Abrindo a caixa-preta #4 — “O outro”, de Thomas Tryon

Escotilha NS
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5 min readMar 23, 2020
O livro “O outro”, a Revista ESC e o tesouro, um marcador de páginas magnético sobre o qual falar revelaria muito da história...

Um ano de Escotilha e muitas histórias para contar. Parte das comemorações será relembrar as caixas-pretas enviadas aos assinantes do clube, com livros em edição especial e limitada, títulos escondidos, tesouros literários divertidíssimos e muito mais! Hoje, vamos falar da caixa-preta #4, enviada em outubro de 2019.

Outubro é mês de Dia das Bruxas, Halloween, Terror… Não importa como você chama a data, ou se comemora a chegada dela com uma abóbora ou um pentagrama, temos a certeza de que ela não passa em branco para os assinantes da Escotilha NS. Por isso, na ocasião, não poderíamos deixar de enviar uma caixa que fizesse jus a essa época tão memorável para os fãs da ficção especulativa. Aqui que entra o nosso grande livro de terror, que guardamos durante todo o ano de 2019, ansiosos para compartilhar com todo mundo. Uma joia há muito tempo esquecida que precisava ser resgatada com exclusividade e, claro, uma edição que honrasse nossos assinantes, o Halloween e, acima de tudo, o autor dessa obra magnífica.

O outro, de Thomas Tryon, é um romance essencial para fãs do gênero, mas que perpassa em muito o terror. E é esse tipo de livro que é capaz de trazer novas sensações, realidades e perspectivas para nós, como já atestaram os leitores da época em que o livro foi publicado. É assim que surge um clássico: indo além das etiquetas ao impactar o leitor de tal maneira que já não se sabe o que é aquilo — e sim apenas sua qualidade.

Resumindo, foi um prato cheio para abastecer o mês do terror. O outro é um dos pilares de seu gênero, responsável por influenciar muito do que viria a seguir. Chegamos, inclusive, a disponibilizar um trecho do livro e do posfácio de Dan Chaon aqui no Medium (atenção: pode conter spoilers).

“O outro”, um livro de Thomas Tryon, com tradução de Giu Alonso e posfácio de Dan Chaon.

O livro — “O outro”

Holland e Niles Perry são gêmeos idênticos de 13 anos. Eles vivem de maneira assustadoramente próxima — quase o suficiente para ler os pensamentos um do outro –, mas não poderiam ser mais diferentes. Um é ousado e travesso, a típica má influência; o outro é doce e gentil, o tipo de garoto que é o orgulho dos pais. Em meio à morte do sr. Perry e a decorrente reclusão da mãe, a fazenda do tradicional clã passa a ser o cenário perfeito para as brincadeiras dos gêmeos, que se tornam cada vez mais sinistras e macabras.

Com mais de 3 milhões de exemplares vendidos e esgotado no Brasil há quatro décadas, esse best-seller de Thomas Tryon é um misterioso exame da escuridão que habita todos nós. A impecável recriação da vida pacata de uma cidade americana nos anos de 1930, que lentamente é tomada por uma nuvem de terror, e o manejo hábil do psicológico das personagens da história o levaram a obter aclamações tanto do público quanto da crítica, o que acabou por alçá-lo a uma das obras mais influentes do gênero.

Muita gente achou que era erro: mas tem explicação para o projeto gráfico do livro contar com textos duplicados.

O estranhamento é uma das sensações mais presentes durante a leitura de O outro. O que está acontecendo aqui? Para onde estamos indo? Quem está no controle? Certamente, o leitor é desafiado e enganado constantemente pelo texto de Thomas Tryon. A única certeza é de que algo não bate, distoa da normalidade. O projeto gráfico do livro tentou, sutilmente, acentuar essa sensação: o título do livro mal é visto, os números das páginas estão “para dentro”, o texto não está alinhado como de costume, páginas ímpares estão em branco — são todas práticas evitadas ao se pensar na disposição de elementos de um livro. Em adição, há a questão do duplo, do outro, daquilo que está ali, mas não está. É por isso que há páginas em que o texto se duplica, se desfoca, extrapola os limites e ecoa a tal duplicidade, existente também na mente dos gêmeos. Mais uma vez, o leitor não tem controle e precisa se acostumar com o que é estranho em relação aos livros que já tem em sua estante. Tudo isso foi coroado com capa neon, laminação soft touch, relevo, verniz e elementos inspirados na história.

A revista — Nomes mais do que ilustres

Santiago Nazarian, autor de uma série de romances marcados pela mistura do horror com a cultura pop e seu estilo peculiar, nos contextualizou na leitura de nível aprofundado da obra em seu texto para a Revista ESC. Além do anfitrião, tivemos também as impressões da nossa convidada, Adriana Cecchi, a Redatora de M*%$#, que nos empolgou com suas palavras sinceras e diretas.

Além disso, foi possível conhecer mais do autor, como de praxe, e acompanhar o especial com mais filmes de terror que apresentam temática semalhante à da história do livro, além da adaptação oficial, “A Inocente Face do Terror”, de 1972. Afinal, Thomas Tryon tinha uma relação íntima com o cinema — foi ator e roteirista — e não poderíamos deixar de explorá-la na revista.

O tesouro —Uma brincadeira

Uma brincadeira mais do que sensacional. E falar qualquer coisa desse marcador magnético com certeza estragaria a experiência de leitura.

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