Evangelizando a Dotz e capacitando o time sobre design system — parte 3/4
Em nossos aprendizados da fase de testes em design, entendemos que a chave era disseminar o conhecimento entre os times de design e tecnologia.
Conteúdo desenvolvido de forma colaborativa por Gabriella Dias, Jean Michel e Wallace Andrade, do time da Dotz Design.
Iniciar um processo de transformação cultural não é fácil. Não basta oferecer aulas, tutoriais e guias técnicos de uso, é preciso trabalhar antes no convencimento e evangelização das equipes e dos principais stakeholders da empresa.
Implementar um Design System é incentivar uma mudança mentalidade de como as equipes de design e tecnologia pensam e escalam produtos digitais.
Nessa etapa, abrimos diversos momentos para falar do Dharma de uma forma conceitual e menos técnica. Durante os encontros, exploramos os benefícios para o negócio, ganhos de performance, acessibilidade, agilidade, padronização de entregas e nas melhorias do fluxo de trabalho para as equipes.
Mostramos para os times de Dotz, diversos cases de sucessos dos produtos de marcas queridinhas, tanto pelos brasileiros, quanto pelo público internacional. Tudo isso, nos ajudou a mostrar para empresa que tínhamos um grande caminho para percorrer como produto, mas que o Dharma nos ajudaria a chegar à excelência em escalabilidade e consistência.
É importante ressaltar que fizemos isso mais de uma vez! Dependendo do grau de maturidade das equipe, a etapa de evangelização pode ser mais tranquila, principalmente se o time tiver tido experiências anteriores com design system.
Durante este processo é muito comum encontrarmos resistência, principalmente porque trabalhar com um design system pode significar fazer tudo diferente de como o profissional já está habituado.
É totalmente possível que um colaborador muito sênior, habilidoso e experiente, mas que seja muito resistente à ideia do design system, simplesmente porque é um padrão totalmente novo que ele pode não estar familiarizado.
O mais importante é engajar o maior número possível de pessoas para tê-las como embaixadoras do design system, para que elas também ganhem outras pessoas e a companhia inteira esteja comprada para essa transformação.
Como realizamos as capacitações de design system com os os times da Dotz
Devido ao nosso contexto na Dotz, preferimos iniciar a capacitação pelo time de design. E para assegurarmos que nossa equipe teria a melhor capacitação possível, não bastaria fazer apenas treinamentos com a presença de todos.
Para entender o cenário e capacitar de forma estratégica, precisaríamos realizar uma etapa de discovery para avaliar qual era o nível de conhecimento dos designers sobre design system. Nosso objetivo era entender as maiores dificuldades e que formato seria mais adequado para garantir um bom aprendizado durante o treinamento.
Antes de realizar o treinamento, rodamos questionários e entrevistas, além de realizarmos testes práticos sobre o uso do DS, através do método shadowing.
O método de pesquisa shadowing acompanha o usuário no momento que ele resolve um problema, quando utiliza um produto ou serviço.
A partir da coleta dos dados, estruturamos um roadmap de capacitação, pensado totalmente de forma personalizada para atender todas as necessidades do time de design.
Antes de realizarmos o treinamento com todos os designers, fizemos um treinamento piloto, convidando apenas 2 designers, com níveis de maturidade diferentes e repassamos todo o conteúdo com eles. Durante o piloto, coletamos diversas percepções e muitos feedbacks. A partir da realização do piloto, conseguimos aprimorar um pouco mais o conteúdo, antes de rodar com nosso time completo.
O primeiro treinamento durou 3 dias. Tiveram momentos teóricos, mas também houveram exercícios práticos que aconteceram diretamente no Figma, ferramenta de design adotada pela Dotz e onde estão espelhadas as bibliotecas do nosso design system.
Ao final do treinamento, fizemos uma dinâmica de “correção comentada”, onde reconstruímos algumas telas entregues. Verificamos se o Dharma estava sendo aplicado da forma correta e apontamos de forma prática como trabalhar e usar corretamente os componentes do Figma.
Após o treinamento, enviamos um formulário de avaliação e os feedbacks foram ótimos. As respostas enviadas pela time de design nos trouxeram também diversos insights de coisas que poderíamos melhorar para os próximos treinamentos.
Componente Critique: Como estamos incentivando a colaboração do time de design com o Dharma
Agora que já estávamos em um nível diferente de maturidade do time, decidimos ser mais colaborativos, principalmente para construção do novo Dharma App.
Ouvindo os designers e as percepções da liderança, criamos um modelo de Component Critique assíncrono, que direciona o olhar dos designers para pontos estratégicos a serem avaliados em cada componente, como acessibilidade e heurísticas.
A ideia era elevar o nível de crítica, para que ela não iniciasse e terminasse apenas em atributos visuais.
O Component Critique era muito similar ao nosso já familiar Design Critique, em que designers levam seus entregáveis para serem analisados e discutidos com todo o time, para coletar feedback e pontos de atenção.
Além de engajamento, nosso maior desafio é criar um espaço colaboração democrático dentro de uma equipe em constante expansão da equipe e garantir lugar de fala para todos.
E para escala a construção do nosso Design System, entendemos que após a primeira etapa de construção e evangelização dos time, seria o momento de investir na criação de um time dedicado ao Dharma, assunto que vamos exploramos no próximo e último artigo!
Este é o terceiro de uma série de 4 artigos sobre o design system da Dotz. Leia os outros artigos da série sobre o Dharma:
- Como desenvolvemos o Dharma, o design system da Dotz
- Conhecendo e construindo um design system na prática
- Evangelizando a Dotz e capacitando o time sobre design system
- Como estruturamos um time de design system na Dotz
