Publicidade online. De feia e intrusiva a bonita e relevante.

Filipe Gill
Design & Technology for Marketeers
2 min readDec 15, 2015

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Para muitos publicitários tradicionais a publicidade online continua a ser um misto de mistério e receptáculo de desprezo. E compreende-se: entrar num site e levar com um objecto estranho e horroroso a “flashar” Comic Sans em verde sobre vermelho é um cenário de pesadelo.

Entretanto alguém se lembrou de inventar o AdBlock. Óptimo, agora podemos ler o Guardian ou a Wired sem anúncios. Mas isto levanta um novo problema: se as publicações dependem da publicidade para sobreviver, e nós estamos a bloquear as mensagens dos anunciantes, estes deixam de ter retorno no seu investimento.

Como resolver este problema de modo a satisfazer as publicações, os anunciantes e os leitores? É simples, temos que re-inventar a publicidade e largar modelos convencionais (i.e. com origem no mundo analógico) e começar a pensar como vender marcas e produtos nestes novos e inóspitos territórios. Eis algumas sugestões:

Evitar a colocação de anúncios de modo aleatório. Isto impede qualquer tipo de controlo sobre ‘onde’ são publicadas as mensagens.

Começar a pensar e agir mais num modelo de sponsorship. Isto permite reconhecer mérito aos anunciantes por parte dos leitores.

Promover a formação de SEO para Copywriters e Art Directors. Está na altura destes não estarem só concentrados no ‘boneco’ ou na big idea e começarem a ter noções claras de como tudo isto labora. E de como as suas ideias melhor podem funcionar neste novo contexto de meta data e mensurabilidade.

Pensar os anúncios de modo fluído. Se leram os artigos sobre Responsive Web Design, percebem que o RWD também se aplica à publicidade. Apesar das normas ou formatos standard promovidos pela indústria ainda fazer referência a tamanhos fixos medidos em pixels, a realidade já tornou esta lógica fixa algo desactualizada. Vejam o site do IAB — Interactive Advertising Bureau [ http://www.iab.com/ ] que, para além de ser muito bem desenhado tem muita informação útil sobre este tema. Em inglês, claro.

Ver o lado positivo. Esta nova realidade, ao contrário do que muitos sugerem, está cheia de oportunidades para pessoas inteligentes, cultas e sensíveis. Se o talento existe, pode e deve ser aplicado a desenvolver trabalho criativo. Tanto a escrever como a desenhar.

Largar a palavra “publicidade” de uma vez por todas. É, como o banner em Comic Sans: feio e indesejável.

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Filipe Gill
Design & Technology for Marketeers

Studied graphic design and economics in England. In Portugal he was part of Tux&Gill and since then has been working in branding, web, video, food & wine.