Um atraso; uma falha; uma vida.

Thiago Mendes
doze34
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2 min readDec 20, 2017

Por Fernanda Janaína da Silva Alves e Thiago Mendes

Perigos, correrias, visitar lugares novos e ouvir tudo quanto é tipo de história fazem parte do cotidiano de um taxista. Essas histórias , as vezes, são tão emocionantes ou engraçadas que superam a ficção.

(Foto: Fernanda Alves)

Dirigindo táxis em Porto Alegre, Fabiano Batista nos conta um pouco de sua trajetória. O motorista que começou fazendo corridas para complementar sua renda, entre risos nos relata: “estou há 14 anos fazendo bico”.

Entre todos esses anos e inúmeras histórias que já passaram pelo 1325 — carro que Fabiano dirige — ele lembra claramente a que mais o marcou: uma corrida que aconteceu no dia 17 de julho de 2007, entre 16h e 17h.

Provavelmente você não lembra dessa data, mas Fabiano e seu passageiro se lembrarão dela pelo resto de suas vidas.

Nesse dia, há 10 anos atrás, Fabiano transportava um passageiro até o Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto alegre, para pegar o voo 3054 da TAM, com destino à Congonhas, zona sul de São Paulo. Porém, devido ao intenso trânsito da capital gaúcha, Fabiano não conseguiu entregar seu passageiro a tempo o que fez com que ele perdesse o voo. Fabiano falhou como taxista. Falhou por que para ele o motorista tem uma missão: entregar o passageiro em seu destino com agilidade e no menor tempo possível.

Na verdade, os dois conservam uma amizade até hoje por conta desse atraso. acontece que esse voo não conseguiu parar na hora de aterrissar em São Paulo. Todas as 187 pessoas que estavam no avião e outras 12 em solo morreram na hora em que a aeronave colidiu com um prédio. Um atraso; uma falha; uma vida.

Histórias assim é que fazem Fabiano se apaixonar diariamente pela profissão.

“Eu amo o que faço. Ser taxista não é para qualquer um. Só quem vive esse dia-a-dia sabe o quanto é prazeroso trabalhar com isso.”

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Thiago Mendes
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Gaúcho. 27 anos. Estudante de Jonalismo - ULBRA-Canoas/RS