O movimento drag queen

Tayná Fernandes
Esquina On-line
Published in
3 min readJun 8, 2018

As artistas que vêm ganhando espaços como símbolos da cultura pop LGBTI+.

Por Tayná Fernandes e Victória Kortbawi

Pabllo Vittar, Glória Groove e Aretuza Lovi são as principais artistas drag queens do mercado pop no Brasil. (Foto: Divulgação)

Drag queens são artistas performáticas que utilizam roupas e acessórios para se caracterizar e montar uma nova identidade. O conceito de drag queen está presente na comunidade LGBTI+ há muito tempo, mas vem ganhando força com as artistas atuais do mercado pop. A maior parte das ‘rainhas’ são também gays, além de lutar por reconhecimento, precisam quebrar o preconceito quanto à orientação sexual.

Desde a grécia antiga homens já se vestiam com roupas femininas para interpretar mulheres. Essa cultura seguiu ao longo dos anos, até se desenvolver e chegar ao que hoje conhecemos como Drag Queen.

O termo data de meados do século XX, mas o mundo pop atual tem tido espaço para o reconhecimento. No Spotify, serviço de streaming de música, Pabllo liderava, em setembro de 2017, o top 50 brasileiro com a faixa K.O., e reunia no ranking mais duas músicas: Sua Cara com Anitta e Major Lazer e Corpo Sensual com Mateus Carrilho.

Com o sucesso da cantora Pabllo Vittar, as drag queens no Brasil começaram a ser retratadas como símbolo sexual e não apenas com caráter humorístico. Pabllo abriu as portas para uma nova forma da arte drag no país e, com ela, vieram outras artistas. Glória Groove é uma cantora brasileira conhecida por músicas de empoderamento e videoclipes sedutores. Lia Clark é outro exemplo que esbanja feminilidade, a cantora foi considerada a primeira drag queen funkeira.

Glória Groove no clipe “Gloriosa”

E você?

A inserção dessas artistas no mundo pop trouxe representatividade para a comunidade LGBTI+, como explica Daniela Borges, 20 anos, LGBTI+:

“Ocupar espaços é importante pois mostramos que podemos estar onde quisermos e ninguém pode impedir. É isso que essas artistas vem fazendo”.

E esse é o tema do podcast.

Produção: Victória Kortbawi

Muitas pessoas confundem Identidade de Gênero com Expressão de gênero, travesti com drag queen, sexo biológico com orientação sexual. Você sabe a diferença entre cada um?

O programa Queen Talk entrevistou a professora de figurino e maquiagem Cynthia Carla, que também faz Drag Queen, mostrando que não são apenas homens que fazem parte dessa arte.

Produção: Victória Kortbawi

O mercado no Brasil ainda não é favorável paras as artistas que não ganham os olhos da grande mídia. Melina Impéria é drag há três anos e encontra dificuldade na hora de negociar o cachê dos shows. “Eu costumo cobrar R$ 200 por show porque coloco no papel os meus gastos com a montação, mas em contrapartida tem conhecida minha que aceita uma garrafa de bebida como pagamento”.

Melina Impéria pronta para uma performance (Foto: Julio Boromello)

Melina é uma artista caricata e usa maquiagem teatral, por isso, chega a demorar mais de cinco horas para se montar. “Eu consigo me transformar em quem eu quiser”, afirma. Ainda segundo ela, é preciso ter foco para ganhar a vida como drag queen.

Produção: Tayná Fernandes

Você já ouviu falar em Death Drop? O universo das drag queens está recheado de termos e expressões utilizadas pelas artistas e que podem ser difíceis de entender para quem não é do meio. Veja os principais:

Para saber mais sobre a cultura das drag queens e as artistas do meio, veja uma galeria de filmes e séries sobre o tema.

Como ajudar a comunidade LGBTI+?

Conheça a história de Melina e Cassandra na Revista Esquina:

Nesta edição, encontramos ainda mais exemplos inspiradores, de força e superação feminina, vale a pena conhecer!

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Tayná Fernandes
Esquina On-line

Uma estudante de jornalismo usando o poder da palavra para espalhar o orgulho de ser parte do arco-íris.