Ilustrando um novo Asaas
Entenda como e por que criamos um novo conceito de ilustrações para o Asaas
Uma marca é um conjunto de elementos que juntos representam a mensagem de algo ou alguém; geralmente um logotipo, um esquema de cores, um jeito de se expressar característico seja visual, sonoro, ou verbal. Assim como pessoas mudam de estilo com o tempo, marcas também são vivas (inclusive a do Asaas).
Passamos por muitas reformas nos últimos tempos, começando com uma atualização de logotipo, expandindo para um redesenho do site, do app e até uma reforma da própria sede da empresa.
Enquanto nos preparávamos para dar boas-vindas presenciais a nossos tripulantes após tanto tempo de isolamento, com uma sede toda colorida projetada pela equipe da Soar, vimos que as paredes dela precisariam de objetos, letreiros e imagens que marcassem essa nova fase. Então, aproveitamos o momento para tirar da gaveta uma necessidade que já existia: repensar nossas ilustrações.
Crescemos muito rápido, e nisso acabamos não tendo tempo para planejar a fundo a maneira como ilustramos. Acabamos com uma colcha de retalhos de estilos parecidos, mas não exatamente consistentes, e nem sob medida. Funcionou e funcionaria por mais um tempo, mas tinha alguns pontos fracos importantes que nos motivaram a mudar.
Por que renovar nosso padrão de ilustrações?
Comunicação atenciosa
Em geral, imagens são processadas pelo cérebro mais rápida e intuitivamente que textos. Chamam atenção. Reforçam mensagens por redundância. Dão um respiro. Talvez você não estaria lendo esse artigo se ele parecesse uma “muralha de texto” gigantesca, e por isso precisamos pensar nas mensagens que elas transmitem com cuidado.
Força da marca
Ilustrações feitas sob medida favorecem a consistência. Consistência aumenta as chances da marca ser diferenciada de seus concorrentes em um piscar de olhos, e também mostra que é profissional e segura do que está fazendo.
Padronização e escalabilidade
Sem consistência entre si, nem sempre elementos podem ser reaproveitados entre materiais diferentes. Para evitar um frankenstein ou uma colcha de retalhos, os designers acabam tendo que desenhar muitas coisas do começo cada vez que precisam fazer algo novo.
Tendências de mercado
Estilos semelhantes aos que usávamos foram bastante utilizados por muitas empresas e sites de banco de imagens já há alguns anos, e isso não passa batido pela percepção das pessoas. Personagens parecidos, com pernas longas, cabelos arredondados e cores fantasiosas estão sendo marcados como a face do “big tech” e da “corporação forçadamente amigável”.
Representatividade
O estilo acima é bem abstrato, e não favorece nenhuma etnia, cor, idade ou tipo físico específico. Parece ótimo, mas é exatamente esse o problema: não representa ninguém. Ao evitar o assunto, não conseguimos representar pessoas reais e nem nos ver no lugar dos personagens. Quando prezamos pelo acolhimento e pelo respeito, devemos abraçar as diferenças.
Como estruturamos o redesign
Com o prazo da entrega da obra da sede, muito planejamento e muito material para entregar, seria um eufemismo dizer que a sensação era a de estar em um consultório médico ouvindo a clássica expressão:
Para podermos nos expressar melhor como marca, era preciso primeiro entender quem somos e o que queremos dizer.
“Quem somos? Onde vivemos? Do que nos alimentamos?”
Com ajuda da pesquisa hercúlea de entrevistas, questionários e grupos focais feita para nosso guia de conteúdo, tínhamos algumas respostas do ponto de vista de colaboradores e de clientes sobre suas percepções a respeito do Asaas.
Estudo de referências externas
Era importante nos diferenciarmos dos nossos concorrentes e similares, mas não ao ponto de parecermos algo estranho (e pouco seguro). Coletamos também referências deles, referências de tendências de ilustração, e percebemos alguns movimentos.
Evoluindo para longe do “Corporate artstyle”, temos basicamente duas vertentes nas ilustrações para marcas:
- Mais abstração, com formas geométricas, colagens e elementos soltos;
ou
- Mais realismo: personagens que lembram mais personagens de quadrinhos, com mais detalhes, expressões e referências fotográficas de pessoas reais.
Honrando nosso valor institucional de Respeito e nossa preocupação com inclusão de clientes e tripulantes cada vez mais diversos, a segunda opção fez mais sentido no nosso caso. Para nós, é importante que as pessoas consigam se sentir representadas. A partir disso, buscamos adotar o estilo mais realista para nos representar.
Expressando algo abstrato em gráficos
Como humanos, temos algumas conexões entre formas e significados pré-instaladas no cérebro. Elas variam de acordo com a pessoa, período e cultura, mas em linhas bem gerais:
- Segurança pode ser associada ao azul e a cores mais sóbrias, formas geométricas, composições estáveis, linhas contínuas e formas contidas. Formas geométricas remetem a construções artificiais, padrão, eficiência e ordem. Podem parecer confiáveis e estáveis, mas o excesso transmite frieza ou agressividade, se houverem muitos ângulos.
- Simpatia pode ser associada a cores vivas e quentes, linhas orgânicas, pessoas expressivas, composições dinâmicas, coisas feitas à mão, sorrisos, corações e emojis. Formas orgânicas são mais familiares por serem algo com que convivemos a mais tempo e vemos mais na natureza. Pela irregularidade, passam mais espontaneidade e criatividade, mas o excesso pode dar a sensação de instabilidade.
Buscamos um balanço entre essas duas formas: linhas sólidas e seguras, cores vivas, formas mistas, transitando entre poses dinâmicas para comemorações e convites; e poses estáveis para atividades calmas ou notícias sérias. Nossos personagens nunca transmitem frustração ou tristeza.
Simplificando a construção de algo complexo
Adicionar mais detalhes quer dizer ilustrações mais elaboradas, e mais tempo envolvido no desenho delas.
“Mas espera aí, achei que você tinha implicado que a padronização ia ajudar designers a economizar tempo de desenho.”
Sim. Com a escolha de caprichar em pequenos detalhes, é preciso poupar tempo em outro lugar. Inspirados por bibliotecas modulares, sites de montar dolls dos anos 2000 e animação esquelética, nossos novos personagens são compostos por módulos de narizes, olhos, bocas, cabelos, roupas e sapatos que podem ser combinados entre si.
As roupas têm cores da nossa paleta institucional, sem sombras, mas com padronagens minimalistas como as que já usamos em outros materiais.
Além de combináveis entre modelos, os braços, pernas, troncos e a maioria das roupas que os cobrem não são formas convencionais: nossos personagens têm “esqueletos” compostos por linhas que se dobram nas juntas naturais do corpo, e podem ser posadas, recoloridas, engrossadas e afinadas.
Com esse projeto nas mãos de nossos designers, eles perdem menos tempo com trabalhos maquinais para pôr suas ideias em prática.
Aonde vamos?
A partir daqui, temos dezenas de adesivos grandes e pequenos colados pelas paredes da nossa nova sede, cumprimentando nossos visitantes, caracterizando espaços, propondo ações, transmitindo mensagens e frases inspiradoras. Saímos à caça de materiais que continuam usando ilustrações antigas (onde nem percebíamos mais que elas estavam) e vamos substituindo eles aos poucos.
Organizamos uma biblioteca de imagens com fundos transparentes para todos os nossos tripulantes usarem como adesivos em apresentações e documentos, e continuamos a expandi-la cada vez mais. Além disso, vamos adaptar ilustrações a formas mais enxutas para mensagens do app Asaas conforme ele for reformulado.
Assim como as pessoas que representamos, nossa marca também é viva, e esse projeto continua crescendo sem perder a essência dos nossos valores.
Estamos com oportunidades abertas! Confira nossas vagas e venha trabalhar com a gente.
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