As identidades dos Gamers

etermax BG
etermax Brand Gamification
5 min readAug 11, 2022

No próximo dia 29 de agosto se comemora um novo Dia Internacional do Gamer e, na etermax, queremos celebrar este mês toda a complexidade e diversidade que implica ser gamer.

Ao contrário do que comumente se pensa, quando jogamos não estamos apenas descansando em uma poltrona (ou numa cadeira, ou qualquer que seja o nosso setup). Não é uma atividade de passividade total. Os videogames são muito mais do que uma tela iluminada: eles são um jeito de construir mundos e comunidades, de conectar-se com pessoas. Isso não é algo exclusivo dos games multijogadores. Ainda os jogos que são projetados para uma experiência solitária constroem grupos de discussão e de pessoas que compartilham seus interesses através de uma ou outra plataforma.

Mas como nos apresentamos diante de outras pessoas nos jogos? Como construímos nossas identidades quando jogamos? Como nos posicionamos nesse universo virtual e o que escolhemos mostrar?

Uma infinidade de jogadores

A pergunta sobre a demográfica dos jogadores já está perto de ficar desatualizada: todos jogamos. Não há mais (e talvez nunca tenha havido) um único público monolítico de jogadores. Portanto, as formas de nos representarmos no mundo virtual variam muito entre todos.

Dos começos “analógicos” dos avatares em Dungeons & Dragons (o famoso RPG), os jogadores optamos por nos apresentar de uma certa maneira diante de nossos pares. Por meio de armaduras brilhantes, raças fantásticas ou certos papéis que escolhemos assumir dentro de uma equipe, podemos nos posicionar de uma ou outra maneira diante de outras pessoas.

Hoje em dia, é mais comum encontrar jogos que oferecem algum tipo de customização do que aqueles que não o fazem. Não é estranho que isso aconteça, se temos em conta a importância que as discussões em torno da identidade e da representatividade nos meios de comunicação têm em muitos âmbitos. Vamos tomar, por exemplo, o caso de Animal Crossing: Horizons.

Como aconteceu com muitos jogos durante a pandemia, Animal Crossing teve uma recepção maior do que era esperado e funcionou como um jeito de suprir o contato físico. Parte disso se deve às possibilidades de customização que oferece aos jogadores: o jogo tem 4692! peças de vestuário. Mesmo assim, uma jogadora sentiu que alguma coisa estava faltando. Taniesha Bracken lançou uma petição em Change.org solicitando à Nintendo que mais “penteados inclusivos” fossem adicionados no jogo. Após mais de 50.000 assinaturas serem coletadas, a empresa adicionou os penteados.

O avatar de Taniesha curtindo o novo penteado.

A inclusão e a representatividade em diferentes mídias fazem parte do espírito da época e, para os usuários, é um aspecto central do conteúdo consumido. The Sims 4, um dos simuladores sociais mais conhecidos do mundo, em uma atualização recente deu aos jogadores a possibilidade dos seus sims usarem pronomes não binários, podendo até inventar seus próprios pronomes.

Além da validade ou invalidez dos neopronomes (um tema que não compete a este artigo), o fato é que para os gamers é fundamental contar com ferramentas para se desenvolverem comodamente na virtualidade.

Maneiras de se mostrar

O metaverso, acima de tudo, está sendo construído com a promessa de aumentar ainda mais a expressividade dos usuários. Alguns serviços, como Ready Player Me, estão se esforçando para que os jogadores possam usar o mesmo avatar em diferentes plataformas. Assim, a personalidade construída por eles terá maior consistência à força de repetição.

Na indústria e nos estúdios de videogames, costuma-se falar de dois tipos de jogadores em referência aos seus avatares: aqueles que tratam seu avatar como uma entidade totalmente diferente do seu eu real e aqueles que entendem seu avatar como uma intensificação da sua personalidade. Alguns estudos psicológicos sugerem que os jogadores gostam mais dos jogos quanto mais se identificam com seu avatar, já que isso oferece uma maior sensação de imersão no mundo virtual.

Algumas marcas faz já algum tempo começaram a aproveitar as oportunidades oferecidas pelos jogos em termos de personalização. Para não ir mais longe, Animal Crossing teve colaborações com marcas globais como Gucci, Marc Jacobs ou Ikea, e Fortnite fez uma parceria com a Balenciaga para lançar uma linha de skins da marca. No entanto, para ir mais longe sim, já em tempos de The Sims 2 (15 longos anos atrás) os jogadores conseguiam acessar itens da Ikea e roupas da H&M.

Porém, a relação dos gamers com os jogos não é unilateral. Não só os elementos da vida offline se transferem para a virtualidade: muitas vezes, o que acontece nos jogos nos afeta por fora deles.

Mundo phygital

Por exemplo, a estilista Sandy Liang certa vez comentou: “Ontem comprei um capacete de sapo e botas com garrinhas de animal, e isso me deu vontade de conseguir esse calçado na vida real”. Os avatares podem nos ajudar a prestar mais atenção em como nos apresentamos no mundo offline. Não são poucas as vezes nas quais a vida real e a virtual dialogam.

A doutora Alex Box, designer de identidades (como ela se chama), prevê em uma entrevista que no futuro será mais provável que o mundo físico funcione como um espelho do digital.

Até que ponto podemos adotar no mundo físico aquilo que nos interessa da virtualidade? Em 2012, uma revista de moda masculina incluiu entre suas páginas os personagens de Final Fantasy XIII-2 vestindo Prada. Este ano, a Lacoste lançou uma coleção em parceria com o popular Minecraft, para que os gamers possam expressar sua paixão por meio de uma marca de roupas reconhecida.

Com influências do transhumanismo e da teoria cyborg, o trabalho de Box mistura o físico com o digital.

Já não é tão fácil assim perceber claramente em que momento nossas vidas reais terminam e a virtualidade começa; a distinção entre on e off não existe mais. Se no caminho para o trabalho pegamos o celular, jogamos Perguntados e participamos da sua comunidade, como poderíamos marcar a linha que separa a viagem no ônibus da nossa presença na virtualidade?

A identidade é um aspecto fundamental para os gamers e o jeito em que se comportam nos jogos. Na etermax Brand Gamification sabemos quais são os interesses de cada público enquanto joga. Não hesite em entrar em contato conosco se quiser falar no idioma deles!

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