.Cansaço
engulo os dias comoquem ora.as horas passammarcando os azulejosda cozinha.sozinha, espero a fome de viver,arrancando dúvidaspela raiz.
.Sonhos
meus sonhos eram comoo céu de manhã cedo.saia do chão e voavacom pressa, sem medo.
.Clima
primeiras horas:hoje o céu estava ensolarado — quem chovia era a gente.
.Vista
neblinas se formam como a sublimação de uma melancolia.quenturas internas fogem com o sol.horinzontamos nossa confusão mais pura:é noite sem noite. é vida sem vida. e só.
.Cópia
sem subjugar a imagemforço garganta a dentrosegundo não redenção
.Internar
lapso subjetivo. várias formas de pensar.filosofia existencial. corpo a não vagar.entre olhares perdidos, sou um deles.entre almas sem lar, sou uma delas.
.Amanhã?
sou fogo.
minha língua é de feita de medo.
não consigo tocar o escuro, mas vejo o vazio palpável que ele cria. não sinto o gosto da vida, mas o cheiro de…
Um poema que retrate algo do cotidiano que aparentemente pareça banal.
.Transformação
a sombra da toalha penduradameu corpo em estado nascentea luz do banheiro refletesua vida quase opaca, inerte