Design pra Vida — Um ano novo, sempre

Marcela Leon
Design pra Vida
Published in
7 min readDec 31, 2018
Morro de São Paulo, Bahia, Brasil

1o de janeiro de 2018, Bahia, veleiro, uma boa companhia e a celebração de um 2017 cheio de boas histórias pra contar.

Um ano novo começou e tive a alegria de fazer mais uma viagem, desta vez, também com minha filha, irmã e cunhado, pra um dos festivais que mais amo: o Psicodália.

Não teve amor nesse carnaval. Nem por dormir em barraca. Tão pouco por andar de galochas na lama. Nem ao som de Bixiga 70, Jorge Ben Jor ou Mulamba. “Eu sou da cidade, mãe”, bradou a Clara.

Três dias depois de voltar e dois dias depois de comemorar um ano de namoro, o mesmo, acabou. Eu, que mesmo depois de ter direcionado boa parte da minha energia para projetos, ainda assim, fiquei desnorteada. Como alguém que toma um soco e não sabe nem de onde veio.

Depois, com o tempo, percebi que esse soco foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. A melhor coisa exatamente por ter acontecido naquele momento.

Março foi o mês de me preparar para o que vinha: uma mudança de empresa que significava uma conquista pessoal e profissional. Não tinha espaço para dividir minha atenção entre os projetos e a vida amorosa.

Sheylli, Ira e eu na comemoração de 2 anos do Baseado em Fatos Surreais ❤

O Baseado em Fatos Surreais voltou entre soluços e por meio de muitas vozes amigas (obrigada, especialmente à Ira Croft, que me recebeu em sua casa mais de uma vez, convidou outras mulheres e foi a parceira que precisava nesse momento). E rendeu não só mais 40 casos no ano, mas também uma audiência que veio crescendo a cada episódio publicado e a cada menção no Naruhodo (obrigada Ken Fujioka pelo apoio à hashtag #MulheresPodcasters). Teve a entrada como parceiro de conteúdo do site Hysteria e uma série de participações mais que especiais, interpretando as heroínas que enviam as histórias.

Fala se a Sofia não tem um olhar muito lindo?

Em abril, pude enfim realizar o sonho de fazer uma sessão de fotos com o olhar sensível e cuidadoso da Sofia Colucci. E aí, eu até escrevi sobre como foi contar uma nova história do meu próprio corpo. Como chegar aos 37 me sentindo mais mulher, mais forte, mais feliz, mais bonita, mais segura e satisfeita comigo mesma.

E enquanto esses projetos andavam, o podcast, o trabalho novo e o ensaio na banheira, me permiti voltar pra casa: viajar pra Minas Gerais, encontrar minha mãe e minhas tias, ouvir histórias de suas vidas; vê-las sorrindo e conversando ao redor da mesa. Eu também fui encontrar um tio que há muito tempo não via. O que acabou funcionando como o gatilho para um outro encontro que aconteceria 7 meses depois.

Em junho, não foram só casos surreais que gravei. Também gravei — na pele — a marca do projeto que brinco de chamar de filho, através das mãos habilidosas da Sabrina Conde.

Sério, eu olho para essa tatuagem e às vezes acho que é um carimbo =P

Em julho, eu já tinha mergulhado na onda de quadrinhos com protagonistas ou escritoras mulheres: Bordados (recomendação da @pretalilith), Persépolis (que história linda!), Repeteco, Placas Tectônicas e tantos outros. Foi também o mês de celebrar 2 anos de Baseado em Fatos Surreais e receber a Carolina Nalon para um dos nossos café-da-manhã com palestra que realizamos mensalmente no CreativeMornings.

Carolina, inclusive, que chegou lá naquele março de lágrimas, junto com os vídeos do Marshall sobre comunicação não violenta, e terminou o ano gravando histórias para o podcast. ❤

Foi lindo demais abraçar tanta gente querida nessa festa!

Julho também foi o mês que dei um passo importante em direção ao protagonismo do meu caminho de desenvolvimento mental, abri portas e vivi processos de cura muito profundos. Um obrigada especial à Mariana Camardelli, que foi parceira nesses momentos. ❤

Agosto era o mês que estava marcado no calendário: eu iria participar do Summit do CreativeMornings em New York. Além de realizar o sonho de conhecer a equipe do HQ responsável por essa comunidade global incrível, eu ainda poderia matar a saudades de um amigo muito querido, que em fevereiro se mudou pros EUA.

Algumas das mulheres incríveis que fizera parte do meu 2018. Foto Daniel Pinheiro www.danielpinheiro.com.br

Não bastava a emoção da viagem e a alegria de conhecer outros voluntários que também acreditam no poder da comunidade. A viagem incluiria a missão de ser apresentada como a nova host de São Paulo.

Alegria sem fim! Eu comecei como voluntária no CreativeMornings preparando o pão para o café da manhã. Não conhecia o projeto e simplesmente me apaixonei pela energia das pessoas e, quando tive a oportunidade descobrir mais sobre, pela pessoa da Tina R Eisenbergh, idealizadora do CreativeMornings.

voluntário das 196 cidades ao redor do mundo se vestem para uma festa de cores ❤

Agora já são mais de dois anos como voluntária, muitos cafés-da-manhã, abraços, hi-fives, aprendizados e uma rede de pessoas que está sempre expandindo.

Agosto também foi o mês que comecei um curso muito especial. É engraçado observar que quando a gente coloca uma intenção na vida e passa a fazer escolhas a partir dessa intenção, o caminho vai sendo construído com muito sentido e propósito. Até as pessoas que a gente se conecta durante esse caminho tem um papel importante.

Setembro chegou e logo trouxe mais uma oportunidade de ajudar aquele filho, o Baseado em Fatos Surreais, aprender e crescer mais um pouco. Fomos convidadas, eu e a Sheylli Caleffi, a fazer uma palestra para uma das equipes de Marketing da Natura, falando sobre a mídia podcast.

Ao mesmo tempo que esse filho crescia, muitas questões profissionais atravessavam o caminho. Eu sabia que em 2018 teria que ajustar alguns ponteiros.

Outubro começou com uma palestra linda do Gustavo Gitti falando sobre mente. Continuou com a chegada da Boo, a filha pet da casa. E terminou com um fim de ciclo de trabalho. Os caminhos estavam de novo abertos.

Daí veio Novembro… e com ele outros encerramentos: ano letivo escolar, gravações, clientes… Mas também foi um mês de recomeço. Recomeço daquele namoro que lá no começo do ano terminou como um soco no estômago. Recomeço daquela ideia de colocar o BFS no foco e apostar naquilo eu mais amo fazer: histórias de pessoas & áudios. Recomeço até do quebra-cabeças que ficou mais de ano parado.

E terminamos, só que ficou faltando uma peça que deve ter se perdido

Quando Dezembro começou, o sentimento era de sentido e propósito. Com clichês mesmo, já que os clichês só existem porque nós existimos e não somos lá uma exclusividade.

Dezembro, que pra muitos significa desaceleração, marcou por ser um mês de trabalho. Intenso. Que seguiu até esse último dia, 31.

Eu e Sheylli Caleffi trabalhando no Baseado em Fatos Surreais ❤

Fechamos nosso primeiro projeto autoral para um grande cliente. Não teria como terminar o ano de maneira mais incrível!

2018 foi o ano de encontrar minha humanidade. De conexão, humildade e perdão. De amor e compaixão. De compreensão com as minhas limitações (a intenção de escrever um texto por mês aqui mesmo, só durou 6 meses) e de fazer as pazes com elas.

Foi um ano de encontrar meu território e começar a construir uma casa segura nele.

De abrir a porta para entrar em contado com um processo muito interno e pessoal de cura.

De fazer planos com a tranquilidade de experimentar e escolher. Sem aquela fixação do impulso imediato.

De começar a vislumbrar um futuro mais robusto de trabalho conectando prazer e conhecimento.

Vem 2019, não estamos nunca prontos, mas saberemos como navegar.
E já enxergamos um horizonte de boas experiências!

  • esse devaneio faz parte da série 2018 de textos que me comprometi a compartilhar na jornada de Design pra Vida. Se ainda não teve a oportunidade de ler os anteriores clique aqui, escolha um lugar gostoso e mergulhe comigo :)
  • quer conhecer o meu #laboroflove — aquele projeto que conto com brilho nos olhos e sorriso na alma — vem ouvir o Baseado em Fatos Surreais, um podcast que conta histórias de outras mulheres, em primeira pessoa, com empatia, intimidade e leveza ❤
  • ah, e não custa lembrar: gostou do texto? te fez pensar? clica nas palmas, compartilha com alguém que você acha que vai se beneficiar de alguma forma e me ajude na motivação para continuar, agora, na meta de 2019 ;)

2018 foi plural e rico. muitos são os seres que estiveram no meu caminho e sou grata a cada um deles. Não pude mencionar em palavras todos nesse breve texto, mas estão em minhas intenções ❤

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Marcela Leon
Design pra Vida

oi! eu sou criadora e produtora do podcast de histórias Baseado em Fatos Surreais. tô no www.papodeprodutora.com.br compartilhando sobre produção em áudio 😉