DFT Black: o grupo de afinidade da causa negra para revolucionar o Dafiti Group
Após desafios superados e recordes alcançados chegamos em Novembro, um mês super importante para o Dafiti Group. Com a correria da Black Friday nas nossas 3 lojas (Dafiti, Kanui e Tricae) surge uma mega oportunidade de nos posicionarmos como sociedade e falarmos sobre o Mês da Consciência Negra através do nosso grupo de afinidade DFT Black.
Composto por um conjunto de funcionários dispostos a apoiar, fomentar e sustentar uma causa social em comum, o DFT Black ganhou impulso em Julho de 2019, com a comemoração do Dia da Mulher Negra. A foto de um encontro de mulheres empoderadas ganhou destaque e incentivo para a abertura de conversas sobre a causa racial, atraindo a atenção de diferentes talentos que se enxergaram representados ali.
Durante alguns meses o grupo foi se estruturando, levantando dados sobre o tema racial, fazendo encontros periódicos e definindo objetivos claros do que esperávamos com tudo isso: fortalecer o sentimento de orgulho e desenvolver nossos talentos negros, através de representatividade, apoio, impacto na sociedade e engajamento.
Lembro do nosso primeiro encontro, diferentes colegas de trabalho (muitos eu não tinha tanto contato) trazendo suas “aulas” pessoais do dia-a-dia de uma pessoa negra no ambiente corporativo… Foi muito emocionante, impactante, de arrepiar (arrepio até hoje, enquanto escrevo esse texto). Até que contei um caso que ocorreu com a Emilly, minha filha mais velha (ainda não a conhece? Veja um pouco aqui) e desabei a chorar. Achar um grupo dentro da empresa, onde pudéssemos compartilhar e nos apoiar uns aos outros, levaram a crer que o assunto era mega urgente e obrigatório.
O estudo para nossa identidade visual veio inspirado em união, com suas formas orgânicas e curvas (para trazer humanização) e cores que trazem os tons de pele, mas também demonstrando conceitos de resistência e representatividade com símbolos de poder e antirracistas, como o black power (uma volta às raízes, ao natural e auto aceitação), o pente garfo (ênfase no orgulho de suas origens tão moldadas ao longo do tempo) e o punho em riste. A cor vermelha como significado de empoderamento.
Em um país com mais de 54% da população preta ou parda, vimos que dentro das empresas apenas 6,3% estão em algum cargo de gerência e somente 4,7% estão em quadros executivos (se for mulher negra então, esse número desaba para apenas 0,4%) e têm salários 43% menor que pessoas brancas (contando apenas pessoas com o nível superior completo, a diferença de salário é de 30%).
Esse abismo poderia ser menor, se considerarmos que negros e pardos constituem a maioria dentro das universidades públicas (50,3%) e quase metade nas universidades privadas (46,6%), mas o destaque fica por conta de 70,8% da população de extrema pobreza ser negra ou por serem maioria em atividades com menores rendimentos médios (agropecuária, construção civil e serviços domésticos).
Essa ação contribuiu ativamente com o nosso Comitê de Diversidade, Inclusão e Pertencimento no Dafiti Group, onde já temos grupos de afinidades como o DFT Pride (promove um ambiente inclusivo para que todos os funcionários LGBTQIA+ sintam-se seguros para desenvolver o seu pleno potencial), DFT Mulheres (formado para incentivar o empoderamento feminino e promover a igualdade entre homens e mulheres), DFT PcD (foco em educar e engajar as pessoas sobre vivência, acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência).
Tendo em vista as espantosas disparidades sociais e econômicas (onde ainda é levado em consideração o tom da pele) arraigado dentro da nossa sociedade, nos próximos dias vamos trazer alguns dados importantes explicando o que está sendo feito e o que podemos fazer para buscar e acelerar uma equidade racial no nosso país, que tem projeção de demorar ainda mais 150 anos (já não bastasse os quase 400 anos de pessoas escravizadas).
Nós, nossos filhos, nossos netos e as demais gerações não queremos esperar todo esse tempo!
Aguardamos vocês para a leitura do nosso próximo artigo! ;)
