O Forte de Jaisalmer
A cidade dourada, como Jaisalmer também é conhecida, situa-se próxima a fronteira da Índia com o Paquistão. E esse tom de amarelo ouro misturado com a areia do deserto de Thar faz com que você se sinta em uma das histórias das “Mil e Uma Noites”. Ou do Alladin.
A região possui várias atrações. Então, se o seu plano é ir para aqueles lados, uns três dias inteiros é o mínimo que você deve planejar. Na cidade e arredores, os pontos mais conhecidos são o Forte, os Haweli e as Cenótoplas. Mas há também outros locais que vale adicionar na sua lista de possibilidades, como desbravar tanto o Deserto de Thar quanto a Cidade Fantasma de Kuldhara.
A cidadela foi construída em 1156 pelo governante que deu nome a cidade, Jaisal. Hoje é uma das únicas edificações desse tipo que possui habitantes nos seus interiores. Além das residências, você também vai encontrar hotéis, templos, restaurantes e lojas de todos os tipos.
Infelizmente, o belíssimo forte sofre hoje com uma realidade para a qual ele não está preparado. Construído no meio de uma zona extremamente árida, a ocupação moderna trouxe um excesso de água que está mexendo com suas fundações. Por causa disso, cada vez mais visitantes estão escolhendo se hospedar fora de seus muros. Foi o que eu fiz. E isso me deu a chance de adentrar toda a construção a pé.
Após passar o primeiro portão, é possível avistar uma grande área aberta com algumas lojas e restaurantes, bastante gente e alguns carros estacionados. Ao cruzar essa grande praça, há uma rua que leva ao interior do monumento. A subida nas ruas de pedra, cercada pelos altos muros da edificação faz com que a caminhada de entrada seja por si só uma experiência. Ao final dessa aclive, um emaranhado de ruas te dão inúmeras opções para explorar. Permita-se andar meio sem rumo por todas as ruelas possíveis. Aproveite a caminhada e a vista com tudo que tem de direito: templos, museu, lojinhas e restaurantes.
Em Jaisalmer, os templos tem a mesma regra que na maioria dos outros lugares: você pode entrar, desde que descalço. Alguns lugares são só para cultos religiosos e vão estar identificados. A taxa para tirar foto é sempre um valor a mais a ser pago além do preço do ingresso.
Sobre comprar: no começo do dia, pechinche, mas não leve nada. Visite as lojinhas e saia sem gastar nada. Depois vá para os templos e outros passeios. Aí então, no fim do dia, volte e compre o que quiser. Estou falando sério, e conto até um causo.
O Causo dos Azulejos
Perto das 11 da manhã, passei por uma loja que vendia cerâmicas e pedi para ver uns azulejos. Escolhi alguns e perguntei pelo preço. O cara me olhou e falou algo como “3000 rúpias”. Aquele preço era simplesmente absurdo. Repliquei: “700 rúpias”. A resposta veio rápida:
— No, no sãr. 2500.
Eu tinha colocado na cabeça que não pagaria mais do que 1200. Ficamos negociando até que ele não baixou mais do que 1600. Enquadrei o corpo pra sair da loja, ele gritou: “1500”. Virando a esquina, ainda ouvi um “1400”.
Por casualidade, acabei passando pela mesma loja perto das cinco da tarde. Olhei para dentro e lá estava a pessoa que me atendeu, sentada à mesa com meus azulejos ainda em cima, separados. Sem entrar, gritei da porta:
— Ainda tá de pé aqueles azulejos por 1100 rúpias?
Eu não tinha visto, mas escorado no muro tinha outra pessoa. Que me respondeu:
— Hoje de manhã tu não queria comprar por 1200?
Virei para ele, espantado. Ele me fez sinal para eu entrar na loja. Acabei, sem querer, fechando negócio pelo valor que eu queria.
Além das compras, outra coisa que aprendi é que antes da noite chegar é aproveite um dos vários rooftops. Escolha um com vista para o deserto. Peça um lassi e tenha a experiência de contemplar o pôr do sol e saiba que terá algo que ficará para sempre na memória.
Antes de me despedir, reforço as dicas de pontos para não perder dentro da cidadela: visite os templos Jainistas e a antiga habitação do marajá da região. E para quem gosta, imediatamente ao lado da entrada principal está a loja original de lassi de maconha, a "Bhang Shop".
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