos comentários.
✅ Checklist
- Faça upload das entrevistas em um projeto do Dovetail e, após o upload, clique em transcrever.
- Agora é hora de fazer o processamento inicial. Marque os pontos relevantes que identificou no texto transcrito com a tag "importante" (você pode criar uma tag com o nome que preferir) na opção de criação que aparece logo após a marcação do trecho transcrito, ou na aba “New tag board” localizada na seção à esquerda.
- Ajuste o texto da transcrição somente dos itens tagueados.
- Já com o objetivo/entregável em mente, releia os itens marcados como importantes na aba “highlights/destaques” ou “Tag”
- Crie um conjunto de tags que entregue o objetivo da sua pesquisa. Caso não tenha, você pode somente criar tags sobre os assuntos que devem ser revisitados para cumprir o entendimento do problema ou oportunidade da pesquisa.
Exemplos de criação de tags:
a. Criar tags de cada etapa do que precisa conter numa jornada do consumidor, se for esse o entregável.
Ex.: Se o projeto X tinha como objetivo criar um novo processo de atendimento ao cliente nessa fase inicial e havia dúvidas de como foi e como seria o ideal pro cliente. Suponhamos que uma jornada do usuário será o primeiro entregável, então as tags poderíam ser: aquisição/ implementação/dificuldades/churn pro caso do mapeamento de um processo de onboarding — caso você ainda não saiba as etapas, revise a taxonomia de tags a cada entrevista.
Se o entregável for outro, analise o que precisa conter.
Ex: Seu objetivo é entender o comportamento através da metodologia Jobs to be done , então você pode criar as seguintes tags: — vide imagem
6. Abra a aba “highlights/destaques” tagueie novamente o conteúdo separando por assunto ou similaridade. Você pode marcar no checkbox os itens parecidos e criar mais uma tag que os classifique; ou só criar um insight pra cada assunto para que tenha uma visão clusterizada.
7. [Dica extra] Nesse momento as tags globais (que você configura em “Extensions”) podem ser úteis para documentar achados para outros times, pois elas ficam disponíveis em todos os projetos do dovetail, diferente das tags locais criadas no “Tag board”.
8. Procure internamente (surveys, features requests, benchmarks, etc) outras evidências que contribuam com sua suposição e importe no insight criado.
O insight pode se tornar um storytelling, um artigo de espaço do problema ou até mesmo um histórico dos fatos relacionados a determinado assunto. Você pode importar pngs, csvs retiradas de plataformas como: Hotjar, Typeform, Confluence, Mixpanel, Miro, etc. ou até mesmo anexar o PDF de algum benchmark ou trechos de features requests.
9. Compartilhe os insights com outras pessoas envolvidas no processo e gerem suposições, hipóteses ou conclusões.
É isso. Se sentiu falta de algum tópico, só comentar aqui. Obrigada pelo tempo de leitura e até o próximo! 😉 (emoji piscando)