O que aprendi em 5 anos como UX Designer

Caio Manzotti
Digital Product Design Toolkit
3 min readJan 25, 2016

Acham que eu marco no calendário todos os dias que trabalhei nesta área? Não, curioso que sou fui verificar a data de criação do primeiro sistema que projetei (sim, tem uma tela dele neste artigo e sim, eu guardo tudo). Essa curiosidade veio depois de ver novamente a vaga de User Experience Designer disponível para candidatura no site de carreiras do ContaAzul, ao fazer rapidamente as contas percebi que estava há mais de cinco anos atuando focado em UX e fazendo um ano de ContaAzul.

Iniciei como aprendiz recém formado em artes gráficas pelo SENAI, meu trabalho era imprimir o que os designers projetavam. Com o tempo me especializei em impressão de dados variáveis e isso exigia um mínimo conhecimento de sistemas de manipulação de dados.

Exemplo de projeto que atuei, mais legal que ver seu nome escrito em Arial, certo?

Foi uma época bem interessante, os primeiros mentores da carreira, os prêmios e o mais importante, os primeiros insights da relação do design com o desenvolvimento de sistemas. Devido as tecnologias utilizadas fiquei muito próximo de empresas com grandes áreas de TI que operavam estes sistemas, e acabei migrando para uma delas. Para a minha sorte não era a única coisa que faziam, eles também desenvolviam sistemas para segmentos como seguradoras e planos de saúde.

Rapidamente fui “pescado” pela área de desenvolvimento por estar cursando design na época, e o que eles já sabiam era que alguém com esse perfil poderia ajudar a projetar sistemas mais acertivos para seus clientes. Quem já leu o livro The User Experience Team of One da Leah Buley vai entender melhor pelo que passei naquela época. Lembro de receber o primeiro briefing e sair correndo para desenhar, minha cabeça na época só conseguia pensar em fazer o sistema com o maior número de gráficos e tabelas possível para o cliente em questão saber de tudo o tempo todo:

Isso porque era para ser uma tela de detalhamento!

Esse foi meu batismo como UX Designer, e assim se passaram quatro anos projetando mais de 20 sistemas diferentes em forma de SaaS, desktop e mobile. Todos tinham uma coisa em comum: além do designer, o pouco tempo de atuação em um único projeto. Isso começou a me deixar inquieto, refletindo como seria atuar em um único produto e que tipo de aprendizados eu teria fazendo isso.

A curiosidade foi tanta que me levou à mudança. Busquei empresas que atuavam neste modelo e vim parar no ContaAzul, o que foi um divisor de águas na minha carreira. Tanto que se alguém olhar meu LinkedIn vai notar que usei ambos os títulos, UX Designer e Product Designer.

Separei desta forma como uma maneira de deixar mais claro que como UX atuava somente na questão visual e de interação. Já como Product Designer além destas duas atividades outra muito importante foi incorporada, algo que até então vinha decidido pela área comercial junto ao cliente. Esta atividade a mais é a participação na estratégia do produto, o design no ContaAzul é um pilar e sua participação é direta nos rumos do produto.

Outra lição importante foi que a forma de mensurar o meu trabalho mudou, antes ele era contabilizado por quantidade de sistemas desenhados, agora é por features desenhadas ou melhoradas e seu impacto no produto.

Um pouco menos de gráficos e tabelas agora, certo?

O maior aprendizado

Considero como maior aprendizado a evolução na habilidade de validar meus projetos com clientes, ao testar com eles é possível avaliar o impacto e evitar que achismos sejam usados como argumentos. Isso me traz segurança na soluções que desenho e essa segurança é sentida também pelo time que faço parte.

Não deixem de dar uma olhada em outros artigos no canal de Design ContaAzul ;)

--

--

Caio Manzotti
Digital Product Design Toolkit

I'm Caio Manzotti, a specialist in designing, implementing, and scaling Design Systems. Currently at Mollie, a fintech in Amsterdam.